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quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

A BÍBLIA NÃO VAI DIZER

 Virou moda dos novos pregadores, usar a seguinte expressão: A Bíblia vai dizer. Fico ainda mais espantado quando ouço até pregadores e pregadoras, que eram para ser maduros, pelo tempo que ministram a Palavra, usarem do mesmo artificio. Porém, posso afirmar categoricamente e, sem medo de errar, que a Bíblia não vai dizer mais nada. Tudo o que precisava ser dito, já foi dito. João evangelista, que foi o último dos escritores sagrados, escreveu por volta do ano 100 d.C. finalizou o cânon dizendo: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro” (Ap 22.18,19). Paulo escrevendo aos Romanos disse: “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito...” (Rm 15.4). O que era para ser escrito já foi escrito. E tudo o que era para ser dito, já foi dito. Disse Jesus “Quem tem ouvidos ouça, o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2.7).

Aprendendo com os profetas do Antigo Testamento

Quando Moisés e Arão, chegaram diante de Faraó, para libertar os filhos de Israel de suas mãos, o Senhor lhes ensinou assim: “Então dirás a Faraó: Assim diz o Senhor; Israel é meu filho, meu primogênito. Então, ao chegarem lá, assim nos diz a Bíblia: “E, depois, foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo,...” Êx 4.22; 5.1).

Esta expressão: Assim diz o Senhor, vamos encontrar, de forma repetida, inúmeras vezes na boca de seus profetas. Caso o leitor queira conferir, é somente ler as demais passagens bíblicas, e verá que nunca um profeta do Senhor usou a expressão “O Senhor vai dizer” (1Sm 2.27; 15.2; 2Sm 7.5; 7.8; 12.7; 1Rs 17.14; 20.42; 2Rs 1.4,6,16; 2.21; 3.16; 19.6,20).

O profeta Daniel, se expressou da seguinte maneira: “Sim, todo Israel transgrediu a tua lei, desviando-se, para não obedecer à tua voz; por isso, a maldição, o juramento que está escrito na Lei de Moisés, servo de Deus,...” (Dn 9.11), e disse mais: “Como está escrito na lei de Moisés, servo do Senhor...” (Dn 9.13). Vejamos, que  Daniel não ficou dizendo: Moisés vai dizer. Não, nada disso. A expressão é inequívoca: “Como está escrito...”. O anjo que veio para trazer a resposta da oração ao profeta Daniel, também foi fiel ao dizer: “Mas eu te declararei o que está escrito na escritura da verdade...” (Dn 10.21).

Poderíamos encher muitas folhas com versículos que com a expressão “assim diz o Senhor”. Na Nova Versão Internacional, a famosa NVI, encontramos 276 vezes “assim diz o Senhor”. Somente no profeta Jeremias, são 141 vezes.

Novo Testamento

Veremos, como foi que Jesus, o Mestre dos mestres, mencionou as Escrituras, quando necessário.

Quando Jesus foi tentado pelo diabo, por três vezes usou a expressão está escrito: “...está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”; “... também está escrito; não tentarás o Senhor teu Deus”; “...porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (Mt 4. 4,7,10).

Jesus, ao se dirigir aos fariseus, disse: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidas ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (Jo 5.39). Ele não disse que as Escrituras testificariam, no futuro, mas no presente; elas testificam.

Como também, ao se dirigir aos dois discípulos no caminho a aldeia de Emaús, disse: “E ele lhes disse: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram” (Lc 24.25). Veja bem, que se Jesus fosse como esses tais pregadores, ele iria assim dizer: Néscios e tardos de coração, os profetas vão dizer que ele tinha que padecer.

O discurso de Pedro, no dia pentecostes, também é um exemplo para os referidos pregadores, para que aprendam com a Bíblia e não com professores equivocados, que além de cometerem o erro, ainda ensinam os mais novos o caminho errado. Vejamos, como foi que o apóstolo Pedro se expressou em sua pregação ao citar as Escrituras: “Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo esta a terceira hora do dia. Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: ...” (At 2. 15,16). Se ele fosse do tipo desses pregadores, diria: Nada disso meus conterrâneos, o profeta Joel vai dizer, que...”.

Paulo nos dá uma grande lição acerca disso quando diz: “E eu, irmãos, apliquei essas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós, para que, em nós, aprendais a não ir além do que está escrito,...” (1Co 4.6). Interessante isso! Paulo fala daquilo que já está escrito. Não disse, que iam dizer, que iam escrever, mas que já estava escrito.

Amados, escrevo estas linhas, apenas para alertar aos novos pregadores, que aprendam corretamente, com os profetas, com Jesus e com os apóstolos, bem como, com os pregadores que continuam a trilhar por caminhos corretos, interpretando e verbalizando a Palavra de Deus.

Em outro momento, quero escrever sobre a expressão “Eu profetizo sobre sua vida”. Veremos se tem base ou cunho bíblico.

Em Cristo Jesus

Pr Daniel Nunes

domingo, 12 de dezembro de 2021

O ZELO DO APÓSTOLO PAULO PELA SÃ DOUTRINA

 

LIÇÃO 11

Texto Áureo

Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1Tm 4.16).

VERDADE PRÁTICA

A igreja de Cristo é a única instituição divina na terra que preserva e defende a sã doutrina diante dos enganos e males das heresias.

Leitura Bíblica em Classe – 1Tm 6.3-6,11; 2Tm 3.14-17

 

INTRODUÇÃO

Nós, como cristãos evangélicos e pentecostais, cremos como doutrina fundamental de nossa fé e prática, na inerrância e na inspiração plena e infalível da Bíblia Sagrada a Palavra de Deus. Como diz na interação com o professor: “Zelar pela sã doutrina que se encontra nas Escrituras Sagradas é inegociável. Em tempos de ventos de doutrinas, torna-se urgente, a partir da vida e ministério do apóstolo Paulo, reafirmar o nosso compromisso com a Sã Doutrina esposada na Bíblia, a Palavra de Deus”.

Veremos nesta lição, o por que zelar pela Sã Doutrina?; E, qual o ponto de equilíbrio da Sã Doutrina? Bem como, veremos outros pontos de suma importância para a sustentação da Sã Doutrina, e o bem que isso nos faz.

I – ORTODOXIA VERSUS HETERODOXIA

Veremos esses dois termos, que tem suas raízes na língua grega, e ainda veremos um terceiro termo, a ortopraxia. Aprendendo esses termos, poderemos ver, a doutrina correta, a prática correta, ou o ensino desviado, adulterado, mesclado, bem como seus praticantes.

1 – Conceito de ortodoxia. Paulo escrevendo a sua segunda carta a seu filho na fé, Timóteo, disse: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15). A expressão “Manejar bem” vem do grego orthotomeo, que significam, fazer um corte reto; expor corretamente a mensagem divina – dividir corretamente. O prefixo orthos, significa correto, direito, reto, certo, e o sufixo temnõ, significa, cortar ou dividir. Fazer um corte reto, dividir corretamente. No Novo Testamento, usado com sentido figurado; lidar corretamente, habilmente; ensinar corretamente a palavra da verdade (2Tm 2.15). Esse termo temno  é derivado tomõtero, significando uma lâmina afiada (Hb 4.12; Ef 6.17; Ap 1.16), possibilitando que faça um corte reto, correto em um único golpe.

2 – O que é de fato doutrina? Essa palavra “Doutrina”, vem do grego didaskalia = Instrução, doutrina, aprendizagem. Substantivo do verbo didasko = ensinar, ensino ou instrução, instruir (Rm 12.7; 1Tm 4.13,16; 5.1). Com o sentido de alerta ou admoestação (2Tm 3.16; Dt 6.6-9; Js 4. 6,7; Ef 6.4; Sal 23.4). Dai vem a palavra doutor, didasko  (At 13.1; Ef 4.11). Um doutor é um indivíduo que tem competência para falar, fazer e agir com maestria dentro de um assunto, fazendo e ensinando direito (2Tm 1.11).

3 – Conceito de heterodoxia. Heteros significa “diverso”. Então, heterodoxia, significa “múltiplas, ou diversas opiniões”. Veja bem, que quando Paulo fala das Sagradas Escrituras, ele usa a palavra “doutrina”, sempre no singular (2Tm 4.2,3), porém, quando fala da falsa doutrina, ele fala no plural (1Tm 4.1). Há um pluralidade de falsas doutrinas nos últimos dias, que Paulo também chama de “ventos de doutrina” (Ef 4.14). Como disse nosso comentarista: “Se a ortodoxia tem um só parecer, a heterodoxia implica várias opiniões a respeito de um mesmo objeto”. A partir desse conceito da heterodoxia, criaram então o conceito que nada é absoluto, que nada pode ser dito que é verdadeiro. A pós-modernidade prega que aquilo que é verdade para um, pode não ser verdade para o outro. Porém, Jesus disse: “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida...” (Jo 14.6). A Bíblia, assim como ensinou Martim Lutero,  o reformador da Igreja, tem a palavra final de tudo e não o homem. Dai uma das solas da reforma ser “Sola scriptura”. Somente as Escrituras poderia dar a palavra final em qualquer assunto sobre a salvação dos homens, não a igreja, suas tradições, etc.

3 – Conceito da ortopraxia. Essa palavra significa “ação correta”. Como disse Jesus aos seus discípulos: “Se sabeis essas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes” (Jo 13.17). Não adianta somente saber o que é certo, mas sim, fazer o que é certo. Jesus comparou o homem que escuta as suas palavras e as praticam, como alguém que construiu sua casa sobre a rocha (Mt 7. 24). Paulo, escrevendo aos crentes da cidade de Éfeso, disse: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10).

II – A AMEAÇA DE CORRUPÇÃO DOUTRINÁRIA

1 – A advertência do apóstolo. Paulo tinha um cuidado muito grande, para que seus alunos, entre os quais estavam Timóteo e Tito, que não ensinassem, nem permitissem que outros ensinassem, aquilo que ele chamou de “Outra doutrina” (1Tm 1.3; 6.3,4; 2Tm 2.2; Ti 1.8-11; 2.1,7).

Paulo manda que Timóteo conservasse o modelo das Sãs Palavras (2Tm 1.13). Naquele tempo já haviam muitos que queriam mudar o modelo da doutrina ensinada pelos apóstolos, e que as igreja primitiva havia perseverado nela (At 2.42; Ef 2.20). Logo, a Doutrina cristã é ortodoxa, quer dizer, correta, direita, reta, enquanto for coerente com o que Cristo e os apóstolos ensinaram.

Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns que não ensinem outra doutrina” (1Tm 1.3). Esse termo, “outra doutrina”, no grego é heterodidaskalein. Ela era uma doutrina mesclada, pluralizada, misturada, portanto, adulterada. Pedro, ao falar do alimento que os novos convertidos deveriam tomar, disse: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que, por ele, vades crescendo” (1Pe 2.2). Pedro, aqui, usa o simbolismo do leite, para se referir a verdadeira doutrina da Palavra de Deus .

Paulo temia, que homens inescrupulosos adentrassem ao arraial dos santos e maculassem a verdadeira doutrina (At 20.29,30; 2Co 11.1-4).

2 – Quais eram os problemas de ordem doutrinária? As igrejas já no primeiro século, sofriam a infiltração de conceitos filosóficos pagãos e judaizantes na interpretação das Sagradas Escrituras e da doutrina dos apóstolos. Alguns, nas igrejas de Éfeso e Corinto, afirmavam crer no evangelho, porém, não renunciavam os costumes pagãos (1Co 8.1,4,10). Outros traziam uma bagagem religiosa do legalismo judaico, aliada ao gnosticismo (1Co 1.12; At 15.1; Gal 1.6,7). O pastor Elienai Cabral nos diz: “É lamentável que, hoje, haja os que defendem a banalização da graça de Deus para, em nome dela, viverem em licenciosidade; e os judaizantes que confundem a liturgia cristã com a judaica, bem como a moral cristã com o legalismo judaico. A igreja de Cristo pertence a um novo tempo e deve obedecer ao ensino do Novo Testamento”.

3 – Fábulas e genealogias intermináveis. Os contadores estórias sempre existiram. Culto aos anjos (Cl 2.18). Sabemos, como disse o Escritor aos Hebreus a respeitos dos anjos “Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” (He 1.14),. Porém, não devem ser cultuados (Ap 22.8,9), nem tão pouco, devemos nos prostar diante dos homens para adora-los (At 10.25,26). Hoje em dia, com a pregação de um evangelho barato. Rico em achismos, malabarismos, e vans filosofias, porém, paupérrimo em verdadeira interpretação bíblica. Fraco de conteúdo doutrinário, onde Cristo não se encontra na maioria das pregações. Pregam um evangelho antropocêntrico, onde o homem e não Deus é o centro dele; as pessoas se tornam presas fáceis, para tais pregadores, pois todos são nuvens sem água, e manchas em nossas festas do ágape.

Não faltam doutores, didaskalos, mas, são falsos mestres, como disse Paulo: “Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas” (2Tm 4. 3,4).

Nos faz lembrar do povo de Israel nos tempos de Jeremias, quando disseram: “... Vinde, e maquinemos projetos contra Jeremias; porquanto não perecerá a lei do sacerdote, nem o conselho do sábio, nem a palavra do profeta; vinde, e firamo-lo com a língua e não escutemos nenhuma das suas palavras” (Jr 18.18).

Que tipo de profeta ou sacerdote os povo queria:

a.     Sacerdotes que não ajudavam, antes atrapalhavam o povo (Jr 23.1);

b.    Sacerdotes e profetas contaminados (23.11);

c.     Sacerdotes que faziam errar o povo (23.13);

d.    Sacerdotes que alimentavam o mal e o engano (23.14);

e.    Sacerdotes que enchiam o povo com falsas esperanças (23. 16,17).

Que tipo de pregador p povo sem compromisso com a sã doutrina quer ouvir? (2Tm 4.3,4).

a.     Mestres segundo as suas próprias cobiças  (que não os repreenda);

b.    Que não cause coceiras em seus ouvidos (pregadores do amor, mas não da justiça de Deus). Não toque na palavra pecado, queremos ouvir da prosperidade financeira, saúde do corpo, beleza, glamour, etc.

c.     Contadores de fábulas (1Tm 4.7; Tt 1.14).

 

III – A IGREJA COMO GUARDIÃ DA SÃ DOUTRINA

1 – A Igreja é coluna e firmeza da verdade.  Escrevendo a Timóteo, Paulo declara, que a Igreja é a coluna e firmeza da verdade. Na ARA diz: “Coluna e baluarte da verdade” I1Tm 3.15); Na versão Transformadora diz “Coluna e alicerce da verdade”; Na NVI diz “Coluna e fundamento da verdade”. Como escreveu o pastor Elienai Cabral: “A igreja é a demonstração viva e santa da verdade do evangelho. Seu papel é o de sustentar, manter e defender a verdade contra todo erro e oposição intelectual, religiosa e filosófica dos falsos mestres. A igreja não pode descuidar desse seu primordial papel. Ela não está aqui no mundo como uma organização a mais. Ela não é uma mera associação, como tentaram fazer dela assim, aqui no Brasil, alguns anos passados. Ela é a coluna e firmeza da verdade. Ela precisa manter-se firme, irremovível, incólume,  no combate a toda sorte de heresias que combatam a sã doutrina.

2 – O objetivo do zelo pela sã doutrina.  Nosso comentarista, aponta a prática do amor, como objetivo do zelo pela sã doutrina (1Tm 1.5), e diz: “O falso ensino e os falsos mestres geram contenda, dissensões e gangrena na comunhão. Logo, não há cristianismo ortodoxo sem a prática do amor de um coração puro e de uma fé não fingida”.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

A APATIA PELA ORAÇÃO

 Todo cristão consciente sabe o grande valor da oração. A Bíblia está eivada de exemplos de homens de Deus que venceram as mais ferrenhas batalhas orando. Como é o caso de Daniel, quando o rei Nabucodonosor, prometeu matar todos os sábios do reinado da Babilônia, caso eles não revelasse  misterioso sonho que tivera e esquecera. Como saber interpretar um sonho que o rei esqueceu? A resposta dos sábios estava certa, quando disseram: “Porquanto a coisa que o rei requer é difícil, e ninguém há que a possa declarar diante do rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne” (Dn 2. 11). O rei enfurecido, mandou que matassem a todos sábios da Babilônia.

Naquele reinado estavam os servos do Deus Altíssimo, Daniel, Misael, Ananias e Azarias. E Daniel perguntou a Arioque, capitão da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios e disse: “... Por que se apressa tanto o mandado da parte do rei? Então Arioque explicou o caso a Daniel. Então Daniel entrou e pediu ao rei que lhe desse tempo, para que pudesse dar a interpretação” (Dn 2. 15,16). E foi, exatamente através da oração que a resposta veio. “Então, Daniel foi para a sua casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros, para que pedissem misericórdia ao Deus dos céus sobre este segredo... Então foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite...” (Dn 2. 17,18,19). Gloria a Deus!

Se sabemos o grande poder da oração, por que oramos tão pouco? Por que essa apatia tão grande por parte dos cristãos quanto a oração? Gostamos de cantar muito, pregar muito, fazer grandes festas. Gostamos de estar na internet, nos blogs, no face book, no zap, no Instagram, etc.   Se somos convidados para cantar, aceitamos de imediato. É só falar que vai ter festa que já estamos lá. Convide-nos para ser o cantor da noite; para ser o pregador do culto; menos para orar!

Orar não dá ibope. Não chama a atenção de ninguém. Não dá like. Não são muitas curtidas quando oramos. Até porque, orar é ter intimidade com Deus. Orar é uma vida de anonimato, onde somente o crente e Deus sabe. São as caladas da noite, as madrugadas, as vigílias, onde a alma do cristão se derrama aos pés de Cristo e a resposta vem.

Porém, nossa carne quer público, elogios, aplausos. Por esse motivo não gostamos de orar.

Voltemos à oração!

Pr Daniel Nunes

terça-feira, 16 de novembro de 2021

PAULO, O PLANTADOR DE IGREJAS

 

LIÇÃO 07

Texto Áureo

Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento” (1Co3.6)

Verdade Prática

A experiência com Cristo é o mais poderoso fator motivacional para plantar igrejas.

Leitura Bíblica em classe: 1Co 3.6-9; At 13.1-3; 16.1-5,9,10

Objetivo Geral: Motivar a igreja local para plantar mais igrejas.

Objetivos específicos

I –   Mostrar que Paulo foi um desbravador sob uma gloriosa obrigação;

II –  Sinalizar Antioquia como ponto de partida para o crescimento da igreja;

III – Pontuar as característica de um plantador de igrejas.

INTRODUÇÃO

Nesta lição veremos a imagem agrária que Paulo tem da igreja. Aqui ele se coloca como evangelista plantador e seu companheiro, Apolo, como professor regador, e Deus, como aquele que faz a planta crescer. Em Isaías 61.3 lemos: “a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê ornamento por cinza. Óleo de gozo por tristeza, veste de louvor por espírito angustiado, a fim de que se chamem árvore de justiça, plantação do SENHOR, pra que ele seja glorificado”.

Sem querer menosprezar o trabalho prestado pelos missionários, Paulo pergunta: “Pois quem é Paulo e quem é Apolo,...” (1Co 1.5) e responde no verso 7 dizendo: “Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento”. Isso é muito interessante a ser estudado, pensado e refletido, em um mundo hodierno, onde todos querer ser o mais importante, quando se trata do crescimento de uma obra. Todos querem seus egos massageados.  Porém, Paulo não fazia isso, nem como ele mesmo, nem com os outros. Na verdade, ele estava com essas palavras, desfazendo uma contenda que estava havendo entre os irmãos em Corinto, onde dizia um “Eu sou de Paulo, e outro: Eu, de Apolo...” (1Co 3. 4). Paulo então nos diz que eles nãos estavam em nenhuma disputa, mas que seus ministérios são complementares, e os dois eram “cooperadores de Deus” (v.9).

Nesta lição veremos como foi o processo de plantação de igrejas que Paulo executou. Quer dizer: Quais seus métodos, maneiras, onde começou, e, quais as características do plantador de igrejas locais frente aos novos desafios.

 

 

I – PAULO, O DESBRAVADOR SOB UMA GLORIOSA OBRIGAÇÃO

1 – Paulo, o desbravador. O desbravador é uma pessoa que se lança ao desconhecido. É um explorador de lugares onde antes ninguém palmilhou. Disse Paulo “E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo houvera sido nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm 15.20) (2Co 10.16). Ele disse que tinha colocado o fundamento, e que esse fundamento era Cristo (1Co 3. 10,11), e que cada um pudesse ver como edificaria sobre esse fundamento. Há hoje em dia, muitos usando o fundamento do nome de Jesus, porém, o edifício são de obras puramente humanas, e não espirituais (1Co 3.12-15).

Paulo dedicou a sua vida para propagar o evangelho de Jesus e cumprir sua missão no mundo gentílico (At 20.24; 2Co 12. 15). Paulo foi o maior contribuinte de todos os tempos na implantação de igrejas e no crescimento da fé cristã. Não houve quem plantasse tantas igrejas em tão pouco tempo, como o apóstolo Paulo. Sem sombra dúvida, Paulo nos constrange a semear o Evangelho e a plantar igrejas em lugares onde pessoas nunca ouviram falar das boas novas.

Minha experiencia em campo missionário, foi ver pastores e missionários amontoados, algumas vezes discutindo por causa de números maiores de crentes, quando havia muitos lugares que Jesus ainda não era conhecido. Na Bolívia, todos os missionários que chegaram do Brasil, principalmente, ao longo de 40 anos,  queria se estabelecer na cidade de Santa Cruz ou Cochabamba, porque eram cidades grandes, tinha de tudo para comprar, daquilo que os brasileiros gostam de comer ou usar. Não queriam ir para o sul da Bolívia, como as cidades de Sucre, Potosí, Tarija, Oruro, etc. Foi exatamente para lá que Deus nos conduziu.

2 – Uma gloriosa obrigação. Para um salvo por Cristo, conhecedor do seu evangelho, ser chamado e obrigado a divulgar essa boa notícia, seria como nos acostumamos dizer: “é juntar a fome com a vontade de comer”. Outros dizem: “É jogar o sapo na água”. Por isso, pode sim, ser chamado de “Uma gloriosa obrigação”. Porém, Paulo, chama a nossa atenção para a responsabilidade dessa obrigação,  quando diz: “Porque, se a anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho! E, por isso, se faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada” (1Co 9.16,17). Apesar da obrigação ser gloriosa, se não for cumprida a risca haverá punição (Mt 25.24-30). Disse Paulo: “...ai de mim se não anunciar...”. Quer dizer: sofreria grandes aflições. Paulo não nos diz qual seria a natureza dessas aflições, mas, já é suficiente saber que o fracasso em pregar o evangelho trará grandes calamidades para àqueles que são chamados como Paulo. Devemos lembrar da chamada de Jeremias (Jr 20.9).

3 – Plantação de igreja, uma parceria. A vida é construída de solidariedade. Assim estabeleceu o SENHOR, para que ninguém viesse a dizer que fez tudo sozinho. O Senhor Deus, poderia fazer tudo sozinho, porém não o fez. Preferiu compartilhar essa missão da plantação de igrejas com homens, seus servos a quem ele salvou e comissionou para tão nobre e sublime missão (Mc 1.16,17). Portanto, Paulo vê essa missão, como um trabalho em parceria com Deus, onde o homem planta e rega e Deus, e unicamente Deus pode dar o crescimento. Não podemos menosprezar e dizer que Jesus não precisa de nós. Ele poderia até ter feito assim, porém, de sua livre vontade, preferiu contar conosco, assim, como ele contou com aquele simples jumentinho, ao dizer: “...Ide à aldeia que está defronte de vós; e, logo que ali entrardes, encontrareis preso um jumentinho, sobre o qual ainda não montou homem algum; soltai-o e trazei-mo, E, se alguém vos disser: Por que fazeis isso? Dizei-lhe que o Senhor precisa dele,...” (Mc 11. 2,3). Jesus precisa de mim e de você, porém, não devemos nos orgulhar, para que não venhamos trabalhar em vão (1Co 3. 6-9). Portanto, nós, os servos do Senhor, temos a sublime missão de semear (Mt 13.3), e Deus fará germinar a semente. Deus e o homem cooperam na plantação de igrejas (Mc 16. 15,20).

 

II – ANTIOQUIA, O PONTO DE PARTIDA PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA

1 – Uma igreja missionária. Devemos lembrar que a igreja em Antioquia, havia sido plantada por irmãos que saíram de Jerusalém, por causa da grande perseguição, e onde eles ia, anunciava a palavra de Deus, e chegaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia, a princípio não falando a outros a palavra a não ser aos judeus (At 11. 19), porém, Lucas nos relata que, alguns varões de Chipre e Sirene que havia entre eles, “... entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando Jesus” (At 16. 20). Então, o evangelho se expandiu de tal forma, que Barnabé, foi a Tarso em busca do doutor Saulo, para que o mesmo ajudasse na ministração do ensino aos crentes daquela cidade (At 11.25,26).

Deus levantou muitos profetas e doutores naquela igreja (At 13.1), e foi exatamente dali o ponto de partida para as viagens missionárias de Paulo e Barnabé, onde sob a égide do Espírito Santo, partirão, após a imposição das mãos dos demais obreiros que ficaram, e com jejum e oração, desceram para a Selêucia, e prosseguiram viagem (At 13.2-4).

2 – A primeira viagem missionária (At 13,14).Todas as viagens missionários de Paulo começam com a ação do Espírito Santo (At 13.1-12). Será que hoje mudou? A maneira é diferente? Não. Se fizermos diferente da cartilha missionária não haverá bons resultados! Lucas pontua que, nas três viagens, Paulo faz a obra de um apóstolo e profeta cheio do Espírito Santo (At 13.4; 16. 6-8; 19.1-7). Será que não é isso que o mundo está precisando? Homens e mulheres cheios verdadeiramente do Espírito Santo? Não apenas barulhentos, movimenteros, sapateadores, bravateiros nos púlpitos, mas, homens e mulheres verdadeiramente cheios do Espírito e que ouçam a sua maravilhosa e diretiva voz (At 16.6,7).

Na implantação de igrejas há muitos desafios, assim como Paulo e Barnabé encontraram à sua frente (At 13. 6-12). Não é um trabalho fácil, nem será realizado por covardes e medrosos, mas por valentes de Deus (Js 1.9).

3 – A segunda viagem missionária (At 16-18). Após o concilio de Jerusalém, para resolver um problema de ordem doutrinária (At 15), Paulo volta visitar as igrejas que ele tinha plantado, a partir das regiões do Oriente para o Ocidente, envolvendo a Ásia e a Europa. Houve uma mudança de rumo, tudo isso na direção do Espírito Santo, e acabou indo para as regiões macedônicas (At 16.9,10). Então, Paulo empreende uma viagem que incluiu as cidades de Derbe, Listra, Troas, Filipos, Tessalônica, Bereia, Atenas, Corinto, Éfeso. Outras cidades foram alcançadas pelo ímpeto evangelístico do apóstolo e inúmeras igrejas foram plantadas. Como é maravilhoso quando estamos na dependência do Espírito Santo, temos uma visão ampliada acerca do Reino de Deus.

III – CARACTERÍSTICA DE UM PLANTADOR DE IGREJAS

1 – Motivados pelo chamado. A quem Deus chama, capacita, a quem Ele capacita, envia e a quem Ele envia, cuida. A maior motivação de um plantador de Igrejas, assim como Paulo, deve ser o chamado divino (At 9.17-22). Na vida de Paulo, tudo começou no caminho de Damasco (At 9. 4,5). Sempre haverá um ponto de partida em que somos tomados pela consciência daquilo que Deus nos chamou para fazer (1Sm 16.13). Paulo tinha muita consciência do seu chamado (Gal 1.1; Ef 1.1).

2 – Experimentado no deserto da vida. No deserto Deus trabalha em nosso temperamento, caráter, personalidade, espiritualidade, etc. Assim foi com Moisés, Elias, João Batista, Paulo, e até Jesus passou por lá. Será que não precisamos passar? Sim todos nós passamos por nossos desertos da vida. É exatamente no deserto que somos forjados para enfrentarmos os duros desafios na plantação de igrejas (1Co 16.8,9).

3 – A Igreja segundo as Escrituras. É vergonhoso o que estão chamando de igreja por ai. Tem de tudo, menos as Escrituras. A igreja segundo as Escrituras, é um lugar onde devemos ter um relacionamento pessoal com Deus; onde há amor pelo pecador e pelos irmãos; onde há fé na Palavra de Deus, e o poder do Espírito Santo opera entre os crentes. Onde o povo de Deus é cheio do Espírito Santo, para o exercício do serviço cristão (At 1.8); onde há profusão dos dons espirituais, ministeriais e de serviço (1Co 12. 28-31); onde os demônios são expulsos; os enfermos são curados; a Palavra fiel é pregada na autoridade do Espírito; e onde os obreiros não desprezam a oração e a ministração da Palavra (At 6.4). Nessa igreja, disse o pastor Elienai Cabral: Batizamos em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, partilhamos da ceia do Senhor e aguardamos a sua volta para nos encontrarmos com Ele. Não podemos perder de vista que nós plantamos, mas é Deus que dá o crescimento e aprova a obra (1Co 3.6).

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

O PERIGO DO SONO DEMASIADO

 


Desperta, ó tu que dormes...” (Ef 5.14)

O sono é de suma importância para uma vida saudável. Ele revitaliza, descansa, recompõe as energias, controla o apetite, melhora o humor, a memória, o raciocínio, etc. Porém, já existem estudos científicos que provam que sendo um sono demasiado, ou em períodos com mais de oitos horas de duração, existem sérios riscos. Dormir demais gera doenças cardíacas vasculares e hipertensão, entre outras enfermidades.

Há tempo para todo o propósito debaixo do céu, inclusive o de dormir e o de manter-se acordado. Depois dos discípulos terem dormido por um tempo, Jesus chegou lhes disse: “...por que estais dormindo? Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação” (Lc 22.46).

Abraão foi tomado por um profundo sono em uma hora muito errada, pois ele estava oferecendo sacrifícios ao Senhor (Gn 15.12). Enquanto ele se manteve acordado, enxotava as aves de rapina que queriam comer o seu sacrifício. Certamente, há hora que dormiu, essas mesmas aves tiveram espaço para invadir seu culto a Deus. Isso tem, certamente, um sentido espiritual muito profundo para todos nós. Não devemos dormir espiritualmente, pois os demônios estão à espreita para tentar roubar nosso sacrifício ao Senhor.

Sansão, o grande herói de Deus, perdeu os cabelos (pacto com Deus), a força, a intimidade com Deus e os olhos, por estar dormindo no colo de Dalila (Jz 17.19-21). É outro que dormiu na hora errada e no lugar errado. Dalila pertencia aos filisteus, portanto, inimiga do povo de Israel. Ela sabia também que Sansão estava devastando as terras filisteias, e, arquitetou um plano para inutilizar as suas forças. Tomemos todo cuidado, pois o inimigo não brinca e nem dorme em serviço, e nós também não podemos dormir.

O profeta Elias, após uma grande batalha contra os falsos profetas de Jezabel, e ameaçado por essa tirana mulher, debaixo de uma árvore de zimbro, pediu para morrer, deitou e dormiu. Porém, veio um anjo do Senhor e lhe disse: “...Levanta-te e come” (1Rs 19-4-8). Elias estava entrando em depressão, e precisava do socorro do Senhor. A Bíblia diz que “Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angustia” (Sal 46.1). O mesmo Deus que trouxe socorro e cura para Elias, trará também socorro e cura para você.

Disse Salomão quanto ao preguiçoso: “Um pouco a dormir, um pouco a cochilar; outro pouco deitado de mãos cruzadas para dormir, assim te sobrevirá a tua pobreza como um caminhante, e a tua necessidade como um homem armado” (Pv 24.33,34).

Eutico, caiu do terceiro andar e morreu, porque estava dormindo na hora do culto (At 20.7-9). Mais um dormindo na hora errada e no lugar errado. A sorte de Eutico é que tinha um Paulo cheio do poder de Deus, que, não foi zombar dele por ter dormido ou caído da janela, mas, com autoridade de Deus, repreendeu a morte, e o trouxe de volta ao seio da igreja, são e salvo.

As palavras de Paulo ressoam muito forte aos nossos ouvidos nestes tempos hodiernos, nesta última hora da igreja na face da terra; Não estamos aqui falando do sono material ou físico, mas do sono espiritual. Ouçamos o apóstolo: “E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono, porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé” (Rm 13. 11).

O inimigo aproveita o sono dos trabalhadores do reino, para semear o joio em nosso meio (Mt 13. 24,25).  Nestas últimas horas da igreja, precisamos manter-nos acordados e muito despertados, como disse Jesus: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora que não penseis” (Mt 24.42-44).

Amém.

Vosso em Cristo

Pr Daniel Nunes

domingo, 31 de outubro de 2021

“Jesus Cristo, e Este crucificado”

A MENSAGEM DO APÓSTOLO

 

Leitura Bíblica em Classe  - 1Co 1.18-25; 2.1-5

Objetivo Geral – Ressaltar que Jesus Cristo, e este crucifica, é o centro da mensagem cristã.

Objetivos específicos

         I .    Destacar a centralidade da pregação de Paulo;

II .   Elencar as expressões-chave na doutrina de Paulo;

III .  Pontuar os efeitos da mensagem da cruz.

 

INTRODUÇÃO

 

Nas palavras do pastor Antônio Gilberto (Bíblia AG, CPAD, 2021), no capítulo 2 da primeira carta de Paulo aos Coríntios, encontramos a essência da verdadeira pregação do evangelho de Cristo. Ele disse que ali se destaca três  verdades fundamentais sobre o assunto: De 1-5 vemos o poder da mensagem da cruz através do pregador; de 6-9 vemos a insignificância da sabedoria humana na comunicação e recepção da mensagem cristã; e de 10-16 vemos o sublime efeito da revelação da cruz de cristo no ouvinte.

Paulo descobriu a verdade sobre o Cristo crucificado e ressurreto e, por isso, sua missão de vida foi pregar aos judeus e aos gentios, que o Cristo que foi crucificado, morreu, mas ao terceiro dia ressuscitou era o Salvador prometido nas profecias dos antigos profetas de Israel do Antigo Testamento. Assim, o Cristo, e este o crucificado foi o tema central de suas pregações. Para ressaltar essa centralidade, devemos prestar atenção nas expressões que se destacam em suas cartas: “O evangelho de Cristo”, “Cristo crucificado” e “Cristo ressurreto”. Nesta lição, veremos o quanto a mensagem da cruz traz impacto à nossa vida espiritual e pessoal.

 

I – A CENTRALIDADE DA PREGAÇÃO DE PAULO

 

1 . O ministério de pregação e o Cristo crucificado. Feliz o homem e a mulher que se coloca a disposição de Deus para ser um porta-voz do Evangelho genuíno de Cristo Jesus. A mensagem mais alvissareira, mas produtiva e construtiva que se pode pregar, é dizer que Jesus Cristo, Aquele que foi crucificado, ressuscitou ao terceiro dia, está vivo para todo sempre e pode nos salvar completamente de nossos pecados, nos fazendo justificados e justos diante do Pai.

Paulo foi o maior expoente, teólogo e doutrinador do cristianismo, isto, sem também deixar de ressaltar o valor dos demais apóstolos e escritores, como Pedro, Lucas, João, etc. Paulo foi fiel aos ensinos de Cristo, lançando assim os fundamentos da doutrina cristã para todas as eras. Mesmo não tendo convivido fisicamente o Cristo-homem, ele recebeu toda a revelação do próprio Cristo (Gl 1.12) para pregar o Evangelho sem se opor, nem contradizer aos ensinos dos outros demais apóstolo de Jesus.

Hoje ainda, os pregadores autênticos do Evangelho de Jesus, continuam lançando mão aos ensinos paulinos, para sedimentar suas pregações, que indubitavelmente, falam aos corações, e mesmo os corações de pedra, são movidos pela Palavra da Cruz de Cristo.

2. A Palavra da Cruz é loucura da pregação. Jesus é o principio meio e fim da pregação cristã. Não se pode pregar o Evangelho genuíno sem falar de Cristo, sua morte e ressurreição. Mas afinal, qual é o sentido da “cruz de Cristo” (1Co 1.17), da “palavra da cruz” (vv 18,23)?

Estaria o apóstolo Paulo falando do “madeiro” mesmo? Perguntou o pastor Antônio Gilberto. E ele mesmo responde:

“Cruz” aqui é uma metonímia, ou seja, é um símbolo da obra redentora de Cristo, mediante sua morte substitutiva no Calvário. Não se trata de uma cruz qualquer, mas da “cruz de Cristo” (Jo 19.25; 1Co 1.17; Gl 6.12,14;Fl 3.18).

A palavra “cruz” evoca o indizível sofrimento de nosso Senhor, sua paixão e morte, e todas as bençãos proporcionadas por seu sacrifício: a expiação, a redenção, a reconciliação, o perdão, e a remoção da maldição da lei (Rm 3.24-25; Gl 3.10-13; Ef 2.16; Cl 1.20; Hb 12.2).

3. Escândalo para o judeus e loucura para os gregos. Porque isso? Qual o sentido disso? Porque essa pregação, tendo sua centralidade em um Cristo crucificado causava todo esse alvoroço entre judeus e gentios? Para os judeus que se baseavam na lei de Moisés, os pendurados na cruz eram malditos (Dt 21.23), portanto, era um escândalo para os judeus essa menagem da cruz. Os gregos, com toda a sua sapiência, erudição e retórica, não cria nessa mensagem, pois não era cheia de filosofias, mas uma mensagem simples, por isso mesmo, uma mensagem louca. Porém, Paulo disse: “Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (1Co 1.24).

 

II – EXPRESSÕES-CHAVE NA DOUTRINA DE PAULO

 

1. “Evangelho de Cristo”. A palavra “evangelho”, além de aparecer nos quatro evangelhos, também está nas cartas de Paulo. Escrevendo aos Romanos, disse: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1.16). Das 76 vezes que ocorre a palavra evangelho no NT, 56 delas encontramos nas cartas paulinas. Portanto, podemos dizer que o evangelho é uma mensagem central na doutrina ensinada pelo apóstolo.

Qual o significa da palavra “evangelho?”. Vem do grego evangelion.  O prefixo eu é uma forma neutra da palavra que significa “bom, bem feito”. Assim a palavra “evangelho” significa “boa-nova; boa notícia que se leva às pessoas”. Jesus disse que se pregasse essa boa noticia a todas as criaturas (Mc 16.15). Isso é fundamental! Paulo fez isso e, não por acaso, identificava sua pregação como “o evangelho de Deus” (1Ts 2.2,8,9; 2Co 11.7; Rm 1.1,15,15). Paulo disse: “            Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho” (1Co 9.16).

2. “Cristo Crucificado”. Com o homem gosta da autossuficiência! Para judeus e gentios, um Messias que foi crucificado, não poderia resolver os seus problemas. Porém, a palavra da cruz foi o tema dominante na mensagem do evangelho pregado por Paulo. Se o mundo julgava como loucura, o apóstolo afirmava que se tratada da mais sublime demonstração da sabedoria de Deus.

“Cristo ressurreto”. Qual seria o sentido de nossa pregação da cruz, se Cristo não tivesse ressuscitado? Certamente  nenhuma. Disse Paulo: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E Também os que dormiram em Cristo estão perdidos” (1Co 15. 17,18); mas prossegue o apóstolo: “Mas, agora, Cristo ressuscitou dos mortos e foi feito as primícias dos que dormem” (v 20). No mesmo capítulo 15, em seu início, Paulo escreve uma lista das testemunhas da ressurreição de Cristo, incluindo ele, o qual se identifica como um abortivo (1Co 15. 3-8). Paulo então, afirma com muita convicção que “...Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1Co 15. 3,4).

 

III OS EFEITOS DA MENSAGEM DA CRUZ

 

1. Uma vida no poder de Deus. O Evangelho é poder de Deus para salvar o mais vil pecador, para libertar o mais escravizado nas mãos do diabo, assim como foi o gadareno (Mc 5. 1-15); Maria Madalena (Mc 16.9). Jesus disse: “Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36). A mensagem da cruz é uma mensagem de poder (1Co 1.18).

Quando Pedro pregou o evangelho de poder, os corações foram compungidos, quer dizer, perfurados pelo poder da palavra (At 2.37); Quando Estevam pregava, a Bíblia diz: “E não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava” (At 6. 10); Quando o diácono Filipe pregava em Samaria, diz a Palavra: “E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia, pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados “ (At 8. 6.7).

Os milagres da salvação, curas e libertação devem acompanhar a nossa vida no serviço do Reino de Deus. A mensagem que pregamos não é filosofia humana, mas o poder de Deus para a transformação da vida de quem crê no Evangelho (Rm 10.17; Mc 16.15-20).

2. Uma vida de humildade.  Paulo nos diz que “... As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam” (1Co 2.9). Quer dizer, não são os sábios segundo o mundo, os catedráticos, etc, mas a revelação vem pelo Espírito ao coração do homem. Somente Ele pode revelar as grandezas profundas do Pai (1Co 2. 10; Ef 1.16-19; 3. 14-21). Segundo Paulo, diante de Deus, a sabedoria do mundo é mera loucura (1Co 1.20). Pois essa sabedoria enaltece o narcisismo humano e recusa reconhecer Jesus Cristo como Filho de Deus. A sabedoria divina, revelada pelo Espírito Santo, nos leva a glorificar ao Filho de Deus (Jo 16.13,14). A humildade é uma das maiores marcas de Cristo em seus servos (Fl 2. 3-8).

3. Uma vida na dependência do Espírito Santo. Veja o que Paulo disse quanto ao anunciar essa mensagem: “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor” (1Co 2.2,3). A fraqueza aqui conota dependência de Deus (BAG). Aqui fala de um temor no sentido positivo (interior), e que leva ao tremor (exterior). Muitos não tremem diante do senhoria de Cristo porque não o temem. Essa falta de temor de Deus vem do engano da autossuficiência humanas. Paulo teve seu ministério confirmado pelo Espirito Santo, pois ele declara: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1Co 2.4). Se o evangelho fosse apresentado por mera sabedoria humana (infelizmente, alguns estão tentando assim fazer), ele não surtiria nenhum efeito salvífico no homem.

Assim como Paulo, devemos ter a plena consciência das nossas fraquezas humanas, limitações pessoais, medos interiores (2Co 7.5). Devemos sempre confiar no Espírito Santo de Deus (2Co 2.4).

 

CONCLUSÃO

 

Entendo ser importante frisar, que a missão de levar a mensagem da cruz, não se trata andar com uma cruz física pendurada no pescoço, no espelho do carro, nem uma grande cruz no púlpito da igreja. Não é isso. Como já falamos acima, “Cruz” aqui é uma metonímia, ou seja, é um símbolo da obra redentora de Cristo, mediante sua morte substitutiva no Calvário. Não se trata de uma cruz qualquer, mas da “cruz de Cristo” (Jo 19.25; 1Co 1.17; Gl 6.12,14;Fl 3.18).

A palavra “cruz” evoca o indizível sofrimento de nosso Senhor, sua paixão e morte, e todas as bençãos proporcionadas por seu sacrifício: a expiação, a redenção, a reconciliação, o perdão, e a remoção da maldição da lei (Rm 3.24-25; Gl 3.10-13; Ef 2.16; Cl 1.20; Hb 12.2).

O pastor Antônio Gilberto nos diz o seguinte: “O verdadeiro sentido da Cruz de Cristo aplicado à vida cristã, é a renúncia total, voluntária e incondicional do crente a Cristo, para segui-lo até o fim (Mt 16.24; Lc 14.26,27,33; Rm 6.6; Gl 2.20).

Amém.

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

MARCADOS

E saiu-lhe o sol, quando passou a Peniel; e manquejava da sua coxa” (Gn 32. 31).

Debaixo desse céu, desse sol, da lua e das estrelas, onde nada passa desapercebido ante a face de Deus, assim como Jacó, todos nós, independentemente de cor, nacionalidade, grau escolar, sendo rico ou pobre, seremos marcado de alguma maneira. Uns mais outros menos. Mas todos seremos marcados.  A vida e o tempo se encarrega de nos marcar. Porém, juntamente com a vida e o tempo, existem seus ajudantes que também nos marcam.

São marcas do passado, marcas do pecado, marcas da vida, marcas de morte, marcas leves, marcas indeléveis, marcas doloridas, marcas sentidas, marcas sofridas.

Não adianta se esquivar, pois todos seremos marcados. Estigmatizados. Essas marcas algumas vezes são feitas pelos que nos amam, sim, amigos de verdade. Salomão disse que “Fieis são as feridas feitas pelo que ama (Pv 27.6); outras vezes por ferozes inimigos. Porém, todas são marcas. Marcas que nos ofendem, que fendem nosso coração, nosso espírito, nossa alma.

O homem em sua tricotomia, nem sempre deixa transparecer suas marcas. Há marcas que estão apenas na parte imaterial do homem, espírito e alma. Essas são as piores marcas! As marcas no corpo, como na pele, ou interior do corpo humano, podem ser as mais notadas, mas não são as piores. Sei que em um mundo narcisista como o que vivemos, uma marca na face, ou um manquejar como o de Jacó, chama a atenção. Mas, volto a dizer: não são as piores marcas. Seja por isso que o Mestre da Galileia disse: “E, se a tua mão te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um de teus membros se perca do que todo o teu corpo seja  lançado no inferno” (Mt 5.30). Quer dizer, a marca exterior não te levará ao inferno, mas sim a interior.

Cristo foi também marcado. O Profeta Zacarias escreveu dizendo: “E, se alguém lhe disser: Que feridas são essas nas tuas mãos?, dirá ele: São as feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos” (Zc 13.6). Após Cristo ter ressuscitado, se apresentou pela segunda vez ao seus discípulos, e Tomé estava com eles, então ele disse: “... Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente” (Jo 20. 27).

Jesus foi marcado não somente pelas feridas de seus algozes na cruz. Antes disso foi marcado pelo ferimento da incredulidade de seus próprios irmãos, pela indiferença dos seus patrícios, da traição de Judas Escariotes, da negação de Pedro, e o abandono de todos os seus discípulos. Porém, Ele nos deixou uma marca indelével; a marca do amor. “...como havia amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” (Jo 13.1).

Na verdade não sei quais são as marcas em sua vida. Não sei se leves ou profundas. Não sei se ainda machucam. Não sei se é no corpo ou na alma. Não sei também se foram amigos ou inimigos que as fizeram.

Paulo disse: “Desde agora, ninguém me inquiete: pois trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus” (Gl 6.17). Sim, essas marcas, por mais dolorido que seja para as recebe-las, certamente valerá a pena. Paulo, falava com muito entusiasmo: “...trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus”. Gloria a Deus! Essas são as marcas que queremos lembrar.  As marcas que o inimigo fez um dia não terão mais valor. Quer dizer, para os lavados pelo sangue de Jesus, elas já não tem mais valor. Não importa quão profundas sejam as marcas do pecado e do teu passado. Jesus passa sua mão, passo o seu precioso sangue, seu bálsamo, e vai tirando tudo. Ele é um cirurgião que trabalha nos mínimos detalhes de todo teu ser. Não importa onde esteja a mancha da marca, a nódoa, a mácula, o nódulo, o caroço, ele arranca pela raiz, e não deixa nenhum sinal. Você crê nisso? Crê que o sangue de Jesus tem poder para te purificar de todo mal, e fazer um cirurgia plástica em todas as tuas marcas?

Poderia aqui citar inúmeras pessoas que passaram pela cirurgia de Cristo. Mas, uma delas foi Maria Madalena. Essa mulher, esquecida e desdenhada por todos, passou a ser a grande e primeira missionária da ressurreição de Cristo, tudo porque passou pela cirurgia do Mestre da Galileia, e ele apagou as marcas do seu passado. Posso te dizer uma coisa? Esse cirurgião continua Vivo e continua trabalhando em vidas que precisam dEle. Entra já em seu consultório, fala com Ele, e será atendido imediatamente. Não tem fila, não precisa de plano de saúde e nem se paga nada. Ele atende gratuitamente. Aleluia!

Pr Daniel Nunes

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

SAULO DE TARSO, O PERSEGUIDOR

 

Lição 2


Texto áureo

E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo-sacerdote.” (At 9.1

Verdade Prática

A igreja é uma instituição divina que perdurará na terra até o arrebatamento, pois do contrário, já teria acabado ao longo da história.

Leitura Bíblica em Classe – At 8.1-3; 22.4,5; 26.9-11

Objetivo geral – Conscientizar a respeito do problema da perseguição aos cristãos no mundo.

Objetivos específicos

I.                Elencar as características persecutórias de Saulo;

II.              Expor a respeito da perseguição contra a igreja em Atos;

III.            Esclarecer  a respeito de um sistema contra a Igreja.

INTRODUÇÃO

Escreveu o pastor John Pitt, em sua obra, “Quando Vem a Perseguição”, CPAD, 1993 “Preparação para a perseguição!, parece sinistro. Preparação para o céu soa melhor, pois, quem gostaria de preparar-se para a perseguição?” Segue ele: “A Bíblia diz que a perseguição é certa. Não é improvável, nem provável: É certa! Em 2Tm 3.12 está escrito: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos”. Paulo disse: “Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nEle, como também padecer por Ele” (Fil 1.29). Escrevendo a Timóteo disse: “Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência, perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra, quantas perseguições sofri e o Senhor de todas me livrou”.

Por quais perseguições a igreja do ocidente passa hoje? Será que somos perseguidos? Será que isso que chamamos de perseguição dentro e fora da igreja é de fato perseguição? Temos ouvido alguns irmãos dizendo: Eu estou sendo perseguido por irmão fulano de tal, pelo tal e tal pastor. Será que é essa perseguição que a Bíblia fala? Logicamente que não. Disse o Escritor aos Hebreus para seus leitores, os judeus convertidos a Cristo: “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado” (Hb 12. 4). Perguntou eu para nós, cristãos ocidentais: “E nós, o que temos sofrido?”. Não será por isso que temos hoje uma geração de crentes tão fracos, tão desanimados, que por qualquer coisa mudam de igreja, fundam igrejas, desviam do evangelho, etc. Uma geração que não ora, que não gosta da verdadeira doutrina, que não ama a Palavra, mas sim, as promessas da Palavra. Sua Bíblia são finas, pois não contem exigências, somente promessas.

Há uma igreja perseguida mundo afora. Onde cristão são presos, arrastados, decapitados, acorrentados, etc.

I – SAULO DE TARSO, O PERSEGUIDOR IMPLACÁVEL

1.    Saulo se descreve como “blasfemo, perseguidor e opressor” (1Tm 1.13). Saulo, uma fera selvagem (At 8.1; 1Tm 1.13; 1Co 15.9; At 8.3; Gal 1.13; At 9.21). Saulo se torna um assassino perverso. O mais ardoroso e cruel perseguidor da Seita do Nazarenos. Diz o pastor Hernandes Dias Lopes que Saulo

a.    Perseguia a religião dos crentes (At 22.4);

b.    Perseguia o Deus dos crentes (At 26.9);

c.     Perseguiu e encerrou e matou a muitos crentes (At 26.10). Paulo era de fato uma fera selvagem.

Depois do enterro de Estevão, Saulo assume parte principal na perseguição dos crentes de fala grega. E mais tarde, não somente a igreja lembrava disso (At 9.21,26), mas o próprio Saulo tinha constantes lembranças daqueles atos cruéis (At 26.9-11).

2.    As ameaças de Saulo. A Bíblia diz “E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor...” (At 9.1). Como um touro indomável, Saulo respira vingança contra o povo de Deus. Porém, os planos de Saulo são frustrados, pois, enquanto Saulo respirava ameaças e assolava a igreja, Filipe pregava e muitos criam no Senhor Jesus (At 8. 3-6).

Já há muito tempo o Espírito Santo trabalhava no coração de Saulo. A oração de Estevão: “Senhor, não lhes impute pecado” (At 7.60), e cada cristão, que quando arrastado, não blasfemava, mas, cheios do Espírito Santo cantavam e oravam, eram punçadas no consciência de Saulo.

3.    Por que Saulo perseguia os cristãos? O apóstolo Paulo, nunca se esquivou de sua trajetória de perseguidor. Alias, há sacros escritores que entendem, que o próprio Paulo, incitou a Lucas deixar registrado tudo, para vergonha do próprio apóstolo e para que se manifestasse a graça de Deus em sua vida (1Tm 1.13-16). Saulo, que foi educado como um erudito, seria alguém capaz de tal brutalidade? Podemos até pensar que não. Porém, ele, pelo zelo extremo pela Torah, se embruteceu a tal ponto, que, pessoalmente, “entrava de casa em casa”, mostrando assim seu tremendo fanatismo, de forma que ninguém podia se sentir seguro, nem mesmo dentro de sua própria casa, com aquela fera solta (At 8.3). Para Saulo, o anúncio de que um crucificado pudesse ser o Messias prometido pelos profetas do AT era um escândalo (Gl 3.13), pois assim estava escrito na Torah (Dt 21.22,23).

II – A PERSEGUIÇÃO CONTRA A IGREJA DE CRISTO

1.    Contra os seguidores de Cristo. Persegui o caminho até a morte, prendendo e metendo em prisões, tanto homens como mulheres” (At 22.4). Como falamos acima: Ele perseguiu a igreja do Senhor. O nome de Saulo aparece pela primeira vez, já fazendo parte da perseguição ferrenha contra vida de Estevão, quando o apedrejaram e o mataram, Saulo não somente consentia, mas, guardou as vestes dos assassinos (At 7.58; 22.20). Sua clara intenção era acabar de vez com “a Igreja”. Ao ataca-la, Saulo atingiu as pessoas que representavam Cristo (At 9.2). Interessante que, aquilo que Natanael falou “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” (Jo 1.46), foi reverberado depois pelos inimigos da Igreja de Cristo, onde eles chamavam os seguidores de Cristo de “a seita dos nazarenos” (At 24.5; 26.9), e foi exatamente assim que Cristo se apresenta a Saulo. Quando ele pergunta: “Quem és tu Senhor?”, Jesus responde: “Eu Sou Jesus, o Nazareno, a quem tu persegues (At 22.8).

2.    Saulo de Tarso e Estevão. Charles Fergunson Ball (1998), diz que pode ter sido na sinagoga da Cilícia, que Paulo encontrou com Estevão pela primeira vez. O diácono Estevão, era homem erudito em judaísmo. Mesmo tendo um ódio mortal do primeiro apologista, conforme escrevo Ciro Sanches Ziborde (2018),  Saulo sabia que nenhum fariseu podia ser possuído por tanto zelo como ele via em Estevam. Uma coisa é certa: Paulo nunca pode apagar de sua mente, o rosto de Estevão, brilhando como se fora um anjo de Deus, pois ele testemunhou isto, dizendo: “Quando se derramava o sangue de Estevão, tua testemunha, eu também estava presente, consentia nisso e até guardei as vestes dos que o matavam” (At 22.20). Estevão foi o primeiro mártir do Evangelho. Se Saulo e os demais fariseus e saduceus achavam que iriam parar a Igreja, se enganaram redondamente. A Igreja, movida pela perseguição, foi espalhada para outras partes, e prosseguiu crescendo.

3.    Uma intolerância religiosa e política contra a Igreja atual. A igreja atual continua a despertar fúrias de certas autoridades políticas e religiosas que não aceitam a mensagem de liberdade e  vida que o Evangelho proporciona. Nossos irmãos, que servem a Deus em países políticos e religiosamente fechados para o Evangelho, continuam a pagar, com a própria vida, a fidelidade à mensagem de Cristo. Oremos pela igreja perseguida. Porém, nós, que vivemos em países, onde se diz ter liberdade religiosa, não devemos nos enganar, pois o cerco esta se fechando. Vemos que partidos políticos, e líderes partidários, já dizem e propagam a alto e bom som, e por todas a mídias sociais, que se chegarem ao poder, vão colocar cabrestos nas igrejas. Ultimamente, transita pelas redes sociais, que a ONU (Organização das Nações Unidas), lançou uma carta, que fala do seu desejo de acabar com o cristianismo, tachando o mesmo de ofensivo e daninho para a humanidade. Ainda há a perseguição mais sofisticada, que se dá no campo cultural. Por exemplo, quando tentam reduzir a vivencia da fé à vida privada dos cristãos, trata-se de uma perseguição cultural e ideológica. Do ponto de vista filosófico, o ser humano é um ser religioso.

III – QUANDO UM SISTEMA SE VOLTA CONTRA A IGREJA

1.    Como era a perseguição contra os primeiros discípulos? Jesus já havia alertado aos seus discípulos dizendo: “Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus” (Jo 16.2). Baseado em Levítico 24 16, “E aquele que blasfemar o nome do Senhor certamente morrerá; toda congregação certamente o apedrejará...”. Quando Saulo de Tarso, assiste o julgamento de Estevão, e aprova seu apedrejamento, e guarda as roupas dos seus algozes, ele julga estar prestando um grande serviço para Deus. A perseguição, torna-se ainda mais severa a partir da morte do primeiro mártir, Estevão (At 8.1,3;9.1). Mas o Senhor teve um encontro com o perseguidor, chegando na cidade de Damasco. Ao meio dia (At 22.6) na hora mais quente e mais clara do dia, o facho de luz raiou do céu, muito mais forte que o clarão do sol, a ponto de deixar Saulo, o perseguidor, cego. Todos os que estavam com Saulo caíram também (At 26.14). Aqui lembramos do Salmo 91.6,7 que nos diz: “Não temerás espanto noturno, nem seta que voe de dia, nem peste que ande na escuridão, nem mortandade que assole ao meio dia. Mil cairão ao teu lado, e dez mil a tua direita, mas tu não serás atingido”.

2.    Perseguição, tortura e método. O próprio Paulo declara em seu testemunho que torturava os cristãos, física e psicologicamente para induzi-los a blasfemar de Deus (At 26.10,11). Porém, muitos cristãos não negavam a sua fé no nome de Jesus.

3.    Perseguição aos pentecostais. No início do Movimento Pentecostal no Brasil, nosso pioneiros sofreram toa sorte de perseguição e violência. Muitos deles sofreram agressões físicas e psicológicas. Tudo isso porque pregavam uma doutrina que a religião oficial não aceitava. O que dizer de Daniel Berg e Gunnar Vingren, os primeiros pastores dos primórdios das Assembleias de Deus no Brasil? E tantos outros irmãos perseguidos nesses rincões brasileiros? Ao olhar para o passado, devemos enxergar o presente e conscientizar-se de que a obra pentecostal custou alto preço.

CONCLUSÃO

Jesus havia dito: “As portas do inferno não prevalecerão contra a minha Igreja” . A Igreja é de Jesus, porque, se não fora, o inimigo já teria acabado com ela. Saulo de Tarso só entendeu esse mistério de Cristo, a sua Igreja depois da revelação pessoal de Cristo que  o levou à mudança de atitude e de rumo, convertendo-se ao Evangelho. Depois de anos de ministério, Paulo chegou a essa consciência e ele mesmo disse “... sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava” (Gl 1.13).

Aquilo que Paulo tanto desprezava, o Cristo crucificado, tornou-se a sua mensagem mais importante a ser pregada. “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1Co 2.2), e ele, no capítulo anterior havia dito: “mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos” (1Co 1. 23).

Foi exatamente esse Cristo crucificado, que trouxe tanto escândalo para os inimigos da obra de Deus, que, com a sua morte e ressurreição, trouxe-nos vida e vida com abundancia. Como escreveu o pastor Elienai Cabral: “A Igreja existente é fruto da obra expiatória de Cristo; por isso, se ela fosse uma mera organização humana, já teria acabado há muito tempo. Mas a Igreja é uma Instituição divina; por isso ela subsiste ao longo dos séculos e subsistirá até a vinda gloriosa de Cristo para arrebata-la.

Amém