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domingo, 12 de dezembro de 2021

O ZELO DO APÓSTOLO PAULO PELA SÃ DOUTRINA

 

LIÇÃO 11

Texto Áureo

Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1Tm 4.16).

VERDADE PRÁTICA

A igreja de Cristo é a única instituição divina na terra que preserva e defende a sã doutrina diante dos enganos e males das heresias.

Leitura Bíblica em Classe – 1Tm 6.3-6,11; 2Tm 3.14-17

 

INTRODUÇÃO

Nós, como cristãos evangélicos e pentecostais, cremos como doutrina fundamental de nossa fé e prática, na inerrância e na inspiração plena e infalível da Bíblia Sagrada a Palavra de Deus. Como diz na interação com o professor: “Zelar pela sã doutrina que se encontra nas Escrituras Sagradas é inegociável. Em tempos de ventos de doutrinas, torna-se urgente, a partir da vida e ministério do apóstolo Paulo, reafirmar o nosso compromisso com a Sã Doutrina esposada na Bíblia, a Palavra de Deus”.

Veremos nesta lição, o por que zelar pela Sã Doutrina?; E, qual o ponto de equilíbrio da Sã Doutrina? Bem como, veremos outros pontos de suma importância para a sustentação da Sã Doutrina, e o bem que isso nos faz.

I – ORTODOXIA VERSUS HETERODOXIA

Veremos esses dois termos, que tem suas raízes na língua grega, e ainda veremos um terceiro termo, a ortopraxia. Aprendendo esses termos, poderemos ver, a doutrina correta, a prática correta, ou o ensino desviado, adulterado, mesclado, bem como seus praticantes.

1 – Conceito de ortodoxia. Paulo escrevendo a sua segunda carta a seu filho na fé, Timóteo, disse: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15). A expressão “Manejar bem” vem do grego orthotomeo, que significam, fazer um corte reto; expor corretamente a mensagem divina – dividir corretamente. O prefixo orthos, significa correto, direito, reto, certo, e o sufixo temnõ, significa, cortar ou dividir. Fazer um corte reto, dividir corretamente. No Novo Testamento, usado com sentido figurado; lidar corretamente, habilmente; ensinar corretamente a palavra da verdade (2Tm 2.15). Esse termo temno  é derivado tomõtero, significando uma lâmina afiada (Hb 4.12; Ef 6.17; Ap 1.16), possibilitando que faça um corte reto, correto em um único golpe.

2 – O que é de fato doutrina? Essa palavra “Doutrina”, vem do grego didaskalia = Instrução, doutrina, aprendizagem. Substantivo do verbo didasko = ensinar, ensino ou instrução, instruir (Rm 12.7; 1Tm 4.13,16; 5.1). Com o sentido de alerta ou admoestação (2Tm 3.16; Dt 6.6-9; Js 4. 6,7; Ef 6.4; Sal 23.4). Dai vem a palavra doutor, didasko  (At 13.1; Ef 4.11). Um doutor é um indivíduo que tem competência para falar, fazer e agir com maestria dentro de um assunto, fazendo e ensinando direito (2Tm 1.11).

3 – Conceito de heterodoxia. Heteros significa “diverso”. Então, heterodoxia, significa “múltiplas, ou diversas opiniões”. Veja bem, que quando Paulo fala das Sagradas Escrituras, ele usa a palavra “doutrina”, sempre no singular (2Tm 4.2,3), porém, quando fala da falsa doutrina, ele fala no plural (1Tm 4.1). Há um pluralidade de falsas doutrinas nos últimos dias, que Paulo também chama de “ventos de doutrina” (Ef 4.14). Como disse nosso comentarista: “Se a ortodoxia tem um só parecer, a heterodoxia implica várias opiniões a respeito de um mesmo objeto”. A partir desse conceito da heterodoxia, criaram então o conceito que nada é absoluto, que nada pode ser dito que é verdadeiro. A pós-modernidade prega que aquilo que é verdade para um, pode não ser verdade para o outro. Porém, Jesus disse: “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida...” (Jo 14.6). A Bíblia, assim como ensinou Martim Lutero,  o reformador da Igreja, tem a palavra final de tudo e não o homem. Dai uma das solas da reforma ser “Sola scriptura”. Somente as Escrituras poderia dar a palavra final em qualquer assunto sobre a salvação dos homens, não a igreja, suas tradições, etc.

3 – Conceito da ortopraxia. Essa palavra significa “ação correta”. Como disse Jesus aos seus discípulos: “Se sabeis essas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes” (Jo 13.17). Não adianta somente saber o que é certo, mas sim, fazer o que é certo. Jesus comparou o homem que escuta as suas palavras e as praticam, como alguém que construiu sua casa sobre a rocha (Mt 7. 24). Paulo, escrevendo aos crentes da cidade de Éfeso, disse: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10).

II – A AMEAÇA DE CORRUPÇÃO DOUTRINÁRIA

1 – A advertência do apóstolo. Paulo tinha um cuidado muito grande, para que seus alunos, entre os quais estavam Timóteo e Tito, que não ensinassem, nem permitissem que outros ensinassem, aquilo que ele chamou de “Outra doutrina” (1Tm 1.3; 6.3,4; 2Tm 2.2; Ti 1.8-11; 2.1,7).

Paulo manda que Timóteo conservasse o modelo das Sãs Palavras (2Tm 1.13). Naquele tempo já haviam muitos que queriam mudar o modelo da doutrina ensinada pelos apóstolos, e que as igreja primitiva havia perseverado nela (At 2.42; Ef 2.20). Logo, a Doutrina cristã é ortodoxa, quer dizer, correta, direita, reta, enquanto for coerente com o que Cristo e os apóstolos ensinaram.

Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns que não ensinem outra doutrina” (1Tm 1.3). Esse termo, “outra doutrina”, no grego é heterodidaskalein. Ela era uma doutrina mesclada, pluralizada, misturada, portanto, adulterada. Pedro, ao falar do alimento que os novos convertidos deveriam tomar, disse: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que, por ele, vades crescendo” (1Pe 2.2). Pedro, aqui, usa o simbolismo do leite, para se referir a verdadeira doutrina da Palavra de Deus .

Paulo temia, que homens inescrupulosos adentrassem ao arraial dos santos e maculassem a verdadeira doutrina (At 20.29,30; 2Co 11.1-4).

2 – Quais eram os problemas de ordem doutrinária? As igrejas já no primeiro século, sofriam a infiltração de conceitos filosóficos pagãos e judaizantes na interpretação das Sagradas Escrituras e da doutrina dos apóstolos. Alguns, nas igrejas de Éfeso e Corinto, afirmavam crer no evangelho, porém, não renunciavam os costumes pagãos (1Co 8.1,4,10). Outros traziam uma bagagem religiosa do legalismo judaico, aliada ao gnosticismo (1Co 1.12; At 15.1; Gal 1.6,7). O pastor Elienai Cabral nos diz: “É lamentável que, hoje, haja os que defendem a banalização da graça de Deus para, em nome dela, viverem em licenciosidade; e os judaizantes que confundem a liturgia cristã com a judaica, bem como a moral cristã com o legalismo judaico. A igreja de Cristo pertence a um novo tempo e deve obedecer ao ensino do Novo Testamento”.

3 – Fábulas e genealogias intermináveis. Os contadores estórias sempre existiram. Culto aos anjos (Cl 2.18). Sabemos, como disse o Escritor aos Hebreus a respeitos dos anjos “Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” (He 1.14),. Porém, não devem ser cultuados (Ap 22.8,9), nem tão pouco, devemos nos prostar diante dos homens para adora-los (At 10.25,26). Hoje em dia, com a pregação de um evangelho barato. Rico em achismos, malabarismos, e vans filosofias, porém, paupérrimo em verdadeira interpretação bíblica. Fraco de conteúdo doutrinário, onde Cristo não se encontra na maioria das pregações. Pregam um evangelho antropocêntrico, onde o homem e não Deus é o centro dele; as pessoas se tornam presas fáceis, para tais pregadores, pois todos são nuvens sem água, e manchas em nossas festas do ágape.

Não faltam doutores, didaskalos, mas, são falsos mestres, como disse Paulo: “Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas” (2Tm 4. 3,4).

Nos faz lembrar do povo de Israel nos tempos de Jeremias, quando disseram: “... Vinde, e maquinemos projetos contra Jeremias; porquanto não perecerá a lei do sacerdote, nem o conselho do sábio, nem a palavra do profeta; vinde, e firamo-lo com a língua e não escutemos nenhuma das suas palavras” (Jr 18.18).

Que tipo de profeta ou sacerdote os povo queria:

a.     Sacerdotes que não ajudavam, antes atrapalhavam o povo (Jr 23.1);

b.    Sacerdotes e profetas contaminados (23.11);

c.     Sacerdotes que faziam errar o povo (23.13);

d.    Sacerdotes que alimentavam o mal e o engano (23.14);

e.    Sacerdotes que enchiam o povo com falsas esperanças (23. 16,17).

Que tipo de pregador p povo sem compromisso com a sã doutrina quer ouvir? (2Tm 4.3,4).

a.     Mestres segundo as suas próprias cobiças  (que não os repreenda);

b.    Que não cause coceiras em seus ouvidos (pregadores do amor, mas não da justiça de Deus). Não toque na palavra pecado, queremos ouvir da prosperidade financeira, saúde do corpo, beleza, glamour, etc.

c.     Contadores de fábulas (1Tm 4.7; Tt 1.14).

 

III – A IGREJA COMO GUARDIÃ DA SÃ DOUTRINA

1 – A Igreja é coluna e firmeza da verdade.  Escrevendo a Timóteo, Paulo declara, que a Igreja é a coluna e firmeza da verdade. Na ARA diz: “Coluna e baluarte da verdade” I1Tm 3.15); Na versão Transformadora diz “Coluna e alicerce da verdade”; Na NVI diz “Coluna e fundamento da verdade”. Como escreveu o pastor Elienai Cabral: “A igreja é a demonstração viva e santa da verdade do evangelho. Seu papel é o de sustentar, manter e defender a verdade contra todo erro e oposição intelectual, religiosa e filosófica dos falsos mestres. A igreja não pode descuidar desse seu primordial papel. Ela não está aqui no mundo como uma organização a mais. Ela não é uma mera associação, como tentaram fazer dela assim, aqui no Brasil, alguns anos passados. Ela é a coluna e firmeza da verdade. Ela precisa manter-se firme, irremovível, incólume,  no combate a toda sorte de heresias que combatam a sã doutrina.

2 – O objetivo do zelo pela sã doutrina.  Nosso comentarista, aponta a prática do amor, como objetivo do zelo pela sã doutrina (1Tm 1.5), e diz: “O falso ensino e os falsos mestres geram contenda, dissensões e gangrena na comunhão. Logo, não há cristianismo ortodoxo sem a prática do amor de um coração puro e de uma fé não fingida”.

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