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terça-feira, 29 de junho de 2021

ORAÇÃO DOS RETOS

 


Sendo a oração o meio eficaz de falarmos com Deus, se torna preciso, necessário e imperativo orar. Orar faz bem a alma. Orar é uma maneira de rendição total a vontade do Pai. Orar refrigera nosso homem interior. Orar é lançar nossas ansiedades aos pés de Cristo, sabendo que Ele tem cuidado de nós. Podemos orar louvando, clamando, intercedendo, suplicando, agradecendo, etc.

Entre as armaduras espirituais do soldado cristão em Efésios 6. 13-17, Paulo deixa de mencionar a lança, que era também muita usada nas  grandes e antigas batalhas. Ele fala da couraça, do capacete, do escudo, do calçado, da espada, e, no versículo 16b, ele faz menção dos dardos inflamados do inimigo, que são as flechas incendiadas que o maligno lança, tentando destruir o povo de Deus. Mas, no versículo 18 ele diz: “orando em todo tempo...”. Sim, a oração é a lança, a flecha incendiada do soldado do Senhor. A oração alcança lugares, territórios, nações, continentes, que jamais seriam alcançados por outra arma. Com a oração entramos nas casas, prédios, UTIs, sanatórios, leprosários, prostíbulos, prisões, e arrancamos vidas das algemas de satanás, levantamos enfermos, e milagres acontecem perto ou longe.

Seria porém, todas as orações aceitáveis a Deus? Estaria o Eterno pronto para ouvir e responder todas as petições? Em provérbios 15.8 está escrito: “O sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor, mas a oração dos retos é o seu contentamento”. Imaginemos Deus contente. Isso mesmo: contente, feliz, prazenteiro, regozijado. Isso tudo porque há um servo seu, reto e justo buscando a sua face. Em Neemias 8.10 diz que “...a alegria do Senhor é a vossa força”. Aleluia! Que círculo virtuoso tremendo é esse! Um crente reto alegra o coração de Deus ao buscar a sua face em oração, e Deus alegre fortalece cada vez mais o crente. A alegria do Senhor é a nossa fortaleza. Podemos então dizer, que o resultado das orações dos retos de coração é: crentes fortes em Cristo, vencendo cada vez mais o pecado, orando cada vez mais ao Senhor e recebendo os resultados poderosos de suas orações. Vale a pena orar como os retos. “E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13). “...a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 6.16c).

Busquemos mais ao Senhor com retidão.

Vosso em Cristo

Pr Daniel Nunes da Silva

 

 

domingo, 27 de junho de 2021

A MULTIFORME SABEDORIA DE DEUS

 


TEXTO ÁUREO

Para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10).

 

VERDADE PRÁTICA

A multiforme sabedoria de Deus vai além da compreensão humana e é demostrada ao mundo pela Igreja de Cristo.

 

Leitura Bíblica em Classe: Efésios 3.8-10; 1Pe 4. 7-10

Objetivo Geral: Mostrar o caráter multiforme da sabedoria divina

Objetivos específicos:

1.   Explicar o caráter diverso dos dons espirituais e ministeriais;

2.   Elencar as qualidades dos bons despenseiros dos mistérios divinos;

3.   Correlacionar os dons espirituais com o fruto do Espírito.

 

Umas das maravilhas encontradas na teologia da santíssima trindade é a identificação  o pleno relacionamento do Pai, com o Filho e com o Espírito Santo. Os Três formam uma unidade perfeita. Por isto mesmo, não poderíamos esperar outra forma de Deus agir na igreja, a não ser pela multiforme sabedoria, e isso através dos dons. Dons de revelação, de poder, de expressão e dons ministeriais. Só podemos nos expressar como Paulo: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos” Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem do seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” (Rm 11. 33-36).

Após estudarmos sobre os dons espirituais e ministeriais, podemos constatar que a sua sabedoria transcende a tudo o que se pode entender com a limitada percepção humana. Enquanto a sabedoria do homem é compartimentada ou segmentada em áreas do conhecimento, a sabedoria de Deus é multiforme. Que é capaz de possuir várias formas, aspectos, estados. Como a água, por exemplo: Estado líquido, sólido, gasoso.

Essa sabedoria divina foi manifestada desde a criação, quando Deus trouxe a realidade as coisas criadas, incluindo o universo imenso, formado por planetas, galáxias, corpos celestes, numa simetria de funcionalidade perfeita. Incluindo todos os seres vivos, sejam racionais ou irracionais. A mente humana jamais poderá alcançar tudo isso. Jó, respondendo a Bildade, no capítulo 26, ao fazer uma analise do poder e sabedoria de Deus, entre outros versos ele diz: “O norte estende sobre o vazio; suspende a terra sobre o nada. Prende as águas em densas nuvens, e a nuvem não se rasga debaixo delas. Marcou limites à superfície das águas em redor, até aos confins da luz e das trevas” (Jó 26. 7,8,10), e conclui dizendo: “Eis que isto são apenas as orlas dos seus caminhos; e quão pouco é o que temos ouvido dele! Quem, pois, entenderia o trovão do seu poder?” (Jó 26.14).

O salmista exclamou dizendo: “Ó Senhor, quão variadas são as suas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas” (Sal 104.24). Ler Provérbios 3.19 e Salmo 19. 1-4.b

Porém, foi no plano espiritual, através de sua igreja, que Deus demonstrou sua multiforme sabedoria de forma tão elevada, que é considerada um verdadeiro mistério que só a revelação divina pôde trazer à luz, ao conhecimento do homem, por meio do Espírito Santo (1Co 2. 9,10,11; Mt 11. 25; Col 2.1-3).

Mesmo sabendo de antemão que o homem iria cair em desobediência, em seu plano divino, por sua graça e misericórdia, Deus enviou Jesus para salvar o homem da tragédia do pecado (1Pe 1.19,20; Ap 13.8). Então Cristo, encarnou-se como a sabedoria de Deus: “Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (1Co 1.24).

 

I.            OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS

 

1.     São diversos. Mesmo o diabo estando condenado em última instancia, no tribunal divino, e sabendo que seu fim é o inferno e está próximo, ele procura destruir a comunidade dos salvos, chamada “Igreja”. Os seus ataques são perigosos e cruéis, e, para desbaratarmos seus intentos belicosos, o Senhor tem dado à sua Igreja, os dons espirituais e ministeriais, os quais estudamos em lições passadas neste trimestre.

2.     São amplos. A sabedoria de Deus é multiforme e plural. É manifesta em seus dons espirituais e ministeriais nas mais variadas comunidades cristãs espalhadas pelo mundo. O dom de sabedoria, ao dado dos outros dons, concede parte da multiforme sabedoria de Deus a seus servos para que saibam como agir, como viver, como proceder e atuar, diante da missão que lhes foi confiada de proclamar o evangelho por todo o mundo e a toda criatura. Os dons ministeriais fazem parte da capacitação nas igrejas que reúnem os salvos em Cristo Jesus, até à vinda em glória para reinar par sempre.

3.     Dádivas do Pai. Há ainda outras excelentes dádivas de Deus dispensadas à sua Igreja para comunicar o Evangelho a todos, são:

a.      A dádiva do amor. Deus enviou seu filho, como prova da grande dádiva do seu amor para com a humanidade (Jo 3.16). Sem dúvida, esse é um grande desafio de Deus para todos os seus filhos na terra, para que também, assim como ele nos amou, quando éramos ainda inimigos (Rm 5.8-10), amemos também a todos os homens.

b.     A dádiva da filiação divina. Deus torna um filho das trevas em seu filho (Jo 1.12; 1Pe 2.9), tornando-o membro da família de Deus (Ef 2.19).

c.      O ministério da reconciliação. Paulo explica o milagre da salvação como resultado do “ministério da reconciliação” (2Co 5.19). Todo ser humano pode ter esperança de salvação eterna, e também presente (2Co 5.17).

Portanto, os dons devem ser buscados com zelo, humildade e discernimento (1Co 14.1,12).

 

II.           SEJAMOS BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS

Despenseiro, vem do grego (oikonomos), Um servo administrador de uma casa ou propriedade. É a lição da fidelidade, capacidade e responsabilidade.

 

1.     Com sobriedade e vigilância. Despenseiros são as pessoas que tomam conta da

despensa de uma casa, ou lugar onde são guardados os alimentos e outros itens necessários a manutenção da família (1Co 4.1,2; 1Pe 4.10). O despenseiro deve administrar a igreja local, retirando da “despensa divina” o melhor alimento para o rebanho. O apóstolo Paulo destaca a sobriedade e a vigilância do candidato ao episcopado como habilidades indispensáveis ao exercício do ministério (1Tm 3.2). Por isso mesmo, o apóstolo recomenda que o obreiro não seja dado ao vinho, pois a bebida traz confusão, contenda e dissolução (Ef 5.18). O fiel despenseiro é o oposto disso. Nunca perde a sobriedade e a vigilância em relação ao exercício do ministério dado por Deus, cumprindo assim o que preceitua a Palavra de Deus (1Pe 1.13; 4.7; 5.8).

 

2.     Amor e hospitalidade.  Em segundo lugar o despenseiro deve ter “ardente

caridade uns para com os outros, porque a caridade cobrirá multidão de pecados” (1Pe 4.8). Todo crente fiel deve ser despenseiro de Deus; mas, como já refletimos, o obreiro, pastor, dirigente, ou líder de uma igreja, pastoreia ovelhas que não são suas. E cada ovelha é diferente da outra, em temperamento, formação, visão das coisas, e nem sempre é dócil e obediente. Há crentes que são muito trabalho aos seus líderes. Como despenseiros da graça de Deus, o obreiro deve demonstrar amor em todas as ocasiões, no trato com todo tipo de ovelha. Comas mais fracas, deve ser mais compreensivo; com as mais fortes, deve ser incentivador de sua fé e testemunho; com as feridas, deve sempre ter o bálsamo do amor, sem abuso de autoridade. Enfim, em qualquer situação o despenseiro deve ter amor. É característica do verdadeiro discípulo de Cristo (Jo 13. 34,35). Pedro ainda diz que o despenseiro deve ter hospitalidade sem murmuração (1Pe 4.9). Hospitalidade é acolhimento, bom trato com as pessoas, na administração da igreja local; ou do crente com seus irmãos, familiares, amigos e pessoas em geral (Hb 13.2).

 

3.     O despenseiro deve ser fiel. Quer dizer, o trabalho do despenseiro deve ser

realizado com muita fidelidade (1Co 4.1,2). A palavra “ministro”, vem do grego diákonos, ou servo. Os “mistérios de Deus” não em nada a ver com ocultismo, esoterismo ou coisas místicas. Paulo nos explica o que significa esse mistério: “O mistério que esteve oculto desde todos os séculos em todos as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais sãos as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da gloria” (Col 1. 26,27). Ai, temos “o mistério” revelado: “Cristo em vós, esperança da glória”. Esse mistério foi revelado “para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10). Fidelidade é um atributo de Deus. Ele é fiel (1Co 1.9; 10.13; Ap 19.11). Disse o pastor Antônio Gilberto: “Não há dúvida de que esta é a qualidade primordial de um ministro de Cristo: “Requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel”(1Co 14.2; Mt 24.45). De nada adianta o obreiro pregar o evangelho e ensinar a Palavra, se ele for desobediente, displicente. E nem sequer pratica o que prega e ensina. É necessário que o servo seja fiel ao Senhor e à sua obra, diariamente. A verdadeira fidelidade revela-se em nossos atos cotidianos”.

 

III.         OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO

 

1. A necessidade dos dons espirituais.  A igreja em todos os tempos e em todos os lugares, sempre teve necessidade dos dons espirituais. Porém, nos dias atuais, mais do que nunca s faz necessário, pelo esfriamento do amor e a multiplicação da iniquidade (Mt 24.12). A igreja de Jesus Cristo necessita de mais poder, de mais unção, de “mais demonstração do Espírito e de poder” (1Co 2.4). Os teólogos cessacionistas, que ensinam que os dons espirituais cessaram com o fechamento do cânon do Novo Testamento, e não há mais necessidade deles, cometem equívoco elementar em sua exegese sobre a atualidade dos dons. O fechamento do Cânon nada tem a ver com a doutrina. Quer dizer que não se pode acrescentar mais nenhum livro ao Novo Testamento. Porém, o que foi escrito, e tudo o que foi escrito, para nosso ensino foi escrito, disse Paulo (Rm 15.4).

2. Os dons espirituais e o amor.  Não é por acaso, que entre os capítulos que falam dos dons e das línguas, 12 e 14 respectivamente, está o capítulo 13 falando de amor. Porque, de nada valeria alguém ter todos os dons espirituais e ministeriais, e não ter amor, pois seria como “metal que soa e sino que tine”.

3. A necessidade do fruto do Espírito (Gal 5. 22,23). O pastor Antônio Gilberto, escrevendo sobre o fruto do Espírito Santo diz o seguinte: “O fruto é um só, composto de nova partículas. É o amor na sua plena expressão em nosso ser.

1). Gozo – É o amor obedecendo. O gozo vem da nossa obediência a Deus; A alegria vem do trabalho realizado para Deus (Lc 10.17). (Pela ação, o gozo vem antes; a alegria vem depois.)

2). Paz – É o amor repousando (Rm 5.1; Hb 4.3). Pode ser “total”; pleno; completo (1Co 13).

3). Longanimidade – é o amor suportando (1Co 13.7).

4). Benignidade – É o amor compadecendo-se. Compassivo; é subjetivo (Lc 15.20; Rm 14.7).

5). Bondade – É o amor servindo; agindo; é objetivo (Rm 12.8).

6). – É amor confiando (Hb 11. 24-27; 1Co 13.7).

7). Mansidão – É o amor suportando (Ef 4.2).

8). Temperança – É amor controlando; renunciando; evitando.

9). Amor – é o amor que é tudo isso junto (1-8).”

 

A prática da caridade, ou do amor em ação, age no caráter do crente. Não admite inveja, irresponsabilidade, orgulho, indecência, e “não busca seus interesses”, ou seja, não é egoísta (1Co 13. 5).

O uso dos dons deve dar lugar a um exercício constante em busca da maturidade cristã. A falta dessa maturidade leva os detentores de dons a serem carnais e infantis na fé (1Co 3.1-3). Quando o crente chega a praticar o amor, significa que ele deixou de ser menino (1Co 13. 11). A prática do fruto do Espírito, aliada ao exercício dos dons, é o que evita a meninice espiritual, e leva o cristão a maturidade. As decepções nas igrejas por parte de muitos membros, é exatamente a falta do desenvolvimento do fruto do Espírito.

 

CONCLUSÃO

A multiforme sabedoria de Deus manifesta-se, no meio da igreja, através da intervenção sobrenatural do Espírito Santo, através dos dons espirituais, dos dons ministeriais, e de outros dons, necessário ao crescimento espiritual dos crentes. Sejam quais forem os dons, os que os possuem devem fazer uso deles com humildade e fidelidade, não buscando seus interesses. Todos os dons são necessários à edificação e segurança dos salvos em Cristo Jesus.

 

quinta-feira, 24 de junho de 2021

ASSEMBLEIA DE DEUS – UMA IGREJA PENTECOSTAL

 


110 ANOS PREGANDO QUE JESUS SALVA, CURA, BATIZA COM ESPÍRITO SANTO E VOLTARÁ PARA BUSCAR AO SEU POVO

 

A Igreja do Senhor na terra tem genética pentecostal. Ela foi inaugurada no dia de pentecostes cinquenta dias após a ressurreição de Jesus. Nasceu em meio a línguas repartidas como que de fogo, e línguas estranhas que foram faladas pelos quase 120 que estavam lá. Naquele dia, conforme narra Lucas, o Espírito Santo desceu sobre os discípulos que estavam no cenáculo reunidos, entre os quais Maria, mãe de Jesus, juntamente com os outros irmãos do Senhor ressuscitado. Não foi uma descida qualquer. Estamos falando da promessa do Pai, que Jesus tinha dito aos seus discípulos, que o Espírito viria para ficar com a igreja.

Na chegada do verbo de Deus, o filho unigênito do Pai, um coral de anjos veio cantar. Na descida do Espírito Santo, escreve Lucas “e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2. 2-4). Foi a inauguração da Igreja do Senhor. A descida do Santo Espírito encheu os discípulos que ali estavam, e com muita ousadia passaram a testemunhar de Cristo.

Um pouco de história do mover do Espírito Santo na Igreja

Não vou aqui fazer um longo e exaustivo estudo exegético sobre as manifestações do Espírito Santo ao longo das Escrituras, nem também um apanhado mais completo do Seu mover  em toda história da Igreja. Mas, uma coisa é certa, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade não parou mais de trabalhar no meio da Igreja desde que aqui desceu. Em todos os tempos, mesmo nos momentos mais sombrios da história da igreja do Senhor na terra, Ele esteve presente. Foram avivamentos que aqueceram corações de homens e mulheres em todo o mundo.

No século XVIII, um grande avivamento irrompeu na Morávia, onde o conde Zinzendorf, “transformou um grupo de irmãos num corpo eclesiástico, com anciãos e pastores, encorajando-os a pedir a Deus pelo derramamento gracioso do seu Santo Espírito”. O próprio Zinzendorf foi quem começou o movimento, com suplicas fervorosas que duravam a noite inteira. A história nos conta que certa vez, um grupo de moças ficou “orando, cantando e chorando” das dez da noite a uma da manhã. Enquanto isso os rapazes se reuniam em outro lugar, também buscando a presença do Espírito Santo. São inúmeras provas que os morávios foram poderosamente cheios do poder do Espírito Santo.

O mover do Espírito Santo na vida dos morávios, não ficou apenas no avivamento local, mas, em poucos tempos, através das orações intercessórias  acendeu-se um desejo de fazer Cristo conhecido em todas as nações. E, em pouquíssimo tempo havia missionários espalhados por toda a Europa, América do Norte e do sul, na Ásia e na África. A história nos dá conta, que os morávios viajaram no mesmo barco que viajava John Wesley, e levaram o pregador inglês a ter uma nova experiência com o Senhor. Um historiador alemão, Dr. Warneck disse que “Essa pequena igreja fez mais missões em 20 anos que toda a igreja evangélica em 200 anos”. Esse é o poder do Espírito Santo na vida da igreja!

O Século XX irrompeu, como se alguma coisa nova estivesse para acontecer. Enquanto o mundo passava pela explosão tecnológica, industrial, comercial e social, a Igreja se preparava para um grande mover do Espírito Santo.

Um jovem evangelista por nome de Charles Fox Parham (1873-1929), que tinha sido influenciado pelo movimento dos quaker (Sociedade fundada no século XVII pelo inglês Jorge Fox, que dava total liberdade a ação do Espírito Santo), entendia que para levar a cabo a evangelização mundial, a igreja precisava do poder do Espírito Santo. Em outubro de 1900, junto com sua esposa Sarah, que pertencia aos quaker  e sua cunhada Lilian, fundou a Escola Bíblica Betel em Topeka, Kansas. Mais ou menos, 40 alunos passaram a frequentar a referida escola bíblica. O foco principal da escola era a oração. Havia uma torre de oração no alto da mansão que ficava aberta 24 horas, em revezamento com cada estudante da escola. Um dos estudantes teve uma visão, onde havia pairando sobre a escola, uma nuvem com grande quantidade de água, prestes a inundá-la. Eles entenderam que se tratava de um grande e iminente derramamento do Espírito.

Foram muitos relatos de jovens, e do próprio Parham sobre as manifestações em outras línguas que aconteceram durante aquele tempo de avivamento no início do século XX. Em 1905 Parham se deslocou ao Bryan Hall de Houston, no Texas, e ali empreendeu campanhas de avivamento. Todos os dias, os jornais locais relatavam as muitas curas e outros milagres, e fenômenos carismáticos que ocorria nos cultos. Para preparar obreiros para aquela obra que estava nascendo, foi necessário que Parham inaugurasse um colégio bíblico em curto prazo no dia 1º de janeiro de 1906.

Foi exatamente dessas campanhas no Texas, que surgiu o mais famoso entre os pentecostais do início do século XX, o irmãos William Joseph Seymour, pastor negro de uma congregação do movimento da santidade (1870-1922). Seymour chegou a orar sete horas por dia, durante um ano e meio, buscando e dizendo  que “queria o verdadeiro Espírito Santo e o fogo com línguas, com o amor e o poder de Deus, como foi dado aos apóstolos”. Imaginemos isso: Sete horas por dia, por um ano e meio”. Sim, ele recebeu o que pediu ao Senhor e foi cheio do Espírito Santo e começou a falar em outras línguas.

O PENTECOSTES NO BRASIL

A Igreja Assembleia de Deus no Brasil, que no dia 18 de junho de 2021 completou 110 anos, veio desse mover do Espírito Santo que varria o solo americano e outras nações. Dois jovens, Gunnar Vingren e Daniel Berg, que apesar de ambos serem suecos, somente se conheceram no ano de 1909, em uma conferência na cidade de Chicago, Estados Unidos da América. Após terem sido batizados com Espírito Santo, com a evidencia de falar em outras línguas, receberam o chamado de Deus para virem ao Brasil. E assim, no dia 19 de novembro de 1910, eles aportaram no cais da cidade de Belém do Pará.

A princípio foram congregar em uma igreja Batista, que já existia a vários anos na cidade de Belém. Porém, como começaram a pregar sobre a doutrina da atualidade dos dons espirituais, principalmente o falar em outras línguas, foram convidados a deixar a congregação, e, com eles saíram vários irmãos, inclusive a irmã Celina Albuquerque, a primeira crente brasileira a ser batizada com Espírito Santo.

Seis meses após a chegada dos missionários, foi organizada a primeira igreja pentecostal em solo brasileiro, exatamente no dia 18 de junho de 1911, com o nome de Missão da Fé Apostólica, o mesmo nome dado à Igreja por William Seymour, na rua Azuza, Chicago, em 1906, quer dizer, cinco anos antes. O nome de Igreja Evangélica Assembleia de Deus passou a ser oficial, somente a partir de janeiro de 1918.

Em toda a história, nenhuma denominação evangélica teve um crescimento mais veloz que o da Assembleia de Deus. Registros nos dão conta, que somente nos quatro primeiros anos, foram batizadas nas águas cerca de 384 novos membros. Em pouco tempo, ou seja, no final da primeira década, a Assembleia de Deus já estava estabelecida em todo norte e nordeste do Brasil, e, na década seguinte dos anos 20 foi estabelecida na região sudeste e sul, e em 33 anos de história (1911-1944) já havia ocupado todos os estados da federação. Em 1947, com 36 anos de fundação, já se somavam mais de 100 mil pentecostais da Assembleia de Deus, sendo já o terceiro país em número de crentes pentecostais em todo mundo.

A mensagem pregada pelos missionários Daniel Berg E Gunnar Vingren era simples: Jesus Cristo salva, cura, batiza com Espírito Santo e em breve voltará para nos buscar. Eles mantinham a chama pentecostal acesa com oração, ensino da Palavra e louvores a Deus. Como nos ensinou o pastor Antônio Gilberto: “A conservação do poder pentecostal vem pela constante renovação espiritual do crente”. Disse ainda mais ele: “Se não atentarmos para a necessidade da contínua renovação espiritual, corremos o risco de terminar na carne” (Gl 3.3).

Ao chegarmos nos 110 anos da Igreja Assembleia de Deus, vemos que seus ramos se estenderam por todo o mundo. São inúmeras nações que receberam missionários das terras brasileiras, levando o mesmo evangelho simples pregado pelos nossos missionários. Uma das nações mais abençoadas por essa mensagem pentecostal, foi a Colômbia, com a ida do missionário José Satírio dos Santos, onde se estabeleceu uma grande e saudável igreja, inclusive enviando missionários para várias partes do mundo. São incontáveis os frutos. Muitas igrejas pentecostais saíram de nosso meio. Algumas cresceram bastante. Igrejas tradicionais foram renovadas. Hoje temos igrejas Batistas e Presbiterianas renovadas. Todas fruto do pentecostalismo assembleiano.

Quando foi perguntado ao missionário Daniel Berg, a razão de tão grande crescimento da Assembleia de Deus, e em tão pouco tempo, ele respondeu: “Foi o Espirito Santo”. Ela cresceu, não somente em cidades grandes, mas em vilas, povoados, sítios, fazendas, a beira dos rios e em ilhas. Onde chegava  um pentecostal das Assembleia de Deus, levando a chama do evangelho, o fogo acendia e não se apagava mais. Gloria a Deus!

Hoje, a Assembleia de Deus, é uma nação dentro dessa vasta nação chamada Brasil. Somos mais de 30 milhões de crentes pentecostais. O inimigo certamente não está satisfeito com o crescimento dessa Igreja. O diabo tem feito de tudo para manchar essa linda história. Porém, a liderança da Assembleia de Deus está firmada na promessa de Jesus: “As portas do inferno não prevalecerão contra a minha Igreja”.

Os pastores, evangelistas, presbíteros, diáconos, auxiliares, homens e mulheres. Crianças, adolescentes, jovens, adultos e anciãos, todos estão convocados pelo Senhor dessa obra, o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, a prosseguirmos avante. Orando, lutando, avançando e vencendo. Não abaixaremos a guarda. Não jogaremos a toalha. Não abriremos mãos daquilo que aprendemos de nossos pais. “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente”. Não abriremos mão da oração, da santificação, da evangelização, e da busca dos dons espirituais. Jesus continua salvando, curando e batizando com Espírito Santo, e em breve voltará para buscar a sua Noiva. “Maranata, ora, vem, Senhor Jesus!”

Vosso em Cristo

Pr Daniel  Nunes da Silva

sábado, 12 de junho de 2021

VOCÊ SABE COMO COMEÇOU A SE COMEMORAR O DIA DOS NAMORADOS NO BRASIL?

 

Entendi que seria bom pesquisar, do porquê o dia 12 de junho se comemora o dia dos namorados. Como hoje temos uma facilidade muito grande, fui pedir ajuda ao amigo google, que prontamente me respondeu.

Acho que não é bom estarmos comemorando por ai qualquer data, sem pelo menos entendermos as causas que levaram esse dia ser criado. Não estou aqui dizendo que você comemore ou não, apenas lhe deixo consciente, para que você tome a sua própria decisão.

A data foi criada com uma função comercial, para aquecer o mercado no mês de junho, considerado fraco em vendas pelos comerciantes. O idealizador desse dia foi o empresário João Dória,  (pai do atual governador de São Paulo) rico empresário, que insatisfeito com o fraco desempenho das vendas, no ano de 1949 formulou uma campanha publicitária que sugeria o dia 12 de junho como uma data para demonstrar o amor ao parceiro através de presentes. O slogan de sua campanha, inclusive, era: "Não é só com beijos que se prova o amor".

O dia foi escolhido por ser a véspera do dia de Santo Antônio, um santo católico português, considerado o "santo casamenteiro". Tal data fez grande sucesso no país e tornou-se oficialmente a ocasião para demonstrar o amor entre casais. Hoje em dia, junho é um dos meses do ano mais lucrativos para o comércio.

Está ai meus amados irmãos o motivo da criação dessa comemoração. Infelizmente, uma data tão bonita, criada apenas para fins consumistas e lucrativos. Hoje em dia, quase todos os casais comemoram a data presenteando seus namorados e cônjuges, muitas vezes gastando altas somas. Postam nas redes sociais juras eternas de amor, e fotos de beijos e abraços. Que bom seria, se pelo menos essas juras não ficassem apenas nesse dia!

O empresário João Doria acertou na mosca. Mexeu com um dos sentimentos mais fortes, que é amor de um homem por uma mulher. Com isso aqueceu as vendas e passaram a lucrar muito mais.

Apenas um conselho: Não espere chegar o dia 12 de junho para dizer que ama a alguém. Diga todos os dias, se possível, mais de uma vez por dia. Se sentir desejo e tiver condições, não espere esse dia para presentear ao seu amado(a). Nunca diga de boca para fora. Fale de modo que a pessoa venha sentir que essa pronúncia “eu te amo” saiu do mais profundo de seu coração.

Os verdadeiros namorados comemoram todos os dias como tal!

Pr Daniel Nunes

 

quarta-feira, 9 de junho de 2021

O QUE EU QUERO É MAIS DE DEUS

 


 

A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando irei e me apresentarei diante da face de Deus?” (Sal 42.2)

Nada mais me interessa, a não ser mais de Ti Senhor. Quero te buscar, buscar, e poder te encontrar. Assim como o salmista, a minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Não quero os deuses desse mundo. Não quero saber dos ídolos desse mundo. Todos os deuses criados pelo homem, todos os ídolos humanos, são efêmeros e passageiros. Todos um dia perecerão. Mas, meu Deus não, Ele vive de eternidade a eternidade.

O salmista pergunta: “... Quando me irei e me apresentarei diante da face de Deus?” Poderia ser agora, poderia ser já, pois o Senhor é onipresente, e está em todos os lugares. Não precisa marcar horário com Ele. Todo  momento Ele está pronto. Porém, Davi pergunta, “Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no seu santo lugar?, e responde, “O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem faz juramentos com a intenção de enganar”, e conclui, “Esta é a geração dos que buscam, dos que buscam a face do Deus de Jacó” (Sal 24. 3,4,6). Prestou atenção? Você viu que nem todos podem se apresentar diante dEle? Que nem todos podem subir ao lugar santo? Por isso o salmista dizia: “Quando irei e me apresentarei diante da face de Deus?

Oh, é exatamente isso que eu quero. Quero me apresentar diante da face de Deus. Não quero me apresentar diante dos homens. Não, mil vezes não. Eu quero me apresentar diante de Deus. O que vale me apresentar diante dos homens? Não vale nada. Receber os aplausos dos homens não vale nada. O que desejo do profundo do meu coração e receber a aprovação de Deus. Eu quero mesmo é me apresentar ao Senhor. Disse Paulo: “Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, este é o culto racional de vocês” (Rm 12.1).

Quantos que se levantam para pregar e pensam: Será que vou agradar ao público? Será que a igreja vai gostar da minha pregação? Será que vão me chamar novamente para pregar? Pare com isso pregador. Pare com isso obreiro, cantor, ministrante do sagrado e do divino. Não estamos no púlpito para agradar a ou b; estamos lá, para agradar a Deus. Eu preciso saber somente isso: Agradarei a Deus nesta noite? O meu culto será para a gloria de Deus? O hino que vou cantar, a mensagem que vou pregar, o testemunho que vou dar, o instrumento que vou tocar, o serviço que vou prestar, será de fato para a gloria de Deus?

Como eu quero Deus! Como quero de todo meu coração. E para isto preciso me arrepender dos pecados. Preciso confessar ao Senhor as minhas faltas; preciso me humilhar diante de sua majestosa face. Preciso abandonar pecados de estimação. Mentirinhas, gracejos inconvenientes, palavras torpes, vícios maléficos à minha comunhão com Deus. Tudo aquilo que seja empecilho em poder me apresentar ante a sua face. Nada pode atrapalhar. Nada vai me estorvar. Pois eu o desejo, assim como  o cervo brama por correntes das águas. Sim, dessa forma o desejo.

Os que estão esperando nesse mundo, logo saberão e entenderão que cometeram uma grande sandice. Porém, quando se despertarem, e saberem o que perderam, será tarde demais. Pois buscaram as vaidades deste mundo. Preferiram as coisas aparentes, efêmeras, passageiras e ilusórias daqui desta terra. Ah, o que eu desejo são as coisas inabaláveis. Aquilo que é eterno.

E você meu amigo, meu irmão, o que desejas? Desejas também te apresentar ante a face do Deus, do Deus vivo? Disse Davi a seu filho Salomão: “E tu meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai e serve-o com coração perfeito e com uma alma voluntária; porque esquadrinha o Senhor todos os corações e entende todas as imaginações dos pensamentos; se o buscares, será achado de ti; porém, se o deixares, rejeitar-te-á para sempre” (1CR 28.9).

Sim, Deus tem prazer nesse relacionamento. Sinto do profundo da minha alma, o quanto nosso Pai celestial deseja que cheguemos ante a sua face. Ele deseja que o tenhamos como primazia em nossa vida. Asafe cantou dizendo: “Que tenho eu no céu além de ti? E quem poderia eu querer na terra além de ti? (Sal 73.25). Podemos dizer o mesmo? Quem está roubando a primazia de Deus de nossas vidas? Quem está posto entre ti e o Senhor? Vamos nos desfazer de tudo que atrapalhe esse relacionamento e digamos ao Senhor de todo nosso coração, que o queremos é mais e mais dEle.

Vosso em Cristo

Pr Daniel Nunes da Silva

 

domingo, 6 de junho de 2021

O MINISTÉRIO DE MESTRE OU DOUTOR

 

Lição 10

 O MINISTÉRIO DE MESTRE OU DOUTOR

Texto Áureo

De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: [...] se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.6,7).

                                                         

Verdade Prática

Os vocacionados por Deus para o ministério do ensino são por Ele chamados para edificar a Igreja de Cristo.

 

Leitura Bíblica: Mt 7. 28,29; At 13.1; Rm 12.6,7; Tg 3.1

 

Quando o crente é ensinado a estudar a Bíblia para compreender o mundo e a cultura bíblica, relacioná-la com o mundo do século XXI e aplica-la à vida das pessoas de maneira competente, o risco de sofrer o engano é amenizado (2Tm 3.14,15). Para quem pensa ser prejudicial à vida espiritual estudar a Bíblia com seriedade, deveria pensar na elaboração das traduções bíblicas, por exemplo, disponíveis no Brasil. Se não houvesse homens e mulheres levantados por Deus e versados na erudição (línguas hebraica, grega, aramaica, egípcia e outras; a cultura oriental; a arqueologia para se achar manuscritos dos mais antigos possíveis), por certo, não teríamos a Bíblia traduzida em nosso idioma. Por isso, valorizemos quem se esmera por conhecer mais as Escrituras.


I.            JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA.

1.       O mestre da Galileia. Jesus é o doutor e mestre incomparável. Ele excede a tudo e todos. Ele é singular. Isto é, único. Em todos os outros mestres, por mais dedicados que sejam, por mais espirituais que sejam, haverá sempre a capa do primeiro Adão. Ele não. Ele é santo, puro, e a própria sabedoria que se tornou homem por vontade do Pai. “Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino...” (Mt 4.23). Ele pregava com amor e ao mesmo tempo com autoridade. Foi assim que a multidão o viu, após terminar o Sermão da Montanha (Mt 7.28,29). Jesus transtornava a consciência do acomodado (Jo 2. 15,16) e aquietava o coração do perturbado (Jo 14.1).

2.       O mestre divino. Jesus é chamado de Mestre cerca de quarenta e cinco vezes ao longo do Novo Testamento. Não foi por outra causa, que os membros do sinédrio, que eram homens considerados mestres da sociedade judaica, ficaram tão furiosos com ele, pois, mesmo sem ter ido aos pés dos mestres da época, como Gamaliel, podia, já com seus doze anos, ouvi-los e interroga-los, e todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas (Lc 2. 42,46,47). A Bíblia diz “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens” (Lc 2. 52). Nicodemos, que era um dos principais mestres em Israel, reconheceu Jesus como Rabi, e ainda mais, como Rabi divino (Jo 3.1,2).

3.       O mestre da humildade. É comum que aqueles que vão estudando, galgando postos na sociedade, sendo tratados com deferência em meio à sociedade que frequentam, ter um ar de superioridade. Muitos até preferem demostrar isto. Outros, se deslizam e demostram um ar de humildade, mas, se cobrados para tomar alguma atitude, que eles entendam ser para outros cidadãos considerados de menor graduação, rejeitam instintivamente. Eis ai a grande diferença Do Mestre dos mestres, Jesus Cristo. Ele não achou nada demais, despir-se da roupa superior que os judeus usavam, e tomar uma bacia com água e uma toalha, lavar os pés dos discípulos e ao mesmo tempo enxuga-los (Jo 13.4,5).  Isso era demais. Pedro retrucou: “...Senhor, tu lavas-me os pés a mim?” Na Bíblia Viva diz: “...Mestre, o Senhor vai lavar os meus pés?”, e completa: “Nunca me lavarás os pés” (Jo 13. 6,8). Isso parecia um absurdo para os discípulos, principalmente para Pedro. O que aconteceu, foi, porque o que Jesus ensinava ele também praticava. Aliás, Jesus primeiramente fazia e logo ensinava (At 1.1). Estamos cheios dos mestres que ensinam mas não praticam o que ensinam. Estamos cheios dos que ensinam perdão e não perdoam. Ensinam amar e não amam. Ensinam a praticar o bem, ser benignos mas são verdadeiros carrascos, ensinam a humildade, porém são exaltados. Jesus nos convida a seguir suas pisadas, quando disse aos seus discípulos: “Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o Sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.13-15). Jesus estava tratando com homens, que queriam a primazia, como os filhos de Zebedeu (Mt 20.20,21); com discípulos que queriam saber quem era o maior entre eles (Lc 22.24), e essa lição de humildade precisava ser passada a eles. Será que precisamos também?

 

II.       O ENSINO DAS ESCRITURAS NA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO

 

1.       Uma ordem de Jesus. A ordem de ensinar a “todas as nações” partiu dos lábios do maior e mais sublime Mestre, nosso Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19,20). O ensino é mais que um pregação. Nós vemos isto na igreja em Bereia, onde os membros daquela igreja foram chamados de “... mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas eram assim” (At 17. 11). Ensino é isso: ler, explicar, voltar a ler e a explicar até que os alunos, ou discípulos possam entender o sentido ou significado do que está sendo ensinado (Ne 8.8). Após a descida do Espírito Santo, o discurso de Pedro foi um verdadeiro estudo bíblico para todos seus ouvintes (At 2. 14-36). Tanto foi uma aula para aquele povo, que, sem aguentar mais, o povo perguntou: “...que faremos varões irmãos? (At 2.37). Lucas usa aqui a palavra “compungiram-se em seu coração...”. Essa palavra vem do grego katanissõ, que significa perfurar completamente, ferir até o âmago. É isso que o ensino causa. Ele causa marcas indeléveis. Assim como as placas de braile são perfuradas, é o coração do homem perfurado com a lei de Deus (Jr 31.33). É isso, ensinar a palavra de Deus, é escrever as leis de Deus nos corações dos homens.

2.       A doutrina dos apóstolos. (At 2.42,43). O termo “doutrina dos apóstolos” que fala o texto, refere-se ao conjunto de ensinos de Cristo ministrados por eles de forma constante e eficaz para o crescimento integral dos novos crentes. Eles precisavam formar o caráter de Cristo naqueles novos convertidos. Veja o que ocorreu em Antioquia com a chegada de Barnabé e Saulo (At 11. 19-26). O ensino sistemático das Escrituras convertem os homens em pequenos cristos. Tendo em vista a plena edificação da igreja na Palavra, o Senhor Jesus, através do Espírito Santo, dotou alguns de seus servos com o dom ministerial de mestres e doutores (Ef 4.11-16; 1Co 12.28,29). O comentador de nossa lição, pastor Elinaldo Renovato de Lima, nos diz que “Esse dom é uma capacitação sobrenatural do Espírito Santo”. Alerta porém, que isso não significa que devemos descuidar de nossa capacitação e formação intelectual, pois o preparo para o ensino passa pela capacidade de aprender para posteriormente ensinar. Foi o que disse Paulo à Timóteo: “Persiste em ler, exortar e ensinar, ...” (1Tm 4.13). Primeiro leia depois ensine!

3.       Ensinamento persistente. Os apóstolos foram os primeiro mestres da Igreja (At 5.40-42; 6.4). Fosse no templo ou nas casas eles estavam ensinando a Palavra e pregando o evangelho. A pregação era para convencimento dos pecadores, e o ensino para preparar os discípulos para a vida cristã plena. Paulo, ao falar aos anciãos da cidade de Éfeso, disse que não deixou de ensinar  tudo que fosse útil. Tudo que fosse proveitoso para seu viver diário como cristão (At 20. 20,21). Em Antioquia havia também doutores (At 13.1). Da mesma maneira, nosso Deus, continua levantando homens dotados desse maravilhoso dom, para a edificação de sua igreja. Vivemos dias, onde muitos pregadores apenas nadam em águas rasas, e querem fazer apenas barulho, principalmente em meio ao nosso arraial pentecostal, pois sabem eles, que muitos irmãos, são mais levados por movimento que pela Palavra. Porém, está havendo um despertamento muito grande pelo ensino da Palavra de Deus. Entendo que, o pregador que não se esmerar no estudo da palavra. Que permanecer apenas buscando chavões, e temas superficiais, ficará falando sozinho, pois a igreja de hoje está querendo a Palavra. Tem crescido o numero de crentes que querem ouvir as antigas pregações de John Wesley, Jorge Whitefield, Leonard Ravenhill , Martin Lloyd Jones, John Owen, etc. Pois são pregações ensinadas e temperadas com o poder do Espírito Santo. Duas coisas precisam estar intrínsecas no ministério do ensino exigido pelo Mestre Jesus aos seus apóstolos: Informação e transformação.  O Manual de Ensino para o Educador Cristão, CPAD, nos diz que esse tipo de instrução é muito exigente e inacreditavelmente difícil de se realizar. O mesmo Manual nos informa, que não havia uma posição mais alta na escada da sociedade do que a de rabino, quer dizer, mestre.

 

III.     A IMPORTÂNCIA DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE

 

1.           Uma necessidade urgente da igreja. Nosso comentarista da lição, faz um alerta muito sério: “Muitas vezes, por absoluta falta de preparo dos obreiros, predomina a superficialidade bíblica, a infantilidade “espiritual” e o aumento do engano promovido pelas astúcias dos falsos mestres (2Pe 2.1). Paulo nos advertiu quanto aos obreiros neófitos, quer dizer, noviços, novatos, sem experiencias, dizendo: “Não neófito, para que ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo” (1Tm 3. 6); disse mais: “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentira, tendo cauterizada a própria consciência” (1Tm 4.1,2). Ler também (1Tm 6. 3-5). Para combater essas doutrinas heréticas, somente com homens dotados desse maravilhoso dom de mestre, que manejam bem a Palavra da verdade (2Tm 2.15).

2.           A responsabilidade de um discipulado contínuo. Quem ensina, instrui os crentes para a maturidade da fé. O profeta Oseias disse: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor: como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra” (Os 6.3). Salomão escreveu dizendo: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18). É assim o conhecimento de Deus, como a alva, como a chuva serôdia. A chuva serôdia não é uma chuva forte, que vem arrastando tudo, não, ela é lenta, mais duradoura. Vejamos o que disse Moisés: “Goteje a minha doutrina como a chuva, destile o meu dito como orvalho, como chuvisco sobre a erva e como gotas de água sobre a relva” (Dt 32.2). É um aprendizado diário, permanente e contínuo, tanto para quem é discipulado quanto para quem está discipulando.

3.           Requisitos necessários ao mestre. Como a igreja pode reconhecer que uma pessoa tem esse dom ministerial:

a. Ser um salvo em Cristo. Eu não posso pregar aquilo que não creio. Disse Paulo: “E temos, portanto, o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri; por isso, falei. Nós cremos também; por isso, também falamos” (2Co 4.13). Paulo disse a Timóteo: “Tem cuidado de te mesmo e da doutrina...” (1Tm 4. 16). Disse o comentarista: “Infelizmente há pessoas que não creem naquilo que ensinam. Assim, não há verdade nem firmeza nelas”.

b. O hábito de ler.  Segundo o pastor Elinaldo, a leitura é um problema cultural em nosso país. Quer dizer: os brasileiros leem pouco. Se as pessoas leem pouco, a igreja pouco lerá, disse ele. Porém, como pode uma pessoa, que se julga mestre da palavra de Deus, ler pouco? Paulo levava a sério o hábito da leitura em seu ministério (1Tm 4.13; 2Tm 4.13).

c. Preparo intelectual.  Como falamos no princípio dessa lição; o mestre nos ajudará a compreender o mundo da Bíblia (suas questões culturais, linguísticas, exegéticas etc.) para não fazer apelação fantasiosas, apresentando-as como exposição da Palavra de Deus.

d. Um coração em chamas.  Martim Lloyd Jones dizia que a verdadeira pregação era teologia em fogo. Não há nada mais difícil que comer feijão e arroz crus. Tem pregadores e ensinadores que são muito instruídos e eruditos, mas, querem forçar o povo a comer o alimento cru. Toda palavra do mestre, precisa ser passada pelo fogo do céu. Sem dúvida, podemos usar os avanços da ciência, bem como das ciência bíblicas para pregar a Palavra de Deus na unção do Espírito Santo. O que não podemos deixar é que a ciência nos inche, a ponto de não darmos mais lugar ao Espírito Santo de Deus, e as mensagens se tornarem ervilhas secas caindo em telhados de zinco. Pregadores de mentes cheias e corações vazios; Muita letra e pouca unção; Muita psicologia e pouco Bíblia; muito conhecimento e pouco fogo do Espírito. Um mestre nas Escrituras, será sem dúvida um homem de vida piedosa, amante da santidade e um amante de Cristo Jesus nosso Mestre por excelência (Jo 21.15-17; At 3.12-26).

 

CONCLUSÃO

O mestre é um didaskalos, um instrutor (1Tm 2.7; 2Tm 1.11; Mt 10.24); um rabi, professor (Jo 1.38; 20.16). O crente, principalmente os que querem exercer a função de mestre na casa do Senhor, devem buscar com zelo esse dom, e procurar se esmerar nos estudos da Palavra de Deus, sem o abandono do poder de Deus. Como disse Jesus “...Errais não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29). Após ensinar por três anos aos seus discípulos, ao ressuscitar Jesus disse: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). Paulo, além de ser um homem preparado no saber, era também cheio do Espírito Santo (At 26.24;  9.17; 19. 6,15).

Amém

Pr Daniel Nunes da Silva