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segunda-feira, 26 de junho de 2023

A IGREJA DIANTE DO ESPÍRITO DA BABILÔNIA

 

 

LIÇÃO 01

A IGREJA DIANTE DO ESPÍRITO DA BABILÔNIA

TEXTO ÁUREO

E, na sua testa, estava escrito o nome: Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições e Abominações da Terra.” (Ap 17.5)

VERDADE PRÁTICA

A Igreja deve resistir ao “espírito da Babilônia” presente no cenário atual. Isso deve ser feito por meio do compromisso inegociável com a autoridade da Palavra de Deus.

Leitura Bíblica em Classe – Apocalipse 17.1-6

Objetivos da lição:

1.    Apresentar os significados de Babilônia;

2.    Elencar os sistemas que formam o “espírito da Babilônia’;

3.    Demarcar a posição que se espera da Igreja nesse contexto.

INTRODUÇÃO

Revelação de Jesus Cristo,” (Ap 1.1). O vocábulo vem do grego apokalyptõ, e foi traduzido pelos escritores clássicos como “Revelação”. O estudante, mas básico de teologia, ao começar os estudos do livro de Apocalipse aprende que neste livro temos: coisa que já aconteceram, coisas que acontecem e coisas que acontecerão. São, portanto, três tempos distintos que devem ser observados.

Há muitos que dizem que não entendem o livro do Apocalipse, por isso mesmo não o lê. Ora, a primeira coisa que alguém precisa fazer para entender algum livro é ler, e ler com muita atenção. Watchman Nee, disse que devemos ler o livro do Apocalipse, até memorizarmos os assuntos de cada capítulo. O pastor Severino Pedro da Silva, no seu livro Apocalipse versículo por versículo, da editora CPAD, observa que as revelações têm dois pontos focais: Os propósitos de Deus e a pessoa de Deus.

Conforme nosso comentarista, a presente lição não tem a intenção de identificar a Babilônia literal, nem listar eventos da grande tribulação, até porque, não daria tempo, pelo exíguo espaço de cada lição da EBD. Se pretende, porém, alertar a Igreja sobre aspectos gerais do que está sendo chamado “espírito de Babilônia” tão presente no cenário global contemporâneo.

I – A BABILÔNIA E SEUS SIGNIFICADOS

1.    A Grande Prostituta. A cidade denominada de Babilônia é citada sete vezes no Apocalipse, nas seguintes passagens (14.8; 16.19; 17.5; 18.2, 10, 21). Ela é apresentada como a grande meretriz com a qual os reis da terra se prostituiram (Ap 17.1,2). São tres os termos gregos usados no texto bíblico para prostituição: Pórne (prostituta); pornéuo (prostituir-se); e porneia (prostituição). Os profetas do Antigo Testamento, exortaram o povo quanto a prostituição espiritual (Na 3.4; Is 23.15; Jr 2.20; Os 2.5).

Quando falamos Babilônia, lembramos logo de Babel. A grande Babilônia foi construída exatamente no Sinar, local onde Ninrode tentou construir a torre, que levou o nome de Babel, pelo motivo da confusão das línguas. Ficando então conhecida como a “Torre de Babel”. Babel significa “confusão”, e Babilônia significa “grande confusão”, isto para os judeus. Para os Iraquianos significa “Porta de Deus”.

Devido à importância da cidade e à sua representação em várias tradições e contexto religiosos, o nome “Babilônia” tornou-se símbolo de poder, riquezas e opulência. Ao longo dos séculos, o termo “Babilônia” tem sido usado figurativamente para se referir a qualquer lugar ou sistema que seja considerado um centro de corrupção, excessos ou decadência. Assim, a prostituta é identificada como uma das facetas da imoralidade e do falso sistema religioso representado pelo “espírito da Babilônia” (Ap 14.8;17.5).

2.    A mulher e a besta escarlata. A mulher e a Besta nesta secção simbolizam dois poderes: o religioso e o político. O fato de ela estar “assentada sobre a Besta” indica que a grande prostituta domina as nações religiosamente, assim como a Besta sobre a qual cavalga faz politicamente. Isso também revela sua influência e, ao menos aparentemente, parece controlar e até dirigir a Besta. por sua vez a mulher é sustentada pela Besta. O presente texto nos mostra o primeiro poder (religioso) à cavalgar sobre o segundo (político). (Apocalipse versículo por versículo – Severino Pedro da Silva – CPAD). A mulher na Bíblia, dependendo do contexto, representa a igreja. Paulo fala que a igreja será apresentada a Cristo como uma “virgem pura” (2Co 11.2; Ap 19.7;21.9); já a mulher vestida de escarlata, é chamada de “prostituta” pelo apóstolo João, portanto, representa a religião deturpada, algo totalmente contrário a igreja do Senhor.

3.    Mistério: a Grande Babilônia. Aquilo que era “mistério”, agora já não é mais, pois aparece o nome misterioso: A Grande Babilônia. É grande porque o seu alcance é muito vasto. Ela é descrita como a mãe das prostituições. Quer dizer, tudo o que é desonesto, injusto, materialista, secular, nefasto e contra Deus.

 O pastor Severino Pedro da Silva, diz o seguinte: “Sabemos pela história que Ninrode “o poderoso de almas em oposição a face do Senhor” foi o primeiro imperador. Fundou o primeiro governo e além de ser caçador, “começou a ser poderoso na terra”. A esposa deste monarca era Semíramis, figura bastante conhecida na história secular, uma prostituta. “Quando Ninrode foi assassinado, ela assumiu a posição de imperatriz do governo. Para manter-se no poder...ela criou um mito ao redor da figura de seu falecido marido, Ninrode, atribuindo-lhe o nome de Zoroastrita, que quer dizer “A semente da mulher”. A partir deste princípio, tudo que está ligado direto ou indiretamente com a cidade de Babilônia, é sempre representada por uma figura feminina. O autor acima citado, continua: “Nos dias do Anticristo, esse grande poder “político-religioso” estará ainda mais reforçado, e acrescentará a todas as suas maldades anteriores (cf. Lc 3.20). Ela é a única responsável (direta ou indiretamente) pelo sangue derramado das testemunhas do Senhor, em qualquer tempo e em qualquer lugar. Eis a razão de ela agora se encontrar embriagada. As testemunhas a que João aludi, originalmente eram os cristãos que sofreram no primeiro século da Igreja cristã. Profeticamente falando, isso aponta para os cristãos que sofrerão sob o Anticristo: Eles são os “santos” do Apocalipse. (C. 8.3, 4; 11.18; 13.7; 14.12; 15.3; 16.6;17.6; 18.24; 19.8; 20.9), etc.”.

II – O ESPÍRITO DA BABILÔNIA

1.    No sistema religioso. As pessoas, serão seduzidas pela “prostituição espiritual”, impulsinados pelo “espírito da Babilônia” (Ap 17.2). Infelizmente estamos vendo esta prostituição espiritual, já não mais somente nas igrejas paganizadas pela idolatria a ídolos mudos, mas também nas igrejas evangelicas, onde outro tipo de idolatria tem invadido o sistêma religioso. Isso já era de se esperar. O espírito do mal não deixaria barato. Ele vem tentando entrar nas igrejas evangélicas já há muito tempo, e de várias maneiras. Nos tempos modernos, ele tem conseguido através do “culto ao ego”. Sim, esse culto se tornou bastante corriqueiro nos círculos mais tradicionais cristãos, onde, já não se vai mais aos templos para adorar ao Senhor Jesus, mas para ver cantor A e pregador B. O luxo da “mulher de escarlate”, tem entrado nos arraias cristãos de uma forma avassaladora. Esse culto ao ego, torna o ser humano amante de si mesmo, amante do dinheiro e amante dos deleites (2Tm 3. 2-4).

Outra palavra que vem sendo largamente usada, é“liberdade”. Porém, não de forma correta, mas muito mais como libertinagem, pois, é um estímulo a devassidão por meio do afrouxamento moral (2Pe 2.19). “O ecumenismo doutrinário provoca a erosão da fé bíblica” (Gl 1.6,8). É muita mistura; muitas interpretações erroneas. Como disse Paulo: “Amontoarão para si doutores, conforme as suas próprias concupiscencias” (2Tm 4.3). Há um espírito de mentira já espalhado na boca dos profetas que estão fazendo uso da palavra nos púlpitos das igrejas, e isso, nas grandes concentrações, para induzir a igreja a achar que tudo está bem, que a guerra está ganha, quando na verdade o inimigo está entrando com muita força nos arraiais cristãos. É um evangelho fraco, que não liberta, não salva, não muda, não transforma etc.

2.    No sistema político e cultural. O “espírito da Babilônia” exerce forte poder político e cultural (Mt 13. 38) Disse João: “Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno” 1Jo 5.19). Os valores estão totalmente invertidos. Como disse Isaías: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce, amargo” (Is 5.20). As pautas progressistas são defendidas em alto e bom som, sem que ninguém as proíbam. Qualquer palavra contrária e tida como “discurso do ódio”, ou “discurso fundamentalista” (Lc 6.22; 1Pe 4.4). Sempre costumo dizer: O mundo não gosta, e muito menos ama a verdadeira igreja do Senhor. Quando você vê uma igreja sendo muito querida pelo mundo, é porque deixou de pregar o verdadeiro evangelho (Jo 15.19). Muitos cristãos evangélicos, levados pelo politicamente correto, já não falam mais a verdade, e não defendem mais a fé genuinamente cristã. Muitos pregadores estão acuados, e com medo de serem presos. No meu entendimento, muitos de nós, pregadores do evangelho de Cristo, se não recuarmos em falar a verdade, ainda vamos acabar atrás das grades e até mortos (Lc 21.16,17).

3.    No sistema econômico. Por trás de todos os pecados, todos os males, conforme nos ensina Paulo, está o amor ao dinheiro (1Tm 6.10). O apóstolo disse que “O amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males”. João escreve dizendo: “... e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias” (Ap 18.3). Veja bem, Paulo disse que a “raiz”. Quer dizer, a base, os fundamentos para todo mal está no amor as riquezas. Jesus disse que seria muito difícil um rico ser salvo (Mt 19.23). O que ama o dinheiro não se esquiva de fazer negócios ilícitos, seja no comercio, na política, na religião etc. Quantos políticos, tidos como crentes, e até pastores, que estão no esquema das “rachadinhas”. Quantos que estão por trás dos roubos aos cofres públicos, seja de merendas escolares, saúde, segurança, casas populares etc. Como disse nosso comentarista: “as pessoas são motivadas a levar vantagem financeira, ilícita e imoral em prejuízo do próximo. A sociedade é extorquida em troca da satisfação dos prazeres pecaminosos e consumismo desenfreado” (Pv 16.29; Mq 3.11).  Fazem isso, enriquecem, e nada pagam diante dos homens; mas um dia, irão comparecer diante do Trono Branco, e lá não poderão escapar (Ap 20.11-15).

III – A POSIÇÃO DA IGREJA DIANTE DO ESPÍRITO DA BABILÔNIA

1.    Não negociar a ortodoxia bíblica.  Tenho dito que nunca estivemos tão necessitados da verdadeira exposição bíblica, correta e profunda das Escrituras que nos dias de hoje. O inimigo tem deitado e rolado em muitas igrejas. Quantas igrejas que vivem da água com açucar das profetadas, dos malabarismos e exibicionismos dos pseudos-profetas, que, enchem templos de pessoas, porém, de corações vazios. Muito barulho e pouco conteúdo. Enquanto isso, as pautas progressistas são ensinadas nas escolas com esmeros e profundidade. Nossos filhos, vem aos cultos e se enchem de falsas esperanças e quase nada de Bíblia. Os cultos de orações, se transformaram apenas em canticos e profetadas. Falta oração e Palavra. Paulo disse a Tito: “Tu, porém, fala o que convém a sã doutrina”; “... na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade” (Tt 2.1,7). Assim, por meio do estudo sistemático e doutrinário, torna-se possível capacitar o crente para enfrentar o “espírito da Babilônia” e suas ideologias contrárias aos valores absolutos da fé cristã com mansidão, temor e boa consciencia (1Pe 3.15,16).

2.    Formar o caráter de Cristo. Como pentecostal, devo confessar, que muitas vezes damos mais valor aos dons que ao fruto. Mas, o caráter de Cristo só é desenvolvido em nós através do fruto, e não pelos dons. Dons, o nome já diz, é dádiva, vem de fora para dentro, já o fruto, é gerado, causa transformação em nós. Lógico que isso não nos torna cidadãos impecáveis e perfeitos no sentido estrito da palavra, mas, nos faz lutadores incansáveis contra o pecado (Gl 5.16,17). O desejo de sermos santos, sobrepuja os desejos pecaminosos, e não nos deixamos ser levados pelo “espírito da Babilônia”. Vejo hoje, com tristeza, dentro das igrejas, uma peleja por cargos, muitas picuinhas, fofocas da vida alheia, mentiradas rolando a soltas; tudo isso é falta da formação do caráter de Cristo no cristão. Pergunto então: Como combateremos o “espírito da Babilônia”, se não estamos conseguindo combater esses espíritos que eivam os nossos arraiais? Creio que somente o verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo, tem poder de libertar o homem de tudo isto. Não é nos fazer religiosos, mas, nos tornar libertos!

3.    Aguardar a volta de Cristo. Muitos estão esperando coisas melhores através dos sistemas de governos. Porém, a igreja do Senhor, sabe muito bem, que daqui para frente as coisas somente irão se afunilando, até que chegue o momento do arrebatamento da Igreja do Senhor. Todos os sinais que precedem a vinda de Cristo, já estão em plena evidência no mundo, como: Apostasia, falsos profetas, a inversão de valores, perseguição aos verdadeiros servos de Deus, guerras, fome, pestes, terremotos, relativização da verdade, a pregação de que nada é absoluto, a promiscuidade que cada dia mais se avoluma, o ceticismo, e sobretudo a falta de amor até entre os crentes (Mt 24.11,12).

Nós, os crentes em Jesus Cristo, somos exortados pela Palavra de Deus a vivermos uma vida de renúncia, de amor a Deus e ao próximo, de serviço ao Reino de Deus, e constante vigilancia, porque o Senhor há de vir em hora que muitos hão de estar desapercebidos, como estavam as virgem loucas de Mateus 25.

CONCLUSÃO

Entende-se perfeitamente, que o “espírito da Babilônia” está atuando intensamente no mundo. Na política, na religião, no comercio, na cultura paganizada etc. Enfim, em todos os aspectos, esse maléfico espírito tem se intrometido, e deixado marcas indeléveis na sociedade. Sem sombra de dúvida, a vinda do Senhor está próxima. Convém aos santos de Deus, resistirem todo mal (2Ts 2.6,7; Hb 12.4), ensinar a doutrina ortodoxa Bíblica (Mt 28.20), formar o caráter de Cristo em seus discípulos (Gl 4.19), e manter-se santificados até a vinda do Senhor (Hb 12.14).

Vosso em Cristo

Pr Daniel Nunes da Silva

segunda-feira, 19 de junho de 2023

A AMIZADE DE JESUS COM UMA FAMÍLIA DE BETÂNIA





LIÇÃO 13

A AMIZADE DE JESUS COM UMA FAMÍLIA DE BETÂNIA

TEXTO ÁUREO

Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irmã Maria, e a Lázaro.” (Jo 11.5)

VERDADE PRÁTICA

Dentro da família, a amizade com Cristo evoca comunhão, conselho, simpatia e reciprocidade nos relacionamentos.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Lucas 10.38-42; João 11.5,11

Objetivos da lição:

1)    Explicar a vida social de Jesus;

2)    Elencar os frutos da amizade com Jesus;

3)    Ensinar lições que podemos aprender a respeito da amizade de Jesus com a família de Betânia.

INTRODUÇÃO

Antigamente era fácil saber se uma família era cristã, principalmente evangélica, pois os quadros nas paredes retratavam isto. Era comum um quadro da Arca de Noé; dos dois caminhos; com versículos bíblicos, principalmente o Salmo 23. Em outros lares, havia uma plaquinha na entrada dizendo: Jesus vive neste lar. Isso demostrava a amizade que os membros daquela família tinham com Cristo. Infelizmente hoje em dia já não está mais assim. Está mais fácil hoje, saber para qual time os membros da família torce, pois, comumente está estampado em primeiro lugar na sala o time do coração; ou até mesmo um poster do ídolo da música secular ou gospel.

Ter Jesus como amigo da família trará, sem dúvida, um retorno positivo muito grande para todos os membros. Até mesmo àqueles que porventura não seja fiéis servos de Deus, serão santificados, pela amizade dos outros que gozam de sua companhia.

O lar de Betânia é um exemplo inspirador, e que, certamente nos ensinará preciosas lições de como desfrutar de um relacionamento de santa amizade com o Senhor Jesus.

I – A VIDA SOCIAL DE JESUS

1.    Jesus foi um ser social. Me coloco a imaginar a alegria daqueles que tiveram a felicidade de ter Jesus como amigo. Sim, em um tempo de amizades interesseiras, pautadas no ter e não no ser, como seria bom, ter, humanamente falando, um amigo na qualidade de Jesus. Ele era de fato um verdadeiro amigo. Ele disse aos seus discípulos, “Já não vos chamarei servos, [...] mas tenho-vos chamado amigos” (Jo 15.15).

Jesus viveu uma vida comum em meio a sociedade, principalmente até aos trinta anos, antes do seu batismo, quando saiu da casa de seus pais para a missão que lhe foi confiada pelo Pai celestial. Ele trabalhou na carpintaria de seu pai adotivo, José. Aprendeu a profissão, por isso mesmo ficou conhecido como o “carpinteiro” (Mc 6.3).

2.    Uma casa hospedeira. Quando uma pessoa que julgamos importante vem em nossa casa, nos sentimos muito bem, pois isso demostra amizade e carinho, não é mesmo? Pois bem, com a família de Betânia não foi diferente. Eles tinham amizade, com ninguém mais e nem menos que o Senhor Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo. Eles o recebiam sempre em sua residência, e ali o Mestre dos mestres se sentia em casa (Lc 10-38-42; Jo 12.1,2). A aldeia de Betânia ficava a cerca de três quilômetro a leste da cidade velha de Jerusalém e do Monte das Oliveiras. Betânia pode ter o significado de “casa de Ananias”, vindo do hebraico Bét naniyah. Outros entendem que significa “casa dos pobres”. Era nesse aldeia, na casa de Marta, Maria e Lázaro que Jesus gostava de se hospedar. Certamente ali ele encontrava corações abertos e verdadeiros para o recebê-lo.

3.    Jesus foi recebido por essa família. Aquela família, formada apenas por três irmãos, Marta, Maria e Lazaro, demonstra que seus pais já haviam falecido, e que os três permaneceram unidos, solteiros, morando na mesma casa. Naquela casa, Jesus encontrou uma acolhida calorosa de pessoas que entenderam o seu chamado. Foi ali, naquela humilde casa, que podemos ver um dos mais piedosos quadros em todo o ministério de Cristo: Jesus ensinando e Maria aos seus pés aprendendo silenciosa (Lc 10.39). Que monumento de piedade e amor!

II – FRUTOS DA AMIZADE COM JESUS

1.    Presença real do Filho de Deus. Muitos da sociedade não entendiam quem era aquele simples judeu chamado Jesus. Na época, o nome Jesus era comum entre eles. Porém, aquele Jesus era o Verbo Encarnado. Era o próprio Deus habitando entre os homens. Em resposta ao desejo de Filipe em ver o Pai, Jesus respondeu: “...Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (Jo 14.9). Jesus pergunta aos seus discípulos: “... E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16. 15); Pedro responde por revelação do Pai, dizendo: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16). Sim, ele não era qualquer homem; ele era o homem perfeito, o Salvador do mundo, o verbo que se fez carne, a resplandecente estrela da manhã.  A família de Betânia teve o privilégio de ter reconhecido Jesus como tal, e ter tido a sua amizade, e convivendo com eles em família.

2.    O desenvolvimento espiritual. Não há como conhecer Jesus sem adorá-lo. O comentarista cita as três vezes que Maria reconhece isso, e aos pés do Mestre amado, aprende dele, busca a ele para resolver seus problemas e o adora, lançando sobre ele um perfume caríssimo (Lc 10.39; Jo 11.32; 12.3). Vos levo a pensar também na mulher samaritana, que antes de conhecer quem de fato era aquele judeu que falava com ela, o tratou com desdém (Jo 4.9); porém, após conhecê-lo, ela deixa o seu cântaro, sai correndo para a cidade de Sicar e diz ao povo: “Vinde e vede um homem que me disse tudo quanto eu tenho feito; porventura, não é este o Cristo?” (Jo 4.29). Como é bom ter os olhos abertos e poder manter uma estreita amizade com Jesus.

3.    Serviço concreto. Paulo nos fala em primeira aos Coríntios, capítulo dez e versículo trinta e um o seguinte: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus”. Jesus sempre estava lá na casa da família de Marta e Maria. Certamente comia, e quem sabe descansava um pouco das longas jornadas evangelísticas que fazia com seus discípulos. Naquela casa ele tinha uma mesa, onde podia comer as iguarias judaicas, o pão, a carne do cordeiro temperadas com ervas da região. Se Maria era uma boa ouvinte, Marta uma boa cozinheira. Naquela casa todos serviam ao Senhor. Marta foi admoestada pelo Senhor sim, mas, ele não mandou que ela não preparasse o alimento, disse apenas que ela estava muito afadigada com muitas coisas. Quem sabe, ensinando a Marta a saber controlar mais sua ansiedade em preparar a comida para Jesus, e também aproveitar um pouco dos seus ensinamentos (Lc 10.41,42).

III – LIÇÕES QUE APRENDEMOS COM A AMIZADE COM JESUS

1.    Uma historia de amor. Jesus amava aos seus. Assim nos diz as Escrituras: “... como havia amado aos seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” (Jo 13.1). Marta e Maria, quando seu irmão Lazaro ficou enfermo, enviou alguém a Jesus, dizendo: “... Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas” (Jo 11.3). Que confiança! Que privilégio dizer isto ao Senhor dos senhores e o Senhor da vida. Gloria a Deus. Jesus disse assim aos seus discípulos: “...Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo 14. 23). Disse mais: “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15. 12,13). Jesus nos ensina que o amor é o sentimento mais sublime e que deve nortear o relacionamento da família cristã.

2.    Compreender o outro. Como diz os mais velhos: Nem os dedos das mãos são iguais. É verdade! Muitas vezes queremos que todos os membros de uma família sejam iguais. Isso pode acontecer com robôs, não com seres humanos. Cada um de nós temos nosso temperamento, emoção, sentimento, e muitas vezes distintos um do outro. Assim era a família de Betânia. Os três irmãos eram distintos em suas emoções, porém, uma coisa é certa: Todos queriam agradar e servir a Jesus da melhor maneira possível. Isto é o que basta. As demais coisas, ou as pequenas questões, serão polidas e lapidadas pelo próprio Senhor Jesus, que sabe muito bem como trabalhar em nosso caráter, temperamento e personalidade.

3.    Ponderar quanto aos cuidados da vida. Saliento nesse último item que Marta foi a única mulher na Bíblia que Jesus repetiu duas vezes o seu nome. Essa repetição era um típico chamado de atenção. “E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas” (Lc 10.41). Marta era uma mulher trabalhadeira; isso não se pode negar. Com esse chamado de atenção, Jesus não está dizendo a Marta que não se deve trabalhar, mas que se deve ter cuidado para não priorizar o que não é prioridade. Como diz nosso comentarista: A vida tem a ver com o equilíbrio da alma e do espírito, pois o ser humano viverá de “toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4). Então, precisamos dosar as coisas. Nem só trabalho sem se preocupar com o espiritual, nem só o espiritual sem se preocupar com a vida física e material. A vida amistosa com Jesus nos fará equilibrados, produtivos e abençoados.

CONCLUSÃO

Concluímos esse trimestre, certamente mais preparados para vencermos os inúmeros desafios que neste mundo temos e teremos cada dia, seja socialmente ou espiritualmente como família. Que a amizade com Jesus seja sempre constante em nossa família. Que todos os dias, de manhã até a noite, nossas ações sejam regidas por esta amizade tão maravilhosa e salutar.

Que Deus em Cristo vos abençoe.

Vosso irmãos em Cristo

Daniel Nunes

 

 


segunda-feira, 12 de junho de 2023

CRIANDO FILHOS SAUDÁVEIS

 




LIÇÃO 12

CRIANDO FILHOS SAUDÁVEIS

TEXT0 ÁUREO

E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.” (Lc 2.52)

VERDADE PRÁTICA

A vontade de Deus é que os pais eduque, seus filhos de acordo com os princípios divinos, a fim de que eles cresçam de maneira saudáveis e equilibrada.

Leitura Bíblica em Classe: Lucas 2.40,42-52

Objetivos da lição

1)    Revelar a normalidade da família de Jesus;

2)    Abordar as fases da vida de Jesus conforme os Evangelhos apresentam;

3)    Explicar o tríplice desenvolvimento do Senhor Jesus.

INTRODUÇÃO

A conjuntura atual da sociedade, onde os valores judaico-cristãos estão sendo solapados por ideologias malignas, e, os filhos são presas fáceis, por estarem envolvidos nessa sociedade de forma muito direta, seja na escola, amizades e redes sociais, a criação saudável, pautada nos ensinos da Palavra de Deus, dará sustentação para que eles possam defender a sua fé, esteja onde estiver.

A família de Jesus, isto é, seu pai adotivo, José, e sua mãe Maria, e porque não dizer, seus irmãos, são um exemplo mais que perfeito, para que possamos tirar lições importantes para as famílias atuais.

I – UMA FAMÍLIA NORMAL

1.                    Dados gerais da família. Quero tomar parte dos estudos da Bíblia com comentários de Antônio Gilberto, para enriquecer nossa lição de hoje. Sobre a genealogia de Jesus ele diz: “A genealogia apresentada por Mateus é, sem dúvida, a de José, esposo de Maria, pois Mt 1.15 diz que Jacó gerou José; E a genealogia apresentada por Lucas (Cap 3) é, sem dúvida, a de Maria, pois Lucas 3.23 diz que José era filho de Eli. Ora, vigendo o costume hebreu, o genro era chamado de filho. José sendo chamado filho de Eli, significa que Eli era pai de Maria” (Bíblia AG – CPAD). Algo ainda me chama a atenção na Bíblia AG, que também quero compartilhar com meus leitores. Com o tema “Indignos e rejeitados”, Antônio Gilberto nos dá uma lista dos ancestrais de Jesus, como na sequência:

a.     Tamar – uma mulher suspeita na linhagem do Messias (Mt 1.3; Gn 38. 16ss; Mt 21.31);

b.    Raabe – era prostituta (Mt 1.5; Js 2.1; Hb 12.31). Era cananeia, isto é, do povo maldito (Gn 9.25-27);

c.     Rute – era moabita, isto é, descendente da união incestuosa entre Ló e suas filhas (Mt 1.5; Gn 16.36,37);

d.    Peres – foi nascido em pecado (Mt 1.3; Gn 38.29);

e.    Salomão – Foi nascido em pecado (Filho de Bate-Seba) (Mt 1.6; 2Sm 12.24);

Ele conclui dizendo: Toda essa gente figura na genealogia de Jesus. Isso revela a grandiosidade da salvação por Cristo para todos. Até os mais indignos e rejeitados. E termina perguntando: E quem é digno? Louvado seja o nome de Jesus para todo sempre que nos fez digno através de sua morte expiatória na cruz.

2.    Os filhos de José e Maria depois de Jesus. no ano de 649, no Concílio de Latrão, a igreja Católica Apostólica Romana definiu o dogma da Virgindade Perpétua de Maria. Com isso, ensina-se que ela não teve sua virgindade violada antes, durante ou depois do parto de Jesus. Porém, esse não é o que diz o ensino Bíblico. A Bíblia é clara quando diz: “E não a conheceu até que deu a luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe o nome de Jesus” (Mt 1.25). A preposição “até”, indica que após o nascimento de Jesus, que havia sido gerado pelo poder do Espírito Santo no ventre de Maria, José teve relações normais com ela e assim tiveram mais filhos e filhas (Mc 6.3). Isto em nada desmerece a mãe do Salvador, visto ser uma benção para todas as mulheres, principalmente às judias em ter filhos. Tiago, um dos irmãos de Jesus, mais tarde tornou-se o primeiro pastor em Jerusalém (At 12.17; Gal 1.18,19).

II – O MODO DE CRIAÇÃO DE JESUS

1.    Jesus, o filho especial. Nenhum dos outros irmãos de Jesus, nasceram com todas aquelas recomendações angelicais como Jesus nasceu. Nenhum deles tiveram coral de anjos cantando na noite de seu nascimento. Certamente, também, nenhum deles ao nascer, foi posto em uma manjedoura. Jesus de fato era um filho mais do que especial. Porém, o que nos chama a atenção, é que não há nenhum relato bíblico, de que o casal, José e Maria tenha dado algum tratamento especial ao filho Jesus, mais que a Tiago, a Judas, a José, a Simão, ou a uma de suas irmãs (Mc 6.3). Ele fora criado de modo comum do lar. Provavelmente a mãe de Jesus não o acompanhava em todas as suas viagens evangelísticas, como depreendemos no Evangelho de Marcos 3.31-33. Na hora de dar alguma repreensão, mesmo os pais sabendo quem ele era, não deixaram de assim o fazer (Lc 2.48).

2.    A infância de Jesus. A única diferença entre Jesus e os demais meninos foi no dia de seu nascimento, pois, como não havia lugar em nenhuma residência, nem em hotéis da época, Maria, ao dar a luz a seu filho primogênito, Jesus, o colocou em uma manjedoura, quer dizer, em um recipiente, que se colocava comida para os animais. Isso representa algo muito importante, pois figura Jesus como alimento que satisfaz a nossa alma (Jo 6.51). Fora disso, ele foi criado como os demais meninos judeus. Foi circuncidado ao oitavo dia, como determinava a Lei de Moisés (Lc 2.21), e foi lhe dado o nome de Jesus.

3.    A adolescência de Jesus. A Bíblia não da muitos detalhes da adolescência de Jesus. Lucas nos informa que “o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40); e ainda “E crescia Jesus em sabedoria, e estatura e em graça para com Deus e os homens” (Lc 2.52). Lucas também narra o episódio, onde Jesus já com seus doze anos, foi em uma festa na cidade de Jerusalém, juntamente com seus pais, e lá, esteve entre os doutores, interrogando e sendo interrogado, e todos se admiravam de sua inteligência e suas respostas (Lc 2.47). Na idade de doze anos o menino hebreu é introduzido na vida religiosa e se torna um “filho da lei” (Hb, barmitzvah). A ida de Jesus a Jerusalém, se deu por conta da observância dos deveres religiosos, como participar das três festas mais importantes de Israel: a Páscoa, o Pentecostes e a festa dos Tabernáculos (Ex 23.14-17;34.23; Dt 16.16). Após sete dias, ao terminar as celebrações, todos voltam as suas casas. Jesus, mesmo tendo apenas doze anos, permaneceu ainda mais três dias, conversando com os doutores da Lei, os quais cada vez mais se admiravam com a sabedoria daquele adolescente.

4.    A juventude de Jesus. Após o episódio do templo, quando Jesus estava com seus doze anos, Lucas nos relata o fato do batismo de Jesus, e logo em seguida diz: “E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos, sendo (como se cuidava) filho de José, e José, de Eli,” (Lc 3.23). Provavelmente Maria tenha ficado viúva, e Jesus passou a trabalhar na carpintaria de seu pai, profissão esta que herdou de José, seu pai adotivo, e sustentou a casa até começar seu ministério (Lc 6.3). Veja que José não é mais citado em Marcos, mas, apenas Jesus, como carpinteiro e como filho de Maria. Jesus não era um jovem ocioso, mas sim trabalhador (Jo 5.17).

III – O TRÍPLICE DESENVOLVIMENTO DE JESUS

1.    Jesus crescia em sabedoria. Certamente Jesus estudou nas escola de meninos pobres de sua época, aprendendo assim a ler e escrever. Porém, o menino Jesus estava constantemente na escola do Pai celestial. Tinha um relacionamento estreito com seu Pai, e por isso mesmo, crescia em sabedoria. Ele foi chamado de Rabi por Nicodemos, um dos príncipes dos judeus (Jo 3.1,2). Os rabinos são os mestres da Lei.

2.    Jesus crescia em estatura. A Bíblia não nos informa sobre qual era a estatura de Jesus. Lucas narra que ele “crescia...em estatura...”. Sim, como qualquer menino judeu normal, Jesus crescia também em seu porte físico. Não era um rapaz muito bonito, que digamos, se distinguia dos demais. Conforme a profecia de Isaias, ele era sem parecer e sem formosura (Is 53.2). Muito se fala sobre a cor da pele de Jesus. Antigamente apenas conhecíamos o Jesus de olhos azuis, de cabelos loiros do cinema e da televisão; mas, depois, a ciência trouxe outra ideia sobre ele, dizendo que poderia até ser de pele morena. Isso não importa, o que importa mesmo, é que ele foi e é o nosso Salvador.

3.    Jesus crescia em graça. João escreveu dizendo: “E o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a gloria do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). Na verdade Jesus era a própria graça do Pai revelada aos homens. Mas, o crescimento na graça, fala de uma multiplicação de dons, carismas, que dia a dia ia sendo visto e reconhecido pelo povo, naquele que veio a este mundo para dar a sua vida em resgate de muitos.

4.    Lições importante. A família de Jesus lhe proporcionou um crescimento amplo, em todos os sentido, como emocional, social e espiritual. Aqui aprendemos com essa humilde, mas, ajustada família, como é que se deve ser a criação de nossos filhos. Como disse nosso comentarista: “Os pais precisam ter essa consciência de que está sob a sua responsabilidade prover o ambiente propício para que os filhos se desenvolvam de maneira saudável e geral”. Há pais que fazem distinção entre filhos e filhos. Outros que atacam seus filhos com palavras duras. Há lares que mais parecem com um campo de guerra, que um lugar onde se pode descansar e aprender uns com os outros. Outra coisa a ser ressaltada é o equilíbrio e a discrição de Maria. A Bíblia diz que Maria “Guardava no coração todas essas coisas” (Lc 2.51). Ela não era uma mulher que saia contando as coisas de qualquer modo. Era equilibrada e ponderada.

CONCLUSÃO

Se os pais de Jesus foram exemplos para os pais de hoje, pela maneira que criaram seus filhos; Jesus também foi exemplo para todos os filhos, de como tratar seus pais. Lembremo-nos que, mesmo na cruz, Jesus ainda pediu a João para que cuidasse de sua mãe (Jo 19.26). Atentemos para isso!

Amém

Pr Daniel Nunes

segunda-feira, 5 de junho de 2023

OS PREJUIZOS DA MENTIRA NA FAMÍLIA

 

                                                      




                                                  LIÇÃO 11

OS PREJUIZOS DA MENTIRA NA FAMÍLIA

TEXTO ÁUREO

Não mintais uns aos outros, pois que já despistes do velho homem com seus feitos.” (Col 3.9).

VERDADE PRÁTICA

A mentira pode até dar flores, mas não produz fruto para o bem.

Leitura Bíblica em Classe

Atos dos Apóstolos 5.1-11

Objetivos da lição:

1.    Investigar a natureza da “conversão” de Ananias e Safira;

2.    Refletir a respeito do problema da mentira na família;

3.    Expor o conselho bíblico de como proteger a família da mentira e da hipocrisia.

INTRODUÇÃO

Dentro dessa lição sobre a mentira, uma das palavras mais faladas pelo nosso comentarista é hipocrisia. O significado de hipocrisia, segundo os melhores dicionários da língua portuguesa é: ato ou efeito de fingir, de dissimular os verdadeiros sentimentos, intenções; fingimento, falsidade, dissimulação. Hipocrisia é a característica de quem é hipócrita.

Há pouco tempo escrevi um texto, onde falo sobre o pecado que faz do homem filho do diabo, me referindo a mentira. Interessante, que foi o único pecado que a Bíblia registra que alguém morreu instantaneamente por ter cometido, foi o pecado da mentira, no caso, Ananias e Safira, o casal que será estudado nesta lição.

Não podemos esquecer que, na lista daqueles que não vão poder entrar no céu estão os mentirosos (Ap 21.8;22.15). Infelizmente, assim como nosso comentarista coloca em dúvida a verdadeira conversão do casal mentiroso, hoje vemos dentro das igrejas evangélicas, muitas pessoas dizendo-se convertidas, que passam por bons, mas, tem a prática da mentira como carro-chefe de suas conversas, seja em casa com os familiares, ou entre amigos e irmãos. Porém, naquele dia, tudo será colocado as claras (He 4.13).

I – UMA CONVERSÃO DUVIDOSA

1.    Por que uma conversão duvidosa? Segundo o que cremos, que o salvo precisa perseverar até ao fim, e que mesmo o crente salvo pode perder a salvação caso abandone os princípios que regem a fé cristã (Mt 24.13; He 3.14; 10.23; Ap 2.10), não podemos saber, se de fato o casal não tinha se convertido, ou foi tentado por satanás a mentir, na ânsia de ser melhor visto pela liderança apostólica. Isso deve ser matéria de estudo para cada um de nós cristãos. Muitas vezes, não é que não somos convertidos, mas, a Bíblia diz: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1Pe 5.8). Não sabemos se Ananias e Safira se converteram no dia de pentecostes, ou já eram parte dos quase cento e vinte que foram batizados com Espírito Santo. Lucas narra esse episódio sem dar maiores detalhes sobre os mesmos.

O escritor sagrado fecha o assunto, dizendo que “houve um grande temor em toda a igreja e em todos que ouviram estas coisas” (At 5.11). Nos parece, que a intenção do relato era exatamente essa: trazer temor as demais congregações que ouvissem a leitura daquele fato. Se o Senhor começasse a matar mentiroso nas igrejas nos dias atuais, muitas delas seriam esvaziadas. Misericórdia!

2.    A comunhão na igreja de Atos. Uma das mais saudáveis características da igreja primitiva era sem sombra de dúvida a “comunhão” (At 2.42). Essa palavra vem do grego koinõnia, com o significado de parceria, participação ou (social): intercâmbio ou (pecuniário) caridade: - comunicar, comunicação, comunhão, contribuição, distribuição (Bíblia de Estudo Palavras-Chave, Hebraico e Grego. CPAD). Entendo que no sentido estrito da palavra comunhão, a igreja hodierna não vive essa comunhão, pelo menos de modo macro. Talvez, possa viver de forma mínima em algumas pequenas congregações. O que se nota nas reuniões, principalmente nas grandes igrejas, quando se termina um culto, cada qual sai com seu grupo, ou apenas com sua família; muitas vezes até sem cumprimentar o irmão que está ao seu lado. Porém, o alvo ensejado pelo Espírito Santo é que, de fato a igreja do Senhor Jesus na terra viva em comunhão com todos os santos, não apenas com os preferidos.

Aquele dinheiro arrecadado com as contribuições dos irmãos, que segundo o relato lucano, eles vendiam suas propriedades e levavam aos pés dos apóstolos; era para ser usado no benefício dos crentes menos favorecidos, dando assim, uma vida digna a todos os convertidos ao Evangelho de Jesus. A Bíblia assim diz: “E, vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade. E perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração” (At 2.44-46). Barnabé foi o exemplo relatado por Lucas. Um homem crente e rico, que vendeu sua propriedade e trouxe o dinheiro aos pés dos apóstolos de forma voluntária (At 4.36,37).

3.    A inveja e a hipocrisia de Ananias e Safira (At 5.1,2). Sabe aquele crente, que não pode ver outro se sobressair em alguma coisa, e quer logo passar na frente? Pois bem, assim aconteceu com o casal mentiroso. Veja que o relato que o médico amado faz do casal, é em sequência do ocorrido com Barnabé. Eles queriam a fama de bons, sem serem de fato bons. Queriam os louros de bons contribuintes, porém com mentiras. Deus não se agrada disso! Quantos que batem as costas dos líderes hipocritamente, apenas para serem vistos e colocados em cargos. Quantos que até presenteiam, dizendo serem muito amigos, porém, são de fato hipócritas, mentirosos, que por trás falam mal, desnudam com a língua, e matam com palavras. Que o Senhor nos livre de tais pessoas.

4. Quando a mentira e o engano enchem os corações. Disse Pedro a Ananias: “Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este designo em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5.3,4). A palavra “encheu”, vem do grego plerõ, que significa encher completamente, satisfazer, estar completo. Quando nosso coração está completo de alguma coisa, não haverá espaço para outra, a não ser que se esvazie primeiramente daquilo que estava cheio. Foi isso que Satanás fez com o coração de Ananias, ele encheu de cobiça e de hipocrisia, e para sustentar tal posição, foi necessário mentir. Um mal conduz a outro e assim sucessivamente.  O desejo de contribuição daquele casal, não era de abençoar a obra e os irmãos carentes, mas de serem vistos como pessoas boas pela comunidade de crentes da época. A esposa entrou pelo mesmo caminho e teve a mesma sorte do marido; ambos morreram por causa daquela mentira (At 5.5,10). Foi a mulher que ficou viúva apenas por três horas (At 5.7). Mais dia menos dia, toda mentira será punida. Seja aqui ou na eternidade, todo mentiroso terá uma conta para acertar com Aquele que tudo sabe, tudo vê e tudo pode (1Co 4.5).

II – O PROBLEMA DA MENTIRA DENTRO DA FAMÍLIA

1.    A mentira produzida dentro da família. Apenas na intenção de chamar a atenção dos demais crentes para si, o casal mancomunou em mentir sobre o preço da herdade. Parecia uma mentira sem muita importância. É assim que as mentiras estão sendo tratadas por muitos cristãos.  Uma mentirinha hoje, outra amanhã. Mentiras não confessadas, não tratadas, não curadas. Muitas almas já estão cauterizadas te tantas mentiras, e uma a mais ou uma a menos não faz mais diferença. Infelizmente as igrejas evangélicas estão cheias desse tipo de pessoas. Estão ocupando os mais variados cargos: cantam, pregam, pastoreiam, tocam, ensinam; porém, são mentirosos inveterados. E, o pior, é que acham que não estão cometendo pecado algum. Para eles a vida corre normal. Isso vai ser assim, até o dia do acerto de contas com o Senhor, que se chama “Fiel e Verdadeiro” (Ap 19.11). Um dia, aqueles que não deixarem a mentira e passarem a falar a verdade, terão o encontro com Ele no grande trono branco (Ap 20.11,12).

2.    Quem faz uso da mentira está dominado pelo poder da carne. O correto é que um crente na pessoa de Jesus Cristo, que tem o Espírito Santo de Deus em seu coração, seja dominado pelo Espírito e não pela carne (Rm 8.8,9). O pastor Elienai Cabral diz: “Toda e qualquer mentira, por mais ingênua que possa parecer, tem sua fonte no diabo, que é seu pai (Jo 8.44,45). Portanto, devemos como crentes em Jesus, dar total lugar ao Espírito Santo, para que a verdade seja nosso lema. Salomão disse: “Compra a verdade e não a venda” (Pv 23.23). Isso significa dizer, que haverá momentos, que falar a verdade vai custar um preço muito caro, mas, e melhor pagar o preço com a verdade, que a vender por qualquer preço.

III – PROTEGENDO A FAMÍLIA DA MENTIRA

1.    Cuidado contra os defeitos morais no lar. A hipocrisia, o fingimento, a cobiça e a mentira, são práticas que devem ser debeladas pelo poder do Espírito Santo de Deus dentro de uma família cristã. Além do caso de Ananias e Safira no Novo Testamento, onde juntos mentiram e juntos morreram, temos no Antigo Testamento, caso da família de Acã, onde, juntos também mentiram, e juntos morreram (Js 7.1,11,19,25). A mentira abre portas para todos os males em uma família e em uma igreja. Da mentira vem a cobiça, a hipocrisia, o fingimento; enfim, pecado sobre pecado. Que o Senhor venha libertar muitos irmãos que estão vivendo nessa terrível prática da mentira.

2.    Precisamos agir contra a hipocrisia e a mentira. Não podemos trocar as verdades de Deus pela mentira, diz a Palavra do Senhor. Infelizmente, as maiores mentiras estão sendo profetizadas no púlpitos das igrejas. Falsos profetas, falsos pregadores, falsos mestres, estão eivando nossos púlpitos. Dizem que o Senhor falou sem Ele ter falado. Dizem que haverá paz, prosperidade, cura, libertação, e nada acontece. São mentirosos contumazes, e, pior, fazem em nome de Deus, assim como faziam os falsos profetas no Antigo Testamento (Jr 23.16,17,21). Jeremias 23.25 diz: “Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, profetizando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei! Sonhei!”. O comentarista nos chama a atenção para um exame de consciência diante de Deus, contra toda e qualquer hipocrisia (Mt 7.3,5). E diz: Sim, a consequência direta da mentira é a hipocrisia.

3.    Não deixe o inimigo agir na família. Satanás quer destruir a família. Destruindo a família ele destruirá a igreja. Quantas famílias que estão vivendo uma farsa diante de Deus e diante da igreja. Casamentos destruídos, lares sendo desfeitos, muitas vezes por conta de uma mentira. Há pessoas que mentem sem nem mesmo ruborizar. Se de fato, o nariz crescesse cada vez que contasse uma mentira, ele já estaria com seu nariz maior que o corpo. Que lástima! Infelizmente, nunca vi um mentiroso ser chamado a atenção pela direção da igreja. Eles mentem, mentem e mentem, e nada acontece. O comentarista, chama a atenção, dizendo que devemos agir contra a hipocrisia. Como seria essa ação? Seria uma ação passiva, esperando que o Senhor venha agir na vida do indivíduo, ou a igreja, assim como Pedro, chamou a atenção de Ananias e Safira, venha também começar a chamar a atenção dos mentirosos, e colocá-los a prova, assim como aconteceu com os que diziam ser apóstolos, mas não eram de fato, pois estavam mentindo (Ap 2.2).

CONCLUSÃO

A igreja do Senhor na terra é a coluna e a firmeza da verdade (1Tm 3.15). Por mais que pareça difícil falar a verdade, ela sempre será o melhor caminho.  A verdade cura, liberta, triunfa, traz paz, esclarece, define, enobrece, enriquece, e sempre prevalecerá. Salomão disse: “Suave é ao homem o pão da mentira, mas depois, a sua boca se encherá de pedrinhas de areia” (Pv 20.17). Por outro lado, João escreveu aos seus filhos espirituais dizendo: “Não tenho maior gozo do que este: o de ouvir que os meus filhos andam na verdade” (3Jo v 4).

Amém

Pr Daniel Nunes