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terça-feira, 22 de março de 2016

PÁSCOA, CONTEXTO HISTÓRICO E APLICAÇÃO PARA A IGREJA DO SENHOR.


Lc 2. 39,42; 1Co 5. 7,8

Desde que Israel saiu do Egito, cerca de 1445 a.C. que eles celebram a Páscoa todos os anos, na primavera (em data aproximada da sexta feira santa).
Após os descendentes de Abraão passar 430 anos de servidão no Egito, Deus os liberta da escravidão. Para isso Ele levanta Moisés como grande líder e libertador do seu povo (Ex 3 e 4). Moisés, enviado por Deus, vai diante de Faraó e pede que ele deixe o povo de Deus sair: “... Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto” (Ex 5. 1). Faraó não deixa o povo sair, então Deus começa a enviar pragas sobre o Egito. Ele envia as primeiras nove pragas:
1.     1ª) As águas se tornam em sangue (Ex 7.19-21);
2.     2ª) A praga das rãs (Ex 8. 5,6);
3.     3ª) A praga de piolhos (Ex 8.16,17);
4.     4ª) A praga das moscas (Ex 8. 24);
5.     5ª) A praga da peste nos animais (Ex 9.6);
6.     6ª) A praga das úlceras (Ex 9. 8-10);
7.     7ª) A praga da saraiva (Ex 9. 23-25);
8.     8ª) A praga dos gafanhotos (Ex 10. 12-15);
9.     9ª) A praga das trevas (Ex 10. 22,23).

No decorrer dessas nove pragas, Faraó concordava que o povo saísse, mas logo voltava atrás, assim que a praga era interrompida. Foi ai que Deus resolve mandar a décima e última praga: a morte dos primogênitos. Como o povo hebreu estavam também misturado no Egito, Deus manda que uma marca fosse colocada nas portas da casa do povo de Israel. Eles deveriam matar um cordeiro macho de um ano, sem defeitos, e passar do sangue do cordeiro, nas vergas e nas ombreiras das portas. Isso seria realizado ao entardecer do dia 14 do mês de abibe (entre o dia 15 de março de 15 de abril de nosso calendário), (Ex 12. 1-7). Porque o destruidor iria passar, e, quando ele passasse naquela terra, vendo o sangue, ele passaria “por cima”. Dai o termo Páscoa, em hebraico “pesah”, que significa “pular além da marca”, “passar por cima”, ou “poupar”. Assim pelo sangue do cordeiro morto, os filhos de Israel foram protegidos da condenação à morte executada contra todos os primogênitos naquela fatídica noite no Egito (Ex 12.12,13,28-30).
Tudo isso era apenas figura do grande acontecimento que viria, cerca de 1500 anos após, a vinda do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).
A partir daquela data, os judeus celebrariam a Páscoa todos os anos, obedecendo às instruções divinas, de que aquela celebração seria “estatuto perpétuo” (Ex 12.14,24-28). Apenas o primeiro sacrifício foi Eficaz, os demais foram comemorativos (Dt 16.1-6). Há várias referencias a comemoração da Páscoa no Antigo Testamento:
1.     Ezequias celebrou uma grande páscoa (2Cr 30. 1-20);
2.     Josias celebrou a maior Páscoa de todos os tempos (2Cr 35. 1.19);
3.     Esdras celebrou também a pascoa com os que voltaram do cativeiro (Ed 6.19-22).
No Novo Testamento os judeus continuavam a celebrar a Páscoa:
1.     Os pais de Jesus o levaram para Jerusalém, quando ele tinha doze anos, por ocasião da desta da Páscoa (Lc 2.41-50);
2.     Jesus também ia a Jerusalém para participar da Páscoa (Jo 2.13);
3.     A última ceia que Jesus participou com seus discípulos em Jerusalém, pouco antes da cruz, foi uma refeição da Páscoa (Mt 26. 1,2,17-29).
4.     O próprio Cristo foi crucificado na Páscoa, como o Cordeiro pascoal (1Co 5.7).

A PÁSCOA E JESUS CRISTO

Para nós cristãos, a Páscoa é rica em simbolismo profético, pois aponta para o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, nosso Senhor Jesus Cristo.
O Novo Testamento nos ensina claramente, que as festas judaicas “são sombras das coisas futuras” (Cl 2.16,17; Hb 10.1). ou seja, a Páscoa judaica apontava para a redenção do sangue de Jesus Cristo. Veremos os símbolos de Êxodo 12, que nos fazem lembrar o nosso Salvador Jesus e de seus propósitos conosco.
1.      Podemos dizer que o cerne, o âmago do evento da Páscoa era revelar a graça salvadora de Deus. Deus não tirou os israelitas do Egito, porque era um povo merecedor, mas pelo grande amor e fidelidade de Deus ao seu concerto (Dt 7.7-10). Assim, a salvação que recebemos de Cristo, nos vem através da maravilhosa graça de Deus (Ef 2.8-10; Tt 2,11; 3. 4,5);
2.     O propósito do sangue do cordeiro aplicado à porta, era salvar os primogênitos da morte; esse fato prenuncia o derramamento do sangue de Jesus Cristo na cruz, a fim de nos salvar da morte e da ira de Deus contra o pecado (Hb 9. 11-14,22; 1Pe 1.18,19);
3.     O Cordeiro pascoal era um “sacrifício” (Ex 12.27) a servir de substituto da morte do primogênito; Isso nos faz lembrar o carneiro que morreu no lugar de Isaque (Gn 22. 13); isto prenuncia a morte de Cristo em substituição à morte do crente. Por isso mesmo, Paulo o chama de nosso Cordeiro pascoal (1Co 5.7). Em Romanos 3.25, Paulo escreve dizendo: “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a usa justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos sob sua paciência”. O Novo Testamento enfatiza várias verdades no tocante à morte de Cristo em prol da humanidade:
a.     Foi um sacrifício. Quer dizer, uma oferenda do seu sangue, de sua vida (1Co 5.7; Ef 5.2);
b.     Foi vicária. Isto é, ele não morreu para seu próprio bem, mas, para o bem dos outros (Rm 5.8; 8.32; Mc 10.45);
c.      Foi substituinte. Cristo padeceu a morte como penalidade do nosso pecado, como nosso substituto (1Co 5.21). Como pecadores, merecíamos a morte (Rm 6.23; Ez 18.4);
d.     Foi propiciatória. A morte de Cristo satisfez a lei justa de Deus, bem como a ordem moral divina. A morte de Cristo removeu a ira de Deus contra o pecador arrependido. A integridade de Deus, exigia que o pecado fosse castigado e que fosse feito a propiciação junto a Ele, em nosso favor. Pela propiciação no sangue de Cristo, a santidade de Deus permaneceu imaculada e Ele pôde manifestar, com justiça, a sua graça e amor na salvação (Rm 3.24,25). Deus, através de Cristo reconciliou consigo mesmo o mundo (2Co 5.19; Jo 3.16; Rm 5.8; 1Jo 2.2);
e.     Foi expiatória. Um sacrifício para fazer expiação ou reparação pelo pecado. Como expiação, o sacrifício visa a remição da culpa. Pela morte de Cristo, foram anulados a culpa e o poder do pecado, que fazem separação entre Deus e o crente (Is 59.2).
f.       Foi eficaz. A morte de Cristo tem em si o poder de produzir o efeito cabal necessário da redenção, quando esta é buscada pela fé (Hb 4.2; 10.12-18).
g.     Foi vitoriosa. Na cruz, cristo triunfou sobre o poder do pecado, de satanás e de suas hostes demoníacas que mantinha os ser humano no cativeiro (Rm 8.3; Cl 2.14,15).

4.     O cordeiro macho separado para a morte tinha de ser “sem mácula” (Ex 12.5). Fala da impecabilidade de Cristo, o perfeito filho de Deus (Jo 8.44; Hb 4.15);
5.     Alimentar-se do cordeiro representava a identificação dos israelitas com a morte do cordeiro, morte esta que os salvou da morte física (1Co 10.16,17; 11.24-26); Assim como na Páscoa, somente o sacrifício inicial, a morte de Jesus na cruz, foi um sacrifício eficaz. A santa Ceia é um memorial (1Co 11.24).
6.     A aspersão do sangue nas vergas das portas era efetuada com fé obediente (Ex 12.28; He 11.28). A salvação mediante o sangue de Jesus Cristo se obtém somente através da “obediência da fé” (Rm 1.5; 16.26).
7.     O Cordeiro da Páscoa devia ser comido juntamente com pães asmos (Ex 12.8). Quer dizer, sem fermento, pois na Bíblia fermento representa o pecado e corrupção (Ex 13.7; Mt 16.6). Representam aqui a separação do crente redimido do Egito/mundo (Gal 6.4; Tg 4.4; 1Jo 2.15).


Portanto, Cristo é nossa verdadeira Páscoa. Não precisamos da Páscoa de ovos de chocolates e de coelhos, pois, nosso Cordeiro já foi sacrificado com muita eficácia por nós. Amém.

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