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domingo, 15 de agosto de 2021

O MINISTÉRIO DE ELISEU

 

Texto áureo

E disse Josafá: Não há aqui algum profeta do SENHOR, para que consultemos ao SENHOR por ele? Então, respondeu um dos servos do rei de Israel e disse: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que deitava água sobre as mãos de Elias.” (2Rs 3.11)

 

Verdade Prática

Deus usou, e ainda usa, seus servos para realizar milagres. Basta ter fé e confiança no Senhor, que Ele opera maravilhas.

 

Leitura Bíblica em Classe: 2Rs 3.5,9-11,14-18; 4.1-7,38-41

 

INTRODUÇÃO

Eliseu teve um ministério marcado por grandes milagres. Não poderia ser diferente, pois ele havia pedido a “Porção dobrada do espírito de Elias”, e isso de fato aconteceu. Ele recebeu uma carga muito grande do poder de Deus em seu ministério. Ele foi mais mencionado pelo título de “homem de Deus”, que pelo seu próprio nome e Eliseu (2Rs 4.7,9,25,27, 40,42). Vejamos alguns dos milagres operado por Eliseu:

1 – Dividiu o rio Jordão em duas partes e passou em seco (2Rs 2.14);

2 – Sarou as águas de Jericó (2.21,22);

3 – Amaldiçoou 42 rapazinhos, que foram despedaçados por duas ursas (2.23,24);

4 – Providenciou água para três reis e seus exércitos (3.15,16,20);

5 – Profetizou a vitória desses reis (3. 18,19);

6 – Aumentou o azeite da viúva (4.1-7);

7 – Profetizou que a Sunamita teria um filho (4.16);

8 – Ressuscitou esse mesmo filho que havia morrido (4.19,35);

9 – Tirou a morte da panela, usando apenas farinha (4.41);

10 – Multiplicou pães (4.42-44);

11 – Curou Naamã de lepra (5.14);

12 – Transferiu a lepra de Naamã para Geazi, seu moço (5.27);

13 – Fez um machado flutuar, usando apenas um pedaço de madeira (6.6,7);

14 – Cegou os homens do exército do rei da Síria 6.18);

15 – Devolveu-lhes a visão (6.20);

16 – Profetizou o fim da fome e do cerco da Síria (7.1);

17 – Predisse a morte do capitão do rei, por ele não ter crido na profecia (7.2);

18 – Profetizou a morte de Bem-Hadade e o reinado de Hazael (8. 10,13);

19 – Orou para que se abrisse a visão espiritual do seu moço (6. 17);

20 – Depois de morto, lançaram um defunto sobre seus ossos, e o defunto reviveu (13.21).

Umas das faces do ministério de Eliseu que nos chama muito a atenção, é sua maneira de agir, sem atrair a atenção das pessoas para ele, deixando que Deus fosse sempre o personagem principal e recebesse toda a gloria nos milagres realizados. Como no caso da cura do general Naamã, onde ele, não vai encontrar com esse homem, que era uma grande autoridade da Síria, apenas indica que ele se lavasse sete vezes no Jordão (2Rs 5. 10;17). Outro episódio é o da ressurreição do filho da Sunamita, que era uma mulher rica. Eliseu, entra no quarto, fecha a porta e sozinho, ele e o menino, faz o milagre. Ele não gostava de espetáculo, mas agia no silencio, e o nome do Senhor era glorificado.

Outras qualidades ficam evidenciadas em seu ministério, como exemplo, por ele não ter aceitado o presente das mãos de Naamã. Ele já havia abandonado tudo para seguir Elias, e, seguia com um coração desprendido dos bens materiais. Eliseu tinha um coração quebrantado, pois, quando olhou para Hazael, chorou, porque o Senhor lhe revelou o mal que aquele homem faria ao povo de Israel (8.11,12).

 

I – ELISEU SALVA TRÊS REIS E OS SEUS EXÉRCITOS

1 – Reis bons e maus. O reino do Norte, com sede em Samaria, tiveram 19 reis, todos maus, e no reino do sul, com sede em Jerusalém, também houveram 19 reis, sendo 8 bons e 11 maus aos olhos do Senhor. Fazer o que era mau, significava que esse rei desprezava ao SENHOR na sua adoração e promovia adoração a ídolos.

2 – Três reis vão à guerra contra os moabitas. O rei de Israel, Jorão, o rei de Judá, Josafá e o rei de Edom, saem em batalha contra Mesa, rei dos moabitas. Josafá, foi classificado como um bom rei, pois além de promover reformas administrativas, religiosas e jurídicas importantes para a organização e melhor funcionamento do povo de Deus, deu instruções aos juízes para que agissem de forma justa e equânime em todos os julgamentos e questões. Lutou para a unidade dos dois reinos, do norte e do sul. Para isto, casou seu filho Jorão, com Atalia, filha de Acabe. Na verdade, essas alianças de Josafá com a casa de Acabe não foi bom aos olhos do Senhor (2Cr 19.2). Essa sua aliança com Acabe quase lhe custou a vida.

A diferença entre Jorão e Josafá, é que o primeiro culpou a Deus pelo fato de estarem sem água no deserto (2Rs 3.10), um gesto de total desespero, como já era esperado de alguém que adorava ídolos e, supostamente, confiava neles. Somente Deus pode dar segurança na hora de provas (Sal 121.1,2).

Josafá, que confiava no Senhor, procurou resposta nEle, solicitando um profeta do SENHOR. Eliseu foi o profeta chamado para profetizar para esses três reis, e ironizou de Jorão, perguntando ao mesmo, o porquê de ele não ter ido consultar os ídolos de seu pai. E disse que somente estava ali, porque respeitava a presença do rei Josafá (3,14).

 

3 – A predição de Eliseu se cumpriu. Eliseu pediu que trouxessem um tocador de harpas, e quando o mesmo começou a tocar, veio o Espírito do Senhor sobre Eliseu “E disse: Assim diz o Senhor: fazei neste vale muitas covas. Porque assim diz o Senhor: Não vereis vento e não vereis chuva; todavia, este vale se encherá de tanta água, que bebereis vós e o vosso gado e os vossos animais” (3. 16,17). E isso de fato aconteceu (3. 20).

 

II – ELISEU AUMENTA O AZEITE DA VIÚVA

1 – A situação das viúvas em Israel. A situação das viúvas em Israel naquele tempo era muito difícil, pois, geralmente, as mulheres daquele época dependiam de um homem para sustenta-las. Naquele tempo não havia salário, ou aposentadoria para viúvas. Aquela mulher não tinha nenhuma fonte de renda, apenas dois filhos, que estavam prestes a serem levados cativos, pois, o seu marido havia deixado uma dívida, e o credor estava vindo para levar seus filhos como escravo no lugar da dívida que o falecido deixou (4.1). O Senhor tinha dito através de Moisés seu servo, que não era para afligir as viúvas (Ex 22.22,23). Deus, está sempre atento ao clamor do oprimido, por isso mesmo, ouviu a pobre viúva (Sal 107.4-6,12,13). O Senhor está pronto para ouvir a tua oração sincera diante dEle (Jr 33.3).

2 – Um única botija de azeite foi o suficiente para Deus operar o milagre. Nosso Deus é perito em usar coisas pequenas e coisas escassas: Uma vara seca nas mãos de Moisés; Um queixada de jumento nas mãos de Sansão; Uma pedrinha nas mãos de Davi; Uma tocha acesa nas mãos de Gideão e seus trezentos; uma colher de pedreiro nas mãos de Neemias; Uma agulha nas mãos de Dorcas; cinco pães e dois peixinhos de um menino; uma pena nas mãos de Paulo, etc.

Eliseu perguntou a mulher: “... declara-me que é que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite” (4.2). Era isso que o SENHOR queria, a disposição da mulher colocar o que tinha, nas mãos de Deus. A recomendação de Eliseu foi a seguinte: “Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à parte o que estiver cheio” (4.4). Nosso Deus também trabalha com portas fechadas. Vemos que para dar salvação a família de Noé, o Senhor fechou a porta da arca. Jesus disse: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; o teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará” (Mt 6.6).

Essa experiencia demonstra o cuidado de Deus nos momentos de crise mais profunda, provendo meios de onde não poderiam vir naturalmente, mas que, ao mesmo tempo, demonstram que o milagre provém daquilo que se tem nas mãos, ainda que seja pouco.

 

3 – Fé, obediência e família unida. A mulher creu na palavra do homem de Deus. Isso fez que a sua família permanecesse unida, mesmo tendo a falta do pai. A porta fechada, pode significar que a família estava fechada para a não intromissão de influencias mundanas do mundo exterior, que hoje em dia, tanto tem prejudicado as famílias. E, quando a família fecha as portas para o pecado, e para as influencias que esse mundo hodierno quer passar para a igreja, a família, a sociedade de modo geral, o milagre certamente vai acontecer lá dentro. A família é a principal constituidora de uma sociedade sadia, devendo, portanto, ser preservada debaixo da intimidade da presença do Senhor, em reverencia, submissão e sacralidade, como fez a viúva ao fechar a porta de sua casa para o mundo.

Aprendemos ainda outra lição importante nesse episódio, é que, em nossa vizinhança pode haver muitos vasos úteis para serem cheios do azeite do céu. Se és crente, você tem a botija, os vizinhos tem os vasos, é somente enche-los do azeite do Espírito Santo, que todos terão um grande e alto preço. Como estamos influenciando a sociedade à nossa volta?

 

III – A MORTE QUE HAVIA NA PANELA

1 – A escola de profetas. A escola de profetas em Gilgal, provavelmente foi fundada por Samuel e agora estava sendo dirigida por Eliseu. Este realizou três dos seus milagres em favor desta escola de profetas: 1)Tirou o veneno que havia na panela; 2)Multiplicou 20 pães, e saciou a fome de 100 homens; 3)fez o machado flutuar. Os discípulos eram chamados “filhos de profetas” porque era como adotados por seus mestres. Por isso mesmo, também eles chamavam os profetas de pai (2Rs 2.12).

Nestas escolas , os alunos aprendiam as leis de Deus, desenvolviam um relacionamento com o Senhor da mesma forma como os profetas e, especialmente, contribuíam como um forma de resistência contra a apostasia e a idolatria que imperavam e Israel. Eles eram também como uma reserva moral e espiritual, pois os sacerdotes, que deveriam ser responsáveis pelo oficio de ensinar o povo, haviam-se corrompido na tentativa de manter o poder das instituições e com as benesses das ofertas dos reis. Os profetas foram perseguidos (1Rs 18.4).

Em todo tempo e lugar, os profetas verdadeiros são perseguidos, pois estes “se intrometem” nas causas que os poderosos acham corretas e justas. Profetas intrometem-se na injustiça, no pecado e no sofrimento desnecessário que vêm sobre todas as criaturas por causa da negligencia dos homens poderosos. Profetas são comprometidos com a justiça e a compaixão. Esse chamado profético de intrometer-nos na injustiça vale para todos nós. Como Jesus disse: “Bem-aventurado os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus” (Mt 5.10).

 

2 – A morte na panela. O fato ocorrido na escola em Gilgal nos traz grande lição para nossos dias atuais. A alimentação espiritual deve ser feita com muito cuidado, pois, a falsa doutrina, é como uma parra brava, que parece muito com algo bom, porém, é um alimento que pode levar a morte espiritual. Podem facilmente se inserir doutrinas estranhas na mente de pessoas que ainda estão em fase de crescimento espiritual (Ef 4.12-14; 1Tm 4.1,2; 2Tm 3.1-9; 4.3).

Ao anjo da Igreja em Pérgamo, o Senhor o adverte sobre algumas doutrinas perigosas, que são elas: Doutrina de Balaão, e a doutrina dos nicolaítas (Ap 2.14,15).

a.     Doutrina de Balaão – Diz o pastor Antônio Gilberto: É a mistura espiritual da igreja com o mundo, quanto às suas práticas e procedimentos, perdendo ela, assim, sua pureza e santidade. Foi isso que Balaão fez a Israel. Ele ensinou a Balaque, rei do moabitas, a lançar tropeço diante dos filhos de Israel para contaminá-los. Assim, por conselho de Balaão, Israel profanou sua separação do mal, e interrompeu sua peregrinação para a terra prometida (Nm 25. 1-3). O mesmo acontece hoje, sempre que a igreja se mistura com o mundo e sua prática: Ela para, detém-se, imobiliza-se. É a união da igreja com o mundo, como milhões estão querendo. Igrejas inclusivas; com ideologia marxista, ideologia feminista, etc.

b.     A doutrina dos nicolaítas. É interessante notar, que a palavra hebraica “Balaão”, é a equivalente a “Nicolau” no grego. Deve-se se observar também o progresso do mal sobre o povo de Deus. Aquilo que era “obras dos nicolaítas”, em Ap 2.6, tornou-se “a doutrina dos nicolaítas”, em 2.15. É a morte na panela.

c.     Nicolaítas era um partido dentro da igreja de Éfeso. Paulo, pelo Espírito, avisara a igreja disso, conforme (At 20. 29,30). Eram seguidores de um certo Nicolau.

A farinha na panela para tirar a morte, significa a sã doutrina, que somente através dela, podemos curar a humanidade (2Tm 4.1,2,5; Tt 2.1,7; 1. 13; 2Tm 3.16,17).

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