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terça-feira, 25 de julho de 2023

A DESSACRALIZAÇÃO DA VIDA NO VENTRE MATERNO

 




LIÇÃO 5

A DESSACRALIZAÇÃO DA VIDA NO VENTRE MATERNO

TEXTO ÁUREO

E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.” (Lc 1.31).

 

VERDADE PRÁTICA

A concepção divina de Jesus Cristo sacraliza a vida no ventre materno e se opõe à cultura da morte infantil intrauterina do presente século.

 

Leitura Bíblica em Classe: Lucas 1.26-33,39-45

 

Objetivos da Lição

1.    Refletir sobre a divina concepção e nascimento de Jesus, demonstrando o milagre da vida e da capacidade de procriar.;

2.    Identificar os traços da cultura da morte presentes em nossos dias e suas consequências;

3.    Compreender a sacralidade da vida e a importância de a Igreja de Cristo combater toda cultura que viole os princípios da Palavra de Deus.

 

INTRODUÇÃO

A sacralidade se diz do que é sagrado, santo, puro; assim é a concepção da vida. Ela não é algo sem valor, vulgar, ou sem importância. A vida, desde a sua concepção, já deve ser respeitada, cuidada, e entendida que foi a vontade do Senhor, o Pai dos espírito, que permitiu a vinda daquele ser ao mundo. Como diz o Senhor, através do profeta Malaquias: “Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? ...” (Ml 2.10). Deus é o autor supremo da vida (Gn 2.7). O Senhor conhece o nosso ser, a partir do momento que o óvulo é fecundado, ali, para Deus já há uma vida em movimento (Sal 139.13-16; Jr 1.5). Portanto, querer alterar, mudar ou desqualificar esse alto conceito da vida que é ensinada na Palavra de Deus, é uma maneira de ensinar a cultura da morte infantil ainda no útero da mãe. O ser humano não é autônomo quanto a vida; somente a Deus compete dar a vida e a tirar. Nesta lição, estudaremos a concepção sobrenatural de Jesus Cristo, a apologia ideológica da cultura da morte e o conceito da sacralidade da vida no útero materno.

 

 

I – A CONCEPÇÃO DE CRISTO

 

1.    O anúncio do nascimento. Maria estava desposada com José, quer dizer, ela estava noiva; que era um estágio muito importante naquele tempo na vida do casal hebreu. Eles estavam comprometidos, faltando apenas o casamento. Naquele tempo, segundo nos ensina o pastor Antônio Gilberto, a festa do noivado era maior que a festa do casamento. Nesse tempo de espera para o casamento, Maria recebe a visita do anjo Gabriel em Nazaré, e lhe diz que ela terá um filho, que deveria se chamar Jesus (Lc 1.26,2,31). Você já imaginou o que passou na cabeça de Maria? Como ela responderia às pessoas quando perguntassem sobre aquela gravides? Ela mesma testemunha que não conhecia varão, quer dizer: ela e José, estavam apenas desposados, e não casados (Lc 1.34). Tudo o que estava acontecendo com Maria, já fazia parte do plano eterno de Deus, que desde Gênesis 3.15, já havia dito, que da semente da mulher, ia nascer um que esmagaria a cabeça da serpente, no caso aqui, uma figura de Satanás (Ap 20.2).

2.    A miraculosa concepção.  Não seria uma concepção normal, natural, porém, miraculosa e sobrenatural. Disse Gabriel: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35). Fico aqui imaginando, que se Deus o Pai, não tivesse a concepção como algo sagrado, divino, Ele jamais teria enviado o seu filho para nascer de uma mulher. Paulo nos assevera dizendo: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a forma da lei” (Gl 4.4). Naquele momento, para que Maria cresse no milagre que estava prestes a acontecer, o anjo de Deus, lhe revela que Isabel, sua prima já estava gravida de seis meses de seu filho, que seria chamado de João (Lc 1.36). Gabriel, sendo um ser angelical, fala uma palavra, que certamente enche o coração de Maria de muita fé: “Porque para Deus nada é impossível” (Lc 1.3). Quer dizer, o que estava acontecendo com Isabel e com Maria era algo que vinha da parte de Deus.

3.    A benção do nascimento. Davi disse: “Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado...” (Sal 139.14). Sim, a vida é um grande milagre (Ec 11.5). Foi Deus quem dotou o ser humano, bem como os animais para que pudessem procriar (Gn 1.28). Salomão disse que os filhos são herança do Senhor (Sal 12.3). Se Deus cerrar a madre, nada acontece (Gn 30.1,2). Portanto, todas as vezes que ocorre a concepção, foi obra, não somente do homem e da mulher, mas primeiramente de Deus. Porque se ele não permitisse não haveria nenhuma concepção, e quando ele permite, até a estéril abraço o seu filho (1Sm 2.5), foi o caso da concepção de Jesus, no ventre virgem de Maria, e de João Batista, no ventre estéril de Isabel, uma mulher já de idade avançada (Lc 1.34,36). Lembremos as palavras de Gabriel: “Porque para Deus nada é impossível”.

 

II – A CULTURA DA MORTE

 

1.    O projeto ideológico. Na pauta progressista está o conjunto de ideias que visa modificar o conceito bíblico da concepção da vida. Entre as quais a legalização do aborto e da eutanásia (ato de proporcionar morte sem sofrimento a um doente atingido por afecção incurável), apologia ao suicídio e o controle da natalidade; coisa que podemos chamar de “cultura da morte”. Mediante estratégias culturais, intelectuais e políticas, impõe-se uma agenda de desconstrução da sacralidade da vida, algo caro à cultura cristã. Apontando pelo menos quatro pontos, nosso comentarista diz ser nesse caso, um estímulo a “eugenia” (A eugenia é a seleção dos seres humanos com base em suas características hereditárias com objetivo de melhorar as gerações futuras. O termo foi criado pelo cientista inglês Francis Galton (1822 - 1911), em 1883. A palavra eugenia deriva do grego e significa "bom em sua origem ou bem-nascido"). 1) O descarte do ser humano com alguma má-formação ainda no útero materno; 2) A maternidade é depreciada a fim de que a mulher não deseje ser mãe; 3) O conceito de saúde reprodutiva é modificado para justificar o aborto como medida de saúde feminina; 4) O direito a vida no útero é substituído pelo direito incondicional da mulher sobre o próprio corpo, que por meio do aborto decreta a morte do fruto no ventre.

2.    O direito sobre o corpo. O slogan “meu corpo minhas regras”, nada mais é que um cheque em branco para a libertinagem. Abre-se espaço para a defesa das liberdades sexuais e reprodutivas, como também para a escolha de vida ou morte. Ai também se encontra o direito à prostituição do corpo, aborto, eutanásia, suicídio, entre outros males. Qualquer que seja a opinião que seja contrária a esse discurso, se torna algo que viola a liberdade humana. A Bíblia é clara que o corpo deve ser cuidado, nutrido e respeitado (Ef 5.28,28). Nosso corpo é templo de Deus e deve, portanto, ser bem cuidado (1Co 3.16,17).

3.    A prática do aborto. Abortar é interromper a vida de um embrião ou feto ainda no ventre da mãe. Nada mais e nada menos que matar um ser indefeso. Pior que matar um adulto, que tem como se defender, correr, reagir contra seu algoz etc. A criança que está no ventre da mãe, nada pode fazer, senão aceitar ser despedaçado e retirado do seu lugar, onde, após os 9 meses de gestação, estaria formado para vir ao mundo. O sexto mandamento é claro: “Não matarás” (Êx 20.13). o mesmo que não assassinar alguém, seja uma feto, um embrião, uma criancinha, um adolescente, um jovem, adulto ou ancião. O verbo matar aí, é rasab, que tem o sentido de assassinar intencionalmente. A ação do médico, tirando a vida do paciente, é vista como um assassinato, segundo a maioria dos estudiosos da ética cristã. Os intérpretes do decálogo concordam que a proibição do aborto está incluída neste mandamento. Portanto, quem mata um embrião ou um feto atenta contra a dignidade humana e a sacralidade da vida no ventre materno.

III – A SACRALIDADE DA VIDA

1.    A vida é inviolável. Como acostumamos dizer: A nossa vida pertence a Deus. Nossa vida está nas mãos de Deus. É isso mesmo, pois é Ele o autor e a fonte originaria do fôlego de vida (Gn 2.7; Jó 12.10; 33.4). Então, na perspectiva bíblica, a vida é sagrada, doada por Deus, portanto digna de ser respeitada a sua inviolabilidade (Sal 36.9; 90.12). Poderia então se perguntar: Desde quando devemos manter a inviolabilidade da vida? Desde o momento da concepção, sem exceção e sem concessão.  Devemos como cristãos nos mantermos firmes na Palavra, e não abrirmos mão para essa sociedade secularizada e sem Deus (Rm 12.2).

2.    O começo da vida. O Senhor disse Jeremias: “Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta” (Jr 1.5). O 'antes' sublinha a verdade bíblica de que a vida humana advém de uma decisão atemporal realizada por Deus, que dentro da sua existência onipotente e sábia já formou, conheceu e santificou a vida humana". O verbo "formar", originalmente "iatsar", em hebraico, "traz a ideia fundamental de um ato criador realizado em um passado muito remoto que, igualmente, pode ser entendido como o eterno presente que define a existência de Deus, aquele que não possui passado ou futuro". Sim, por mais difícil que pareça, mas a Palavra de Deus nos faz entender que nosso Deus, que é onisciente, já nos conhece, mesmo antes de nosso nascimento. Portanto, tirar a vida de uma criança no ventre de sua mãe, é sim um assassinato de uma pessoa a qual nosso Deus já o ama.

3.    A posição cristã. A igreja que mantém o princípio teológico da autoridade das Escrituras Inspiradas de Deus (2Tm 3.16) defende a dignidade humana e a inviolabilidade da vida desde a sua concepção. Ensina a sacralidade da vida humana em todos seus estágios de desenvolvimento. Ratifica que toda ideologia que seculariza os princípios bíblicos deve ser combatida (2Tm 3.8)

CONCLUSÃO

Volto a dizer na conclusão da lição, o que disse lá no início: Quando Deus, fez com que o Verbo se tornasse carne por meio do ventre de uma mulher, Ele sacraliza esse ato, e diz a todos, que a concepção do seres humanos é algo divino. Por mais que o corpo humano, que foi formado por Deus, seja algo simplesmente maravilhoso, principalmente no que tange a reprodução humana, porém, não podemos esquecer que quem de fato dá a vida é Deus.  A valorização e a dignidade humana, o direito à vida e o cuidado à pessoa vulnerável são princípios imutáveis do cristianismo bíblico (Jo 10.10). Acerca do assunto, a Bíblia assegura que Deus é o autor e o detentor da vida humana (Jó 12.10).

Amém

Pr Daniel Nunes

 

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