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sexta-feira, 15 de abril de 2022

A ROCHA ERA CRISTO

 


E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo”.

Paulo está se referindo ao episódio acontecido em Horebe, quando os filhos de Israel saíram do Egito, rumo à terra prometida. Encontramos a narrativa bíblica em êxodo 17. 5,6, onde diz: “Então, disse o Senhor a Moisés: Passa diante do povo e toma contigo alguns dos anciãos de Israel; e toma na tua mão a tua vara, com que feriste o rio, e vai. Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horebe, e tu ferirás a rocha, e dele sairão águas, e o povo beberá. E Moisés assim fez, diante dos olhos dos anciãos de Israel”. E ainda em Números 20.11, onde diz: “Então Moisés levantou a sua mão e feriu a rocha duas vezes com a sua vara, e saíram muitas águas; e bebeu a congregação e os seus animais”.

A rocha de Horebe era um tipo de Cristo, e Paulo, a chama de: “... pedra espiritual”. Daquela rocha espiritual podemos aprender algumas profundas lições:

1.    Aquela rocha estava em um lugar seco e estéril. Horebe significa seco ou vazio. Ela estava no deserto de Elim, um lugar estéril, e por si mesmo uma ajuda aparentemente inútil. Cristo estava no mundo, porém o mundo não lhe conheceu. “Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; No tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos para que o desejássemos” (Is 53.2). “E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem” (Lc 2.7). “Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.10,11). “Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” (Jo 1. 46).

2.    Aquela rocha era nativa do deserto. Ela era uma entre tantas outras, sim, não havia nenhuma diferença aparentemente destacada nela. Seria como olhar e querer diferenciar as pedras no cariri e sertão nordestino. Jesus era tão parecido aos seus irmãos judeus, que quando estava entre a multidão, ninguém distinguia ele dos demais – “... Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?”; “Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom (dádiva, presente) de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pediria, e ele te daria água viva” (Jo 4. 9,10). “Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;” (Fl 2. 7). “... Deus, enviando seu Filho, em semelhança da carne do pecado...” (Rm 8.3). O escritor aos Hebreus, fazendo referencia ao Senhor Jesus, citou o Salmo 8.5, e disse: “Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos, de glória e de honra o coroaste...” (He 2.7).

3.    Aquela rocha foi escolhida por Deus. Não foi Moisés que escolheu a rocha, mas sim Deus. O Senhor indicou para Moisés qual seria a rocha, qual seria a pedra que ele deveria tocar. A rocha que deveria ser ferida, golpeada foi designada e indicada por Deus. Jesus é o escolhido de Deus. “E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu, E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo, escutai-o” (Mt 17.5).

4.    Aquela rocha esta possuída por Deus. Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha...” (Ex 17.6a). Aqui estava o segredo de suas riquezas. Ai onde consiste a diferença das demais rochas: Porque Deus estava sobre naquela rocha, Deus estava sobre ela. Moisés, em seu último cântico disse: “Porque a sua rocha não é como a nossa Rocha, sendo até os nossos inimigos juízes disso” (Dt 32.31). Nisto consistia a sua capacidade de suprir as necessidades dos sedentos israelitas. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo...” (2Co 5.19); “Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim quem de mim se alimenta também viverá por mim” (Jo 6.57). “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração” (Lc 4.18).

5.    Aquela rocha estava cheia das bênçãos invisíveis. Um dos lugares mais improváveis. Alguém poderia até perguntar: “Poderá sair alguma coisa boa daquela rocha seca no deserto de Elim?”. Porém, pela infinita misericórdia e plenitude de Deus havia nela profundidades insondáveis de bênçãos. Natanael perguntou se referindo ao Cristo: “... pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem e vê” (Jo 1.46). E como há! Disse Paulo: “Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor e enriquecidos da plenitude da inteligência para conhecimento do mistério de Deus – Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Col 2.2,3). Dele escreveu Joao: “E o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua gloria, como a gloria do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14), e disse mais: “E todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça” (Jo 1.16). Ele mesmo disse: “Quem me vê a mim, vê o pai” (Jo 14.9). Chamou a todos dizendo: “... Se alguém tem sede, que venha a mim e beba” (Jo 7.37).

6.    Aquela rocha foi ferida. “... e tu ferirás a rocha...” (Ex 17. 6). Isto nos faz recordar palavras similares quão respeito ao Senhor Jesus: “... Fere o Pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas...” (Zc 13.7). A rocha foi ferida com uma vara. A vara do juízo de Deus caiu sobre Cristo. Não foi ferido por causa dele mesmo, mas por nossa salvação. Ele sofreu por nós, o justo pelos injustos. Veja o que o profeta Isaias escreveu sobre Ele (Is 53. 2-5).

7.    Aquela rocha deu o seu tesouro depois que foi ferida. ... e tu ferirás a rocha, e dela sairão águas...”. Até mesmo aquele que a feriu, podia beber de sua misericórdia. Aquele golpe dado em Jesus com a lança abriu a fonte para limpar pecado e a imundícia. Até mesmo aqueles que o feriram podiam beber da corrente de salvação. Jesus clamou na cruz dizendo: “... Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem (Lc 23.34). E o centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e as coisas que haviam sucedido, tiveram grande temor e disseram: Verdadeiramente, este era o Filho de Deus” (Mt 27. 54).

8.    A rocha que os seguia. E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo” (1Co 10. 4). Certamente que não mais terão sede, aqueles que têm a fonte que os acompanham dia a dia em suas peregrinações pelo deserto da vida. “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (Jo 4.14). A presença de Jesus conosco, é como um manancial brotando no coração. Jesus disse: “Eis que estou convosco todos os dias” (Mt 28.20). Essa Rocha espiritual continua nos seguindo. Bebei dela todos!

 

 

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