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sexta-feira, 26 de junho de 2020

A CONDUTA DO CRENTE EM RELAÇÃO A FAMÍLIA




TEXTO ÁUREO
Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne” (Ef 5.31).

VERDADE PRÁTICA
Deus estabeleceu o casamento monogâmico, heterossexual e indissolúvel, isto é, a instituição da família para glória do nome dEle.

Leitura Bíblica em Classe – Efésios 5. 21-33; 6. 1-4


INTRODUÇÃO

Paulo apresentou os conceitos que regem o comportamento doméstico guiado pelo Espírito Santo. Se entre as famílias judaicas havia um conceito elevado de conduta familiar, muito mais alto deveria ser entre às famílias cristãs. Paulo delineou o plano de Deus para o comportamento no lar. Esse plano, pressupõe o casamento monogâmico, heterossexual e indissolúvel (Mt 19.4-6). Mesmo havendo igualdade entre os membros da família, quer dizer, não existe ninguém superior ao outro; existem papeis e funções diferentes para cada membro da família. É, exatamente sobre o papel, ou melhor, a responsabilidade de cada um, marido, mulher e filhos, dentro de uma visão bíblica que vamos estudar na aula de hoje.



I – A CONDUTA DO CRENTE COMO MARIDO

No versículo 21 de Efésios 5, Paulo ainda está falando aos membros da igreja de modo geral, e conclui esse trecho de sua carta, falando sobre a submissão de um crente para o outro, quando diz: “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus”. Em Gálatas 3.28, Paulo enfatiza a igualdade de todos os crentes em Cristo, porém, aconselhou a todos a se sujeitarem uns aos outros por opção. Esse tipo de sujeição opcional e mútua preserva a ordem e a harmonia no meio da igreja.
Estamos acostumados a nos submetermos apenas aos nossos superiores. Se formos exortados por alguém, que entendemos que não tem autoridade sobre nós, a tendência é dizer: quem é você para estar falando assim comigo? Nem sempre ponderamos, se tal pessoa está ou não sendo usado por Deus para nos exortar. O escritor aos Hebreus disse: “Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias,...” (He 3.13).
Partindo desse ensinamento, o apóstolo Paulo, agora, passa a ensinar os valores de submissão dentro do lar cristão. Vemos nesse ponto alto da carta aos Efésios, o enaltecimento do matrimonio, onde o marido é comparado a Cristo e a esposa a igreja do Senhor Jesus. Que linda analogia!

1.    O papel do marido como líder da família. Diz-nos o Comentário do Novo Testamento, aplicação pessoal, CPAD, “Os relacionamentos entre maridos e esposas são microcosmos do quadro maior dos relacionamentos da igreja”. Na Bíblia, a ordem de autoridade é observada do seguinte modo: Deus é a cabeça de Cristo; Cristo é a cabeça do Homem; e o homem é a cabeça da mulher (1Co 11.3). Diz Holman: “A sujeição da mulher ao marido é regida pela expressão: “como ao Senhor”. A sujeição das mulheres cristãs a seu marido é um aspecto de sua obediência a Cristo. Sujeitar-se é abrir mão de seus direitos e negar-se em favor do outro. A sujeição segue o exemplo de Cristo (Fl 2.5-8) e reflete a essência do evangelho. A sujeição diferencia o estilo de vida de todos os cristãos”. O marido cristão, deve liderar a sua casa, do mesmo modo como Cristo lidera a igreja visando seu absoluto bem estar. É fácil para um marido crente, abrir a Bíblia, e exigir de sua esposa submissão; porém, para que citemos a Bíblia para nossa esposa, será primeiro preciso que eu a cite para mim mesmo. Se a Palavra compara a esposa como a igreja, o marido é comparado como a Cristo. Estamos cumprindo nosso papel de cabeça, para estarmos cobrando submissão?
2.    Pensamentos feministas modernos. O movimento feminista considera que o modelo de família cristã, (onde o homem é a cabeça da mulher) como um modelo opressor do homem sobre a mulher. Porém, sabemos que esse discurso é falacioso, pois o modelo cristão está fundamentado no amor. E um amor sacrificial, o que veremos a seguir. Pois se não há amor, não vale a pena também a submissão.
3.    O amor como elemento primordial. Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela” (25). A sociedade nos tempos de Paulo, reconheciam muito bem os deveres da mulher para com o marido, porém, desconhecia os deveres do marido para com a mulher. Como em Colossenses 3.19, Paulo exorta os maridos a amarem suas mulher, mas em Efésios, ele apresenta amor sacrificial de Cristo à Igreja como sendo o modelo para o amor do marido por sua mulher.
Os maridos devem amar sua mulher continuamente como Cristo ama a igreja. O tempo do verbo grego traduzido pro “amai” indica um amor contínuo. Diz Holman: “Amar é mais do que afeição familiar ou paixão sexual. Trata-se, antes, de uma atitude deliberada conducente à ação que se preocupa com o bem estar do outro”. Portanto, o marido deve amar a sua mulher, (1) Como Cristo amou a igreja (vv 25-27); (2) Como o seu próprio corpo (vv 28-30); (3) Com um amor que transcende todos os outros relacionamentos humanos (vv 31-33).
4.    O cuidado do marido à esposa. Assim como Cristo abriu mão de seus direitos por amor a igreja, o marido também deve, se necessário for, abrir de seus direitos para dar o devido cuidado à sua esposa. Essa é uma imagem solene do amor pactual disse Holman. A Escritura enfatiza que a esposa é parte do marido ao declarar: “Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo” (v28b). Acrescenta ainda que toda a pessoa mentalmente saudável cuida do próprio corpo (v 29), o que significa que o marido deve dar atenção à sua esposa do mesmo modo que atenta para consigo mesmo. Não se aplica apenas ao material, mas ao afeto, à consideração e a honra. O amor seja não fingido, como disse Paulo aos Romanos 12.9, em particular e em público.

II – A CONDUTA DA CRENTE COMO ESPOSA

Se é um privilégio para o homem ser considerado como Cristo, ao falar de seu amor para com sua esposa, não é diferente para as mulheres, que são comparadas à Igreja, a noiva do Cordeiro, com relação a submissão ao seu marido.
1.    O conceito de submissão cristã. A Bíblia nos mostra alguns exemplos de submissão: Das esposas aos seus maridos (5.22); Dos filhos aos pais (6. 1); Dos servos aos seus senhores (6.5). Apenas para a submissão das mulheres Paulo diz “de sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido”. Não se trata que o marido seja “soberano” em relação a esposa. Nosso conceito de submissão deve vir daquele existente entre Cristo e a Igreja: Cristo ama a igreja, e a igreja se submete a Cristo. Não devemos baseá-la em uma visão feminista ou machista. O casamento cristão envolve submissão mútua, subordinando os nossos desejos pessoais ao bem da pessoa amada e nos submetendo a Cristo como ao Senhor.
Paulo explicou que o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja. Em outras palavras, o marido é o chefe espiritual da família, e a esposa deve reconhecer a sua liderança. A verdadeira liderança espiritual envolve servir e sacrificar-se. Cristo como cabeça da igreja é também o seu Salvador. Cristo deu a sua vida pela Igreja. O marido sábio e que honre a Cristo não tirará vantagem deste papel de liderança, e uma esposa sábia e que honre a Cristo não tentará minar a liderança do seu marido. Qualquer uma das abordagens causa desunião e atrito no casamento. A submissão raramente é um problema em lares onde os dois companheiros têm uma forte relação com Cristo e cada um está preocupado com a felicidade do outro.
2.    A condição da mulher cristã. Na cultura judaica a mulher ocupava posição secundária e era parte da propriedade de um homem (Gn 31.14-16). Na sociedade grega eram tratadas como inferiores e as esposas eram escravizadas. O evangelho veio para mudar essa situação. As mulheres foram elevadas a posição de dignidade igual aos homens (Gl 3.28). Jesus conversou com a mulher samaritana, que além de mulher, era uma prostituta e estrangeira, quebrando assim paradigmas da época, se opondo ao preconceito e a discriminação (Jo 4.9,10). O versículo 27 mostra claramente o preconceito que era, de um homem judeu estar conversando com uma mulher em público naquele tempo: “E nisso vieram os seus discípulos e maravilharam-se de que estivesse falando  com uma mulher; todavia, nenhum lhe disse: Que perguntas? Ou: Por que falas com ela?”. A mulher cristã desfruta de plena liberdade em Cristo e não está sujeita a nenhum sistema de escravidão (Gal 5.13).
3.    A reverência devida ao marido. Em provérbios 31 está escrito: “O coração do seu marido está nela confiado, e a ela nenhuma fazenda faltará. Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida. Conhece-se o seu marido nas portas, quando se assenta com os anciãos da terra. Levantam-se seus filhos, e a chamam-na bem-aventurada. Como também seu marido, que a louva dizendo: Muitas filhas agiram virtuosamente, mas tu a todas és superior”. (vv 11,12,23, 28,29). Vemos ai uma reciprocidade. Ela reverencia o marido, e ele a estima, a ama e a louva, quer dizer: fala muito bem dela . Essa reverencia consiste em estima e respeito para com o marido. A esposa que reverencia seu marido o ajuda a liderar, sem ser aquela opositora em todos seus projetos, mas uma conselheira sábia, para que os projetos, sejam familiares, ou em qualquer outra área sejam bem sucedidos.

III – A CONDUTA DO CRENTE COMO FILHO

A Bíblia é categórica em dizer que os filhos são herança do Senhor para seus pais (Sal 127.3). Nos diz também, que o varão que teme ao Senhor, os seus filhos serão como plantas de oliveira à roda de sua mesa. Planta de Oliveira, fala do fruto de onde se extrai o azeite, que suaviza, que cura, que alimenta, que conserva. Assim são nossos filhos!

1.                  A responsabilidade dos pais. Os pais devem criar seus filhos na “doutrina e admoestação do Senhor” (6.4b).b A palavra disciplina ou doutrina vem do grego paideia, que tem como significado a orientação ou treinamento. Os pais são os primeiros pedagogos de seus filhos. “Ensina o menino no caminho e que deve andar...” (Pv 22.6). Os pais são condutores de seus filhos nos caminhos do Senhor (Dt 6.4-7). Até que o caráter de nossos filhos estejam formados precisamos investir tempo neles. Os pais tem a experiencia, e precisam passar elas aos seus filhos (1Jo 2. 12-14). Por outro lado, os pais cristãos, não devem querer forçar os filhos, muitas vezes com palavras duras, com exortações severas e até com violência. Precisamos orar por nossos filhos e admoesta-los com brandura e sabedoria de Deus.
Gostei do que está no encarte de nossa revista de mestre: Uma boa liderança dentro da família abrange três dimensões da vida dos filhos. A primeira dimensão alcança os filhos pelas instrução, isto é, refere-se aos que dizemos para nossos filhos. A segunda dimensão é a influência, isto é o que fazemos diante e para os nossos filhos. A terceira dimensão é a imagem do que os pais são e mostram ser para os filhos no dia a dia.
2.    A conduta requerida dos filhos. Vós filhos sede obedientes a vossos pais”.  A explicação para essa postura é categórica: “Porque isto é justo”. Até o menino Jesus, deixou-nos o exemplo para todos os filhos. Lucas escreve dizendo: “E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito.” (Lc 2.51). Assim os filhos devem obedecer e honrar seus pais. Obedecer significa cumprir o que é ordenado; e honrar envolve amor, respeito e até mesmo o sustento em caso de necessidade. Em caso de desobediência dos filhos à Palavra de Deus, os pais devem desenvolver atitudes firmes, amáveis e pacientes para com os filhos, para que eles aprendam que a obediência é para o bem deles.
3.    O mandamento com promessa. Paulo cita o quinto mandamento, para convencer os filhos a serem obedientes e a honrarem a seus pais, quando diz: “Honra teu pais e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a face da terra (Ef 6. 2,3).  Está incluso aqui a prosperidade exterior e vida longa. O comentador nos diz: Embora as dádivas espirituais estejam implícitas, a ênfase recai sobre os benefícios materiais. Significa que ao obedecerem e honrarem a seus pais, os filhos submetem-se ao arbítrio de Deus que, segundo o beneplácito da sua vontade, os recompensa com benesses especiais.
 Quando os filhos obedecem o mandamento de honrar os seus pais, demonstram uma atitude de amor e respeito e a levam para o seu relacionamento com Deus. Tal atitude cria uma comunidade que sustenta e protege os mais velhos. Em nível individual, quando cada pessoa cuida dos mais velhos, estes vivem mais, e os mais jovens ajudam a transmitir esses valores para a próxima geração. Comentário do Novo Testamento, Aplicação pessoal, vol 2. CPAD.

CONCLUSÃO

No modelo divino todos os membros da família cumprem deveres específicos. O marido tem o dever de liderar e amar sua esposa. A esposa o dever de submeter-se e respeitar a liderança de seu marido. Aos pais o dever de educar seus filhos segundo as Escrituras. Aos filhos o dever de obedecer e honrar seus pais. Assim, o amor, o respeito mútuo e a prosperidade fazem parte da família que se porta conforme Deus planejou.



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