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domingo, 10 de agosto de 2014

LEMBRANÇAS DE MEU PAPAI


  Eu agradeço muito ao meu Deus porque não tive apenas um pai, mas vivi ao lado de um exemplo de vida cristã, meu saudoso papai, pastor Sebastião Nunes da Silva. Certa vez, no ano de 1981, na cidade de Alto Piquiri/PR, meu pai e eu (na época eu tinha 17 anos de idade), fomos para um culto em uma das fazendas do município. Não era tão longe, talvez uns 10 Km. A noite foi chuvosa, tenebrosa mesmo, mas o culto foi uma benção, daqueles que não temos vontade que termine. Os irmãos, com muita humildade louvavam ao Senhor. O hinos falavam do céu, da volta de Jesus. O papai pregou a palavra. Voz forte! Em meio as suas palavras ungidas, se ouvia o barulho de glorias a Deus e aleluias. Foi muito gostoso mesmo. Logicamente que ele não me deixou de fora. Cantei um hino, dei uma palavra, mas, o pregação foi o papai mesmo. Celebrou a Santa Ceia. Foi uma festa. Quando o culto terminou, a dona da casa, serviu pão feito em casa e café com leite. A chuva torrencial continuava. Esperamos um pouco para ver se afinava mais, porém, nada. Continuava, continuava, então o papai resolveu sairmos assim mesmo. Logicamente que os irmão diziam: "Irmão Sebastião, porque o senhor não dorme e vai amanha cedo?", Mas meu pai era um homem muito corajoso. Confesso que pela minha tenra idade, havia em meu coração um misto de desejo: um de sair naquela aventura, e outro de medo de não poder chegar em casa, e ter que dormir dentro do carro na estrada. Mas saímos.  O carro era um fuscão azul claro, ano 1975, motor 1500. Era um bom carro para a época. A viagem, desde o começo já mostrou que seria dura. O caminho era muito escorregadio. E para piorar, tinham passado a maquina patrolando, e aquela terra avermelhada, meia roxa grudenta, estava por toda a parte da estrada. Foi em uma subida íngreme do caminho, em uma semi-curva, que o carro derrapou e encostou no barranco. Por mais que o papai tentou, o carro permaneceu plantado na beira do barranco.
     O papai saiu do carro, eu sai também, e ficamos olhando par ver se víamos alguma casa por perto. Estava muito escuro, e não deu para ver nenhuma casa. A chuva tinha passado, e estava somente uma garoa fina. Mas a lama era muita! Naquele momento, sobre o barranco de mais ou menos 2 metros de altura, apareceu um homem com uma enxada nas costas. Quando o vimos, ficamos um pouco espantados, mas meu pai não esboçou nenhum medo, e, foi logo saudando o estranho homem: "Boa noite amigo", o que o homem respondeu amavelmente ao meu pai: "Boa noite amigo, precisando de ajuda?". Meu pai respondeu que sim. Então aquele homem, sem nenhuma dificuldade, saltou de barranco abaixo, raspou com a enxada um pouco de barro nos pneus dianteiros do fusca, e disse: "pode tocar amigo, que agora o carro vai sair". O papai e eu entramos carro. Papai deu partida e engatou um primeira marcha, e o carro saiu com muita facilidade do atoleiro. O carro começou subir a ladeira, e meu pai, parou e disse para mim: "Nem agradeci o senhor que nos ajudou". Parou o carro no alto, descemos e ele começou a gritar, chamando o homem, porém o mesmo, já tinha desaparecido. Meu pai, entrou no carro calado, passou alguns minutos, ele olhou para mim e disse: "Meu filho, sabe quem era esse homem que veio nos ajudar?", eu disse: "quem papai?", Ele disse: "Foi o anjo do Senhor meu filho". Seus olhos encheram de lágrimas, eu me arrepiei todo. Meu pai se alegrou no Senhor, falou em línguas estranhas e a viagem transcorreu em muita paz até a nossa casa.

Depois eu conto outras tão belas como esta

Lembranças de meu inesquecível papai

1 comentários:

LIsarde disse...

que belo testemunho!

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